sábado, 26 de maio de 2018

ALTITUDE

Nota 3,5 Apesar da boa ambientação e argumento, longa falha no clímax optando pela fantasia

Medo do escuro, de elevadores e até de dirigir. O cinema já explorou todos eles e é claro que a fobia de viajar de avião também não deixaria de ser usada como inspiração. De produções bem elaboradas, como Plano de Voo, a produções trash, como Serpentes a Bordo, muitos personagens já sofreram um bocado nas alturas e não é diferente com a turma de adolescentes que embarca no pesadelo de Altitude, razoável suspense que usa de forma eficiente o cenário claustrofóbico de um pequeno jatinho planando em uma noite fria e de tempestade. Bruce (Landon Liboiron), Sal (Jake Weary), Cory (Ryan Donowho) e Mel (Julianna Guill) estão entusiasmados com a viagem que farão para irem assistir um show e Sara (Jessica Lowndes) tenta manter o mesmo espírito, mas no fundo está apreensiva. Traumatizada desde a infância com a morte da mãe que era piloto e sofreu um misterioso desastre aéreo junto a uma família de passageiros, recentemente ela concluiu seu curso de pilotagem (mais tarde entenderemos o porquê de escolher essa carreira) e seria a primeira vez que conduziria uma aeronave como profissional.  O voo começa tranquilamente, apesar de umas brincadeiras sem graça entre os tripulantes, mas não tarda para que as coisas desandem. Em meio a nuvens carregadas para uma tempestade, controles inesperadamente param de funcionar, a aeronave começa a subir mais que o inesperado, os sistemas de aquecimento interno e externo falham e parecem não resistir a gélida temperatura e ao mesmo tempo o combustível está acabando. Como desgraça pouca é bobagem ainda existe a ameaça de algum tipo de força obscura manifestada na forma de uma criatura com enormes tentáculos rondando o avião. O clima de pânico toma conta de todos trazendo à tona segredos e revelando o verdadeiro caráter de alguns.

sábado, 12 de maio de 2018

ATAQUE TERRORISTA

Nota 6,0 Longa mostra como Londres usou a luta contra o terror para exorcizar sua xenofobia

Assim como a Segunda Guerra Mundial, o Holocausto e a Guerra Fria parecem ser temas históricos, políticos e sociais infinitos, quando menos se espera surge algum dado novo ou história interessante que ajudam a preencher lacunas importantes, os ataques de 11 de setembro de 2001 às Torres Gêmeas e a Guerra ao Terror que se seguiu parecem também que vão render muitos filmes ainda. Com o excesso de produções do tipo é normal que as classificadas como excelentes se tornem raridades, medianas tenham aos montes e as ruins surjam às pencas, mas será que aquilo que não nos agrada é necessariamente desprovido de qualidades? Na verdade não. O que acontece é que a tendência é não nos surpreendermos mais com a temática e já estamos em uma fase que é até possível prever os eventos das tramas como é o caso de Ataque Terrorista. Com roteiro de Carl Austin baseado na história original do indiano Jag Mundhra, este também que assina a direção, o filme começa com uma breve explanação do contexto em que a trama é desenvolvida. Poucos meses após os fatídicos atentados que abalaram as estruturas norte-americanas, a cidade de Londres, na Inglaterra, também se tornou um ponto visado por terroristas e a polícia local adotou a chamada Operação Kratos, estratégia de atirar à queima-roupa para matar suspeitos, ou seja, qualquer pessoa com pele mais morena ou traços característicos árabes podia se tornar uma vítima inocentemente. Um jovem com este perfil estava sendo seguido pela polícia e acabou sendo assassinado no metrô ao reagir a voz de prisão. Na realidade, ele levou a mão no bolso apenas para desligar seu toca-músicas que o distraiu e impediu de perceber o alvoroço que estava o local com a ameaça da presença de um terrorista. Como a tática de matar suspeitos sem provas ou ameaças concretas de envolvimento com atividades terroristas estava ganhando ares de crime preconceituoso, a aversão a muçulmanos, a imagem da polícia londrina estava ficando manchada e todos na corporação apreensivos com este novo caso já que autoridades, imprensa e a própria população cobrariam a punição de um responsável.  O inspetor Harry Marber (Ralph Ineson) foi quem matou o rapaz e precisa urgentemente encontrar evidências que comprovem que a vítima era um terrorista.

domingo, 6 de maio de 2018

O MELHOR JOGO DA HISTÓRIA

Nota 3,5 História de vida de um humilde campeão não cativa por seu esporte ser um tanto restrito

Filmes com temáticas esportivas, em sua maioria, já nascem fadados ao esquecimento pelo simples fato de que cada pátria tem seu esporte de coração e seus próprios ídolos. Tentar passar a emoção de um determinado torneio marcante para um país dificilmente cativa a audiência, ainda mais quando ela é alheia ao esporte em questão, e nem sempre histórias de superação funcionam como desculpa. É certo que produções do tipo tem seu público cativo e a publicidade do baseado em fatos reais que geralmente as acompanham ajudam a chamar atenção, mas são fitas que não rendem dinheiro e tampouco repercussão. Se os resultados são pífios, é quase um mistério entender como os envolvidos mais diretamente, como elenco principal, diretores e roteiristas, muitas vezes renomados, ainda topam trabalhar em filmes do tipo. O saudoso ator Bill Paxton escolheu justamente esse universo para seu segundo e último filme como diretor, mas toda a emoção vendida pelo pomposo título O Melhor Jogo da História não é correspondida. Baseado em um livro de Mark Frost, autor dos roteiros de Quarteto Fantástico e sua continuação, o filme narra a história de Francis Quimet (Shea LaBeouf), um rapaz que desde a infância era apaixonado por golfe e conseguiu um emprego como "caddie", aqueles garotos que carregam os tacos e acessórios para os jogadores, mas sua origem humilde o impedia de investir na carreira de esportista profissional. Contudo, mesmo jogando na categoria de amador, ele surpreendeu o mundo ao se tornar o mais jovem competidor a vencer um badalado torneio em 1913, derrotando o seu próprio ídolo, o experiente atleta inglês Harry Vardon (Stephen Dillane), conhecido como o "Rei do Estilo". A relação dos dois é trabalhada com traços de uma rivalidade sadia e encontra resquícios na amizade de Quimet com seu próprio colaborador, o pequeno e cativante Eddie Lowery (Josh Flitter) que incentiva com seu positivismo o atleta amador a superar os obstáculos que lhe são impostos.

sábado, 5 de maio de 2018

ARMADILHAS DO AMOR

Nota 4,0 Comédia romântica tem certo apelo diferenciado, mas se atrapalha em suas pretensões

Meg Ryan teve o ápice de sua carreira na década de 1990 transformando-se em sinônimo de comédias românticas açucaradas, mas o tempo passou e foi cruel com a estrela. Após entrar para o grupo das quarentonas a atriz passou a trabalhar cada vez menos, muito provavelmente por falta de convites, mas quando surgem oportunidades ele acaba em projetos furados, sem brilho e que em nada agregam a seu currículo. Em Armadilhas do Amor ela interpreta uma mulher madura que não está em busca do grande amor de sua vida, mas neurótica que só ela quer manter seu marido literalmente preso em casa assim que pressente que está prestes a perdê-lo. Ela vive Louise, uma mulher que começa a sentir os dilemas da meia-idade, o que afeta diretamente seu casamento já de anos com Ian (Timothy Hutton). O grande problema do relacionamento deles é que ela só pensa em trabalho e ganha muito mais que o marido que nessas condições se sente diminuído. Outro entrave é que eles não tiveram filhos e agora Ian sente falta de viver as emoções da paternidade, mas sem dúvidas o ápice desta relação problemática acontece quando Louise certo dia chega em casa de surpresa e a encontra repleta de flores e com um clima romântico no ar, todavia toda essa produção não era para ela e sim para a jovem Sarah (Kristen Bell), a amante de Ian, este que confessa tudo à esposa sem imaginar a reação absurda da esposa. Agora esta mulher traída e magoada simplesmente quer discutir a relação custe o que custar, mesmo que tenha que literalmente amarrar o marido e mantê-lo preso em casa. O roteiro de Adrienne Shelly procura ter certo diferencial no inflado e repetitivo mercado das comédias românticas, mas o fato é que a forma como construiu seu enredo pode afugentar o público, principalmente por gastar preciosos minutos iniciais apresentando uma protagonista histérica e neurótica travando diálogos irregulares com um marido apático.