sábado, 29 de outubro de 2016

NOITE DAS BRUXAS MACABRA

Nota 5,0 Longa não tem nada de macabro e desperdiça argumento não sabendo trabalhar reviravolta

Kaylie (Brooke Anne Smith) é uma jovem que como tantas outras adolescentes americanas vai passar a noite do Dias das Bruxas trabalhando como babá. O serviço que parecia tranquilo acaba se tornando um pesadelo quando a casa dos seus patrões é invadida por um assassino mascarado. Seria Noite das Bruxas Macabra uma cópia descarada do clássico Halloween - A Noite do Terror? Bem, a julgar pela produção modesta e duração enxuta poderíamos dizer que seria o primo pobre do longa setentista, porém, na metade da história temos uma significativa quebra de expectativas, mas o que também não quer dizer necessariamente que seja um ponto positivo. No primeiro ato, o filme parece seguir à risca a cartilha dos slashers movies. Kaylie é uma adolescente deslocada, do tipo que destila um humor ferino e tem uma visão um tanto distorcida da realidade, o que contribui para não ser muito popular no colégio, completamente o oposto de Daphne (Nikki Limo), sua melhor amiga que inventa estar com gripe para deixar de atender o pedido da família Payton para cuidar de um bebê e assim poder sair para badalar na noite de doces ou travessuras. Kaylie cai na mentira e aceita a tarefa em seu lugar, afinal nada melhor que ganhar uma graninha extra e ainda usufruir um pouco do conforto da casa de uns ricaços, mas é avisada pelo Sr. Miles (Malcolm McDowell), um misterioso e idoso vizinho, sobre os perigos que o Halloween pode oferecer e a recomenda não abrir a porta para nenhum estranho. A jovem imediatamente rejeita o conselho, pois sua noite já começa mal com as tradicionais importunações de adolescentes que aproveitam a data para fazer brincadeiras incômodas, motivo pelo qual a jovem não percebe em um primeiro momento estar sendo observado por um mascarado que não tarda a invadir a residência. Como o velho senhor lhe avisara, muita gente só quer se divertir no Dia das Bruxas, mas não faltam oportunistas para espalhar o mal. Coincidência ou não, esse era o mesmo discurso do personagem de McDowell em Halloween - O Início, remake do filme citado no início do texto que tem como representação da maldade em seu estado mais puro o assassino Michael Myers. Já no filme em questão, o serial killer passa longe de amedrontador.

Para quem espera alta contagem de corpos esqueça! Todavia, isso pode ser tanto o trunfo quanto a pedra no caminho do trabalho do roteirista e diretor Travis Baker. Embora comece de forma previsível, Noite das Bruxas Macabra é econômico nas mortes e promove uma inversão de expectativas ainda na metade do filme. Se a justificativa para os atos dos seriais killers geralmente é serem pessoas problemáticas e desequilibradas, aqui o assassino literalmente deixa a máscara cair e expõe todos os seus conflitos pessoais à sua vítima principal. A tarefa ingrata é dada ao ator Marc Valera que não causa raiva e tampouco comove com seus lamentos. Não se pode negar que é muito bem-vinda a ideia de humanizar o criminoso a fim de afastá-lo do estereótipo dos vilões indestrutíveis do gênero, porém, Baker não tem traquejo para conduzir tal ação. Assim, após a esperada revelação da identidade do mascarado muito antes do clímax, o longa deixa o bom ritmo que trabalhava até então cair vertiginosamente. Todavia, o diretor ainda reserva uma reviravolta para os minutos finais, embora bastante previsível para os escolados em filmes do tipo. Pela curta duração, infelizmente não são bem exploradas as relações de Kaylie com Daphne e tampouco com Graham (Matt Angel), interesse romântico da protagonista. O rapaz que teoricamente deveria ser alçado a herói salvando a mocinha em perigo não tem função na trama fora o fato de ser o motivo de um ciúmes doentio alimentado secretamente pela babá, mas como justificar alguns atos insanos da moça se temos que acreditar em sua paixão avassaladora por encontros rápidos com seu crush que fica em cena cerca de dez minutos ou menos? Despretensioso e parecendo até longo demais mesmo com sua curta duração, esta produção mata um tempo livre, mas fica a sensação que um bom argumento foi vergonhosamente desperdiçado. Filmado em 2010, a produção demorou quase quatro anos até conseguir algumas modestas exibições. É o tipo de filme que viria a se tornar tendência para alimentar catálogos de serviços streaming.

Suspense - 88 min - 2014
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