NOTA 7,0 Após quinze anos ausente dos cinemas, Jane Fonda interpreta personagem atípico na carreira |
Inicialmente
intitulado como “Até que a Sogra nos Separe”, que também seria uma boa escolha,
esta comédia não é inovadora em nenhum aspecto, não abrindo mão nem mesmo do
final feliz, mas transforma-se em um agradável entretenimento por ser leve, ter
alguns momentos inspirados e contar com um elenco que trabalha direitinho. Quer
dizer, Jennifer nunca foi considerada uma grande atriz e não foi dessa vez que
recebeu tal elogio. Ela apenas faz seu papel corretamente, reciclando o
estereótipo da mulher latina que está tentando vencer na vida em solo
americano. Com traços marcantes e corpo curvilíneo, ela não é vista como uma
mulher decente para o casamento, talvez o motivo que explique ela ser uma
solteirona até conhecer o personagem de Vartan que pouco faz na história,
apenas serve como motivo para justificar a briga entre duas mulheres com fortes
personalidades. É claro que o grande destaque sem dúvida fica por conta de Jane
surpreendendo ao assumir um papel atípico em sua carreira. Ela chama a atenção
a cada nova aparição e acabou ofuscando a mocinha que teoricamente seria a
protagonista. Aqui a veterana se diverte vivendo e criando situações hilárias e
bizarras e em nenhum momento parece desconfortável no papel, muito pelo
contrário. Será que com várias experiências de casamento na vida real, tal
personagem caiu dos céus para que ela se vingasse delicadamente de suas
ex-sogras? Vale destacar também o excelente desempenho da atriz Wanda Sykes
como Ruby a astuta e divertida assistente de Viola. A personagem é responsável
por grandes e naturais momentos de humor, assim como seu colega de elenco Adam
Scott que protagoniza divertidas cenas vivendo Remy, aquele amigo homossexual
que toda mocinha de comédia romântica que se preze precisa ter por perto para
lhe dar conselhos e salvar os filmes com algumas piadas bacanas.
Apesar
de enfocar uma guerra particular entre uma mulher mais madura e uma mais jovem
pelo amor de um mesmo homem, embora sejam sentimentos distintos que poderiam
conviver em harmonia, a roteirista Anya Kochoff não abriu mão dos clichês das
comédias românticas e parece ter feito um grande apanhado de cenas e piadas que
já foram usadas em outras produções. Porém, mesmo sendo previsíveis, cada nova
sequência ganha um gostinho de novidade justamente pelas forças das
interpretações. É bem interessante acompanhar o duelo entre uma atriz
consagrada em vários aspectos e outra que carrega apenas o mérito de boa parte
dos seus filmes terem arrecadado um bom dinheiro. O roteiro ganha também uns
pontinhos positivos graças à ousadia de Anya em inserir em seu texto certas
citações a episódios verídicos na vida de Jane. Assim como Viola, a vida
amorosa da atriz foi bastante agitada, inclusive um de seus maridos era
proprietário de um império do ramo da comunicação e do entretenimento, tal qual
é citado rapidamente no filme referindo-se aos casamento mal fadados da protagonista.
Entre outras tantas referências, é bom saber que uma estrela de gabarito não
permite que a coloquem em um pedestal que a torne inalcançável. Muito divertido
do início ao fim, é claro que A Sogra não tem uma aprovação
unânime. Tem sempre alguém de plantão para falar mal ou apontar erros, mas é
bom ressaltar que este trabalho cumpre perfeitamente seus objetivos.
Provavelmente nunca houve a intenção de que aqui fosse feito um estudo
psicológico e social sobre as relações de sogras e noras e tampouco fosse
abordado o difícil tema do complexo de Édipo. Sua intenção é proporcionar
divertimento sem compromisso e isso consegue com folga. E ainda podemos ficar
contentes que pelo menos aqui a melosa mistura de água com açúcar é usada com
parcimônia. Em resumo esta comédia se assemelha a um bolo de casamento: é
gostoso, sacia a vontade do espectador, acaba rápido e tem também um casal de
pombinhos ocupando o lugar da cereja no topo do doce. Ops! O final foi
revelado! Ah, todo mundo sabe que no final de tudo haveria uma festa de
casamento, mas o importante é acompanhar Miss Fonda colocando seu lado bruxa
para fora. Risos garantidos.
Comédia - 101 min - 2005
Um comentário:
Não tive coragem de encarar esse aí.
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