sábado, 28 de abril de 2018

A NOITE É DELAS

Nota 2,5 Temática masculina sob o prisma das mulheres resulta em um nonsense constrangedor

Qual o pior pecado de uma fita de humor? Provavelmente apresentar nos trailers as suas ou até mesmo sua única cena divertida. É desse mal que padece A Noite é Delas, a versão feminina, ou melhor, a tentativa fracassada de emplacar mais um sucesso seguindo o estilo de humor de Se Beber Não Case!. Na comédia que acabou virando trilogia, um grupo de amigos vai para Las Vegas a fim de curtir uma despedida de solteiro e se mete em grandes enrascadas sem lembrarem de um minuto sequer do que aprontaram durante a noitada. A variante cor-de-rosa segue linha parecida com um grupo de amigas se reunindo em uma luxuosa casa de praia em Miami para festejarem os últimos momentos de solteira de uma amiga. Jess (Scarlett Johansson) é a noiva que vai se encontrar com quatro de suas melhores amigas, sendo apenas uma fora do saudoso grupo dos tempos de faculdade, para uma festinha particular recheada de brinquedinhos eróticos, mas o ponto alto do encontro é a visita de um stripper, mas não são bem seus músculos e requebrado que vão tirar o sono dessa mulherada. Alice (Jillian Bell), a entusiasmada da turma, fica mais maluca que de costume a ponto de se esquecer que passa longe de ser um peso pluma. Resultado, ao pular em cima do saradão ele não aguenta o tranco, cai e acaba batendo a cabeça na quina de uma mesa falecendo imediatamente para desespero da noiva que não parece muito preocupada com o casamento e sim em manter sua imagem intacta visto que pleteia uma vaga na política. Em meio a loucura do momento elas só pensam em se livrar do corpo de qualquer maneira, mas por estarem drogadas e bêbadas preferem fazer isso com as próprias mãos sem meter a polícia no meio. Eis a deixa para reações inesperadas de cada uma delas, como o ataque de ciúmes de Alice ao perceber que Jess está muito mais íntima da australiana Pippa (Kate Mckinnon) com quem conversa rotineiramente pela internet. Resquícios de Missão Madrinha de Casamento? Sem dúvidas.

sábado, 21 de abril de 2018

EU ESTOU ESPERANDO POR VOCÊ

Nota 1,0 Com tipos insossos e trama batida, fita de serial killer não conquista nem fãs do gênero

Quem foi adolescente no final da década de 1990 teve o prazer de vivenciar um pouco do que certamente seus pais viveram alguns anos antes. Seja em fitas VHS ou DVD, um dos programas preferidos dos jovens era se reunir na casa de algum amigo a noite para curtir uma sessão de terror, principalmente as fitas protagonizadas por psicopatas como Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo. Quando o gênero dos slashers movie parecia sepultado, Pânico deu sobrevida aos mascarados deitando e rolando em cima dos clichês e da ignorância de certos perfis de personagens, fórmula que também garantiu o sucesso de Lenda Urbana e Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado. Muitas outras fitas menores surgiram querendo aproveitar tal onda, a maioria não fazendo questão alguma de esconder a falta de criatividade como, por exemplo, Eu Estou Esperando Por Você. Só o título já é um aviso de que vem bomba por aí. A produção é totalmente desnecessária, apenas requentando clichês e até mesmo repetindo erros de outros filmes semelhantes. Sarah Zoltanne (Sarah Chalke) e sua mãe Rosemary (Markie Post) acabam de se mudar para uma casa na região do Massachussets, na Nova Inglaterra, uma construção cercada de mistérios e que parece que literalmente parou no tempo, mais especificamente há três séculos. Desde sua chegada a jovem tem recebido telefonemas anônimos nos quais uma voz sinistra diz  a frase que intitula a fita. Além disso ela vem sendo atormentada por pesadelos que tem com uma jovem também chamada Sarah que, segundo a lenda local, séculos atrás fora queimada em uma fogueira nessa mesma casa rotulada como uma bruxa prometendo voltar para se vingar dos descendentes daqueles que lhe condenaram a morte. É claro que tais vítimas não por acaso farão parte do círculo social da protagonista, ainda que não sejam seus amigos, apenas jovens bobocas e metidos a populares no colégio e que azucrinam os novatos e a quem tacham como esquisitos.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

SEXTA-FEIRA 13 (2009)

NOTA 4,5

Tentativa de resgatar um dos
ícones do cinema dos anos 80
soa frustrante, não agradando fãs
antigos e tampouco novas plateias
Falar que é apaixonado por cinema, mas simplesmente dedicar atenção apenas aos filmes lançamentos é um dos maiores pecados daqueles que desejam a alcunha de cinéfilo de carteirinha. Para fazer uma análise mais profunda de qualquer filme, mesmo os mais recentes, é preciso se informar sobre seus bastidores, tentar descobrir o que levou produtores a investir em determinado produto. São inúmeros fatores que influenciam nessa decisão e quanto as refilmagens, embora sempre previamente massacradas pela crítica, não se pode negar que elas têm histórias curiosas por trás das câmeras para serem contadas. Nesses casos talvez a melhor maneira para apreciá-las seja esquecer a contemporaneidade e imaginar o que aquele filme significou em sua época de lançamento original. Só assim (e com muito esforço) para encontrar alguma graça em Sexta-Feira 13 lançado em 2009, produção que para alguns é uma refilmagem, para outros mais um capítulo da série de terror oitentista ou ainda para as novas gerações um filme de horror carregado de novidades. Sim, para alguns o formato é um tanto desgastado, mas há quem tenha visto algo novo neste trabalho do diretor Marcus Nispel, o mesmo que relançou O Massacre da Serra Elétrica em 2003 em grande estilo. Pena que nesta reinvenção de outro clássico do terror o cineasta erre em diversos pontos resumindo-se a um festival de clichês. Para entender o porquê de tentarem resgatar a franquia vamos a um breve histórico da obra. O filme original foi lançado em 1980, está longe de ser uma obra-prima do gênero, mas serviu para saciar a sede de sangue e masoquismo dos fãs de Halloween - A Noite do Terror, do cultuado John Carpenter, lançado dois anos antes. Começava assim a moda dos slasher movies ou dos filmes sobre seriais killers, assassinos psicopatas que por onde passam deixam dezenas de vítimas. O sucesso foi enorme e com a invenção dos videocassetes e das videolocadoras o gênero estourou, pois o que era proibido para menores de idade nos cinemas ou só passava na TV tarde da noite então estava disponível para qualquer um e a qualquer hora. Bastava fazer amizade ou ter lábia para falar com o atendente da loja que os adolescentes faziam a festa e assim o personagem Jason Vorhees, que morreu afogado ainda criança, mas retornou do além já bem crescido e fortão para matar quem estivesse na sua frente, tornou-se popular e protagonizou outros nove longas-metragens, fora seu retorno pelas mãos de Nispel. Olhando toda sua saga cinematográfica, é possível perceber que o famoso assassino do acampamento de Crystal Lake não surgiu por acaso. Provavelmente já se pensava em continuações, talvez uma trilogia. No primeiro filme era a mãe de Jason quem tinha o instinto assassino, sendo que apenas no segundo ele toma o posto de vilão propriamente dito usando um saco para esconder seu rosto deformado. A icônica e amedrontadora máscara de hóquei só foi incorporada ao personagem no terceiro capítulo.

sábado, 7 de abril de 2018

PINÓQUIO (2002)

Nota 6,0 Belo visualmente, adaptação italiana de clássico infantil afugenta com seu histrionismo

Ganhar um Oscar sem dúvidas é o maior sonho de um ator, uma láurea que se já é difícil de ser conquistada por um americano para os estrangeiros é uma dádiva que não só dignifica seu nome, mas colabora e muito para o desenvolvimento do cinema de seu país, contudo, sabemos que existem inúmeros artistas que após colocarem as mãos na famigerada estatueta dourada viram suas carreiras irem por água abaixo e até com certa velocidade. O italiano Roberto Benigni só faltou dançar a tarantela quando ouviu seu nome ser anunciado duas vezes na premiação de 1999 por sua atuação e também por assinar a produção do belíssimo A Vida é Bela. Para os brasileiros, sua euforia ofereceu um gostinho amargo de decepção pela derrota de nosso Central do Brasil, tão emocionante e bem realizado quanto o drama de guerra vencedor. Contudo, seu projeto pós-Oscar (e tantos outros lançados depois) demonstram que o alegre ragazzo contou com um belo golpe de sorte. Pinóquio, sua versão para o clássico conto infantil de seu conterrâneo Carlo Collodi, no qual também se encarrega de interpretar o protagonista, obviamente foi escolhido para representar a Itália na disputa por uma vaga no Oscar 2003, mas toda a expectativa depositada em cima da produção virou poeira em questão de poucos dias após seu lançamento. A história, co-escrita por Vincenzo Cerami, não difere muito de outras tantas adaptações que já narravam as desventuras do famoso boneco de que ganha vida própria, mas sonha em tornar-se um menino de verdade. Gepetto (Carlo Giuffrè), um velho e solitário marceneiro, certo dia encontra um belo pedaço de madeira e de imediato se sente incentivado a esculpir a sua melhor marionete, mas tem uma grata surpresa quando sua criação demonstra poder falar, se movimentar e até pensar. Como qualquer criança travessa, Pinóquio adora se meter em confusões e mentir para poder escapar dos problemas, mas sua desonestidade é sempre denunciada por seu nariz que cresce a cada história que inventa.

domingo, 1 de abril de 2018

HOP - REBELDE SEM PÁSCOA

Nota 7,5 Produção infantil recicla com sucesso a fórmula do bichano quer quer ser famoso

Se existem aos montes filmes a respeito da época do Natal ou do Dia das Bruxas, por que não dar chance também para o feriado de Páscoa? Pegando o gancho na popular data festiva em que as trocas de chocolates são as principais marcas, o diretor Tim Hill conduziu Hop – Rebelde Sem Páscoa, mistura de produção live-action com animação nos mesmos moldes da franquia Alvin e os Esquilos, projeto do próprio cineasta. O roteiro de Brian Lynch, Cinco Paul e Ken Daurio tem dois protagonistas vivendo em universos completamente opostos. Junior é um coelho adolescente que adora tocar bateria e sonha em fazer sucesso no mundo da música, mas seu pai deseja que ele dê continuidade à tradição milenar de sua família e se torne o seu sucessor no cargo de Coelho da Páscoa oficial. Ele tenta convencer o pai de que seu caminho é outro, mas não tem sucesso e assim parte para a cidade grande onde acredita que poderá enfim se tornar um grande astro. Ao chegar lá, por pouco ele não é atropelado por Fred Lebre (James Marsden), um trintão que tem sido pressionado pela família para que enfim consiga um emprego e deixe a casa dos pais. Após a surpresa inicial por encontrar um coelho falante, Fred aceita levá-lo até a mansão onde está trabalhando como vigia enquanto o dono está viajando. Apesar dos problemas iniciais de adaptação, eles se tornam amigos, assim Fred topa ajudar Junior a conseguir espaço no cenário musical. Enquanto isso, uma conspiração está sendo organizada contra o pai do coelhinho rebelde organizada pelo ganancioso Carlos que deseja tomar o controle da produção de doces todo para ele. Para quem presta atenção em detalhes, é inegável que surjam ideias que gerem comparações entre o citado filme dos esquilos e o do coelhinho, a começar pelo fato dos bichinhos de ambas as produções adorarem música pop e terem um humano meio perdido na vida como agente e grande amigo. O sucesso dos músicos também é a glória de seus tutores, assim como a fofura e a tagarelice dos protagonistas se equiparam. Porém, as semelhanças não atrapalham o resultado final e só mesmo os mais chatos devem resmungar.