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NOTA 4,0 Da infância à fase adulta, longa enfoca a vida pessoal do ex-presidente e deixa a política em segundo plano |
As
cinebiografias são projetos que podem ser verdadeiras obras-primas ou
retumbantes fracassos, tudo depende da forma como o homenageado será retratado,
de forma fidedigna ou glorificado ao extremo? Qual versão mais lhe agrada?
Geralmente elas são feitas quando as pessoas já faleceram, mas deixaram sua
marca na História e esta deve ser registrada cinematograficamente para ser
eternizada, porém, tem se tornado cada vez mais comum refazer algumas trajetórias
com o homenageado ainda vivo e disponível para ajudar no que for preciso ou
para criticar quando as coisas não são mostradas como realmente aconteceram.
Contar tais histórias não é fácil, ainda mais quando o protagonista é o próprio
presidente da república em pleno exercício de seu governo na época das
filmagens. Com Lula – O Filho do Brasil parece que nosso excelentíssimo
ex-presidente não interferiu na construção do roteiro ou se intrometeu nas
filmagens, mas nos bastidores polêmicas foram geradas. Além do orçamento
captado por empresas de renome e ligadas à política, o longa foi feito com uma
rapidez inacreditável para os padrões do nosso cinema justamente para ser
lançado em um ano eleitoral, época em que Lula se preparava para deixar de ser
presidente, mas já preparava um sucessor de seu partido para substituí-lo, ou
melhor, uma sucessora, Dilma Rousseff. Os produtores deveriam ter feito o
lançamento pelo menos um ano depois da poeira das eleições abaixarem. Obviamente
não faltaram pessoas para acusar o longa de ser uma descarada peça publicitária
muito bem elaborada em favor de Dilma, já que Lula constantemente estava ao seu
lado nos eventos políticos, e a semelhança do título com 2 Filhos de Francisco, sucesso sazonal que contou a emocionante
história de vida dos cantores Zezé di Camargo e Luciano, ao invés de atrair
público o afastou. Na realidade, este trabalho do diretor Fábio Barreto, de O Quatrilho, não se propõe a discutir a
fundo questões políticas, nem mesmo a fundação do PT é abordada, mas sim em
emocionar o espectador com a história triste e de superação de um homem do povo
que conseguiu chegar ao topo sem perder a humildade, tornando-se um dos
políticos mais populares de nossa História, sendo inclusive elogiado fora do
país. O que explicaria as baixas bilheterias e a fraca repercussão deste filme?
Bem, apesar de muitos aprovarem o governo de Lula, principalmente da classe C
que ascenderam socialmente e financeiramente, não são poucos os que o
criticavam duramente e sua história de vida já foi pauta dos principais
veículos de comunicação, assim não sobrando muitas novidades a serem contadas
no cinema. Pior ainda, o trailer de dois minutos acaba por resumir uma
narrativa de pouco mais de uma hora e meia.


Drama - 130 min - 2009
2 comentários:
Bom, eu assisti o filme no outro dia e gostei.
Mas acho que a atuação da Glória Pires acaba ofuscando bastante o resto do filme. Aliás, meus aplausos pra ela!
Achei que o filme poderia ter sido melhor. A atuação da Glória Pires realmente é o alicerce da obra.
A trama ficou frágil ao parar antes da eleição. Eu acho.
abraços
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