sábado, 21 de fevereiro de 2015

PEQUENOS GRANDES ASTROS

Nota 6,0 Previsível e esquemático, longa cumpre objetivo de entreter e passar lições aos guris

No Brasil costumamos ficar com um pé atrás quando um cantor se aventura nas artes dramáticas e vice-versa, mas nos EUA isso é muito comum e apreciado. O que é ruim é quando alguém da área musical resolve fazer do cinema uma extensão do palco ou simplesmente um veículo para sua autopublicidade como foi o caso do lançamento de Lil’Bow Wow como ator. Quem? Shad Gregory Moss, ou simplesmente Wow, hoje pode ser apenas um nome, mas em um passado não muito distante ele era uma promessa de superstar em solo americano. Rapper profissional desde os três anos de idade, aos 15 ele já tinha seus videoclipes entre o mais pedidos na MTV. Dizem que no Brasil a Globo manda, então não seria errado dizer, guardada as devidas proporções, que o canal adolescente dita regras e modismos entre os ianques, assim a promessa de astro (e aquele que ajudaria a sustentar a emissora por alguns anos) teria que expandir seu público estrelando seu próprio filme. E assim surgiu Pequenos Grandes Astros onde o rapper não tem seu momento popstar em um palco, mas sim em uma quadra esportiva, porém, sem precisar fazer esforços para atuar já que os produtores procuraram recriar parte de seu mundo na tela. E não é que ele convence. Wow dá vida à Calvin Cambridge, um garoto que vive em um orfanato, mas que já está ficando “velho” para ser adotado, assim seu sonho de ter uma família feliz típica de seriado de TV está se esvaindo. Contudo, o espaço vazio está sendo preenchido por outra fantasia: ser um famoso jogador de basquete. Certo dia, enquanto vendia doces para arrecadar fundos para a instituição, ele tem a sorte de conhecer Wagner (Robert Foster), o treinador dos Knights, o time de seu coração. Comovido, o esportista acaba lhe dando ingresso para assistir a um jogo. Um dia antes da partida, mais uma surpresa do destino. Em meio a uma doação de roupas ele encontra um par de tênis com as iniciais MJ, o que significaria que o calçado era dos tempos em que Michael Jordan também sonhava em ser um astro do esporte. Que sorte não? Eles servem direitinho para Calvin, mas uma confusão acontece e eles ficam presos nos fios da rede elétrica. De madrugada, mesmo chovendo forte, ele resolve ir pegá-los e acaba levando um choque. Ganha um doce quem descobrir o restante.

É óbvio que a descarga elétrica desperta uma força mágica nos tênis, como se fosse a essência de seu antigo dono, e Calvin vai virar uma fera do basquete mesmo com sua baixa estatura, tanto que vai chamar a atenção do empresário Frank Bernard (Eugene Levy) que está em busca de algum tipo de promoção para atrair mais público aos estádios. A solução seria o sorteio de partidas rápidas entre um torcedor e o astro dos Kinights, Tracy Reynolds (Morris Chestnut), e mais uma vez a sorte está do lado do orfãozinho que acaba vencendo o ídolo nas quadras de forma surpreendente, tanto que rapidamente querem que ele seja integrado à equipe. Para tanto, eles precisam da autorização do inescrupuloso diretor do orfanato, Stan Bittleman (Crispin Glover), que aceita a proposta desde que seja o responsável pela carreira do guri. E lá vem mais clichês. Calvin vê seu ídolo das quadras lhe tratar com desprezo por enxergá-lo como um rival, seu tutor vai fazer de tudo para explorar a sua fama e evitar que ele continue sonhando com pais adotivos, isso até descobrir que o segredo do sucesso está nos tênis mágicos e eles é que deveriam ser preservados já que a turma de valentões do orfanato está de olho nos calçados e, por fim, o astro teen perde a amizade de Murph (Jonathan Lipnick – outra promessa que não vingou), seu grande amigo que se sente rejeitado diante da falta de tempo do esportista. Bem, o roteiro de Michael Elliot e Jordan Moffet é realmente simples e previsível. Sem tênis mágicos não há fama e tampouco disputas por exclusividade e é nesse momento que Calvin deverá provar todo seu amor e garra pelo esporte, a aguardada lição de moral que ainda relembra a importância das amizades verdadeiras, dos incentivos e de que sempre é necessário sonhar.  O título Pequenos Grandes Astros deveria ser usado no singular já que temos apenas um personagem que se encaixa no perfil, mas de qualquer forma o diretor John Schultz alcança seus objetivos de entreter com um filme despretensioso e para toda a família, embora deva agradar mais aos meninos, e ainda divulgar a NBA, a liga de basquete americana. Ainda que não seja uma febre no Brasil, as diversas cenas de jogos não atrapalham a narrativa. Quanto a publicidade extra para o pequeno rapper... Alguém se lembra de alguma música dele?

Comédia - 99 min - 2002 

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