sábado, 29 de fevereiro de 2020

CASA COMIGO?

Nota 6,5 Com trama um tanto previsível, longa prende atenção graças ao carisma dos protagonistas

Podem mudar o elenco, procurar diversificar os cenários, adicionar drama ou comédia dependendo da necessidade, mas a premissa básica de um açucarado romance é ter em cena um casal bonito e simpático que deve começar a história se odiando, mas que termine junto apaixonados. Tal premissa básica é intocável e Casa Comigo? não foge à regra, a começar pelo título que já deixa bem explícito que o final feliz está garantido. O roteiro de Deborah Kaplan e Harry Elfont, mesma dupla de O Melhor Amigo da Noiva, tem como protagonista Anna (Amy Adams), uma jovem metódica que ganha a vida como decoradora de apartamentos, atendendo principalmente noivos que estão prestes a oficializar seus matrimônios. Seu trabalho é transformar em realidade o sonho dos clientes, montando espaços belos e aconchegantes nos quais eles possam imaginar o quão maravilhosa pode ser a vida a dois. Contudo, ela própria pressente que seu casamento está longe de acontecer. Ela namora há um bom tempo Jeremy (Adam Scott), um requisitado jovem médico que involuntariamente (ou não) sempre a decepciona quando ela acredita que ele finalmente vai lhe pedir para subir ao altar. As cenas iniciais do casal deixam claro que a monotonia impera neste relacionamento. Mesmo assim, quando ele precisa viajar para participar de um congresso em Dublin, na Irlanda, a noiva ansiosa decide ir atrás para tirar proveito de uma tradição local: toda vez que o ano é bissexto são as mulheres que pedem a mão do companheiro no exato dia 29 de fevereiro. Chegando lá, a moça se enrosca com diversos imprevistos, a começar pelo mal tempo que a impede de seguir viagem de avião e precisa aceitar a carona de Declan (Matthew Goode), um sujeito boa pinta, mas um tanto truculento. Com um longo percurso de estrada pela frente, com direito a clássica cena da dondoca tentando espantar vaquinhas de seu caminho com gritinhos, sabemos bem o que vai acontecer. Anna e Declan vão trocar inúmeras farpas, ela reclamando do jeito grosseiro dele e este, por sua vez, implicando com o estilo patricinha da moça, mas sabemos que no final os opostos se atraem.

sábado, 15 de fevereiro de 2020

LADRONAS DE ALMAS

Nota 7,5 Terror mexicano mistura zumbis e fatos históricos e coloca mocinhas dúbias em destaque

Filmes com zumbis existem aos montes na filmografia hollywoodiana, aliás poderia até ser considerado um subgênero tamanha importância e quantidade de obras no estilo, contudo, não é uma propriedade ianque. Qualquer país tem o direito de explorar o filão, basta ter criatividade e coragem para enfrentar as críticas que certamente já seriam disparadas antes mesmo das fitas serem lançadas. Puro preconceito como prova Ladronas de Almas, produção do México que não joga simplesmente na tela mortos-vivos sedentos por carne humana, mas os contextualiza em um aspecto da História do país, a Guerra da Independência. Em 1815, um grupo de mercenários chega a uma fazenda habitada por uma família aristocrática aparentemente decadente, os Cordero, para pedir asilo por alguns dias e se apresentam como desertores do conflito. Embora já tenha sofrido com a traição de outros que tentou ajudar no passado, Don Agustín (Luis Gatica), o patriarca, permite que eles fiquem, mas com a condição de que não saiam em hipótese alguma a noite do abrigo que lhes fora destinado. O local é cercado de lendas sobre ruídos e visões noturnas estranhos, mas os insurgentes, como eram conhecidos os rebeldes, acreditam que tudo não passa de invenções para evitar que estranhos invadam a propriedade da família em busca do ouro que escondem, real motivo que os levou até lá. De quebra, eles esperam encontrar o antigo capitão do bando que meses atrás desapareceu nas imediações da mesma fazenda. No entanto, esses criminosos não contavam com a astúcia e determinação de Maria (Sofia Sisniega), Roberta (Natasha Dupeyrón) e Camila (Ana Sofia Durán), as filhas de Augustín, garotas astutas e determinadas que aprenderam a se defender após a morte da mãe por outro grupo de insurgentes e contam com um trunfo: dominam a magia de trazer mortos de volta a vida e escravizá-los. Assim contam com a ajuda de um zumbi (Pablo Valentín) para estragar os planos dos invasores, além de Indalésio (Harding Junior), um criado de confiança.