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NOTA 3,0 Premissa interessante é desperdiçada por roteiro pobre e interpretações pouco inspiradas |

Produções do tipo que misturam tramas paralelas, muitos artistas em cena e não possuem momentos arrebatadores não são estranhas no ninho cinematográfico. Muitos filmes estrangeiros ou representantes do cinema independente americano conseguem certo prestígio justamente utilizando tal fórmula, mas existe algo nelas que é difícil identificar que as tornam críveis e envolvem o espectador, as vezes até mesmo com pouquíssimos diálogos ou mudanças de cenários. Qual seria o segredo? A resposta mais óbvia seria o roteiro bem trabalhado ou aperfeiçoado baseando-se na teoria de que uma imagem vale mais que mil palavras. Quem curte cinema alternativo sabe o quanto um momento de silêncio pode transmitir de emoção ou conteúdo. A diretora Galt, tentando se equilibrar entre o estilo comercial e o autoral, não coloca nos diálogos e tampouco em imagens o fogo da paixão que ainda existe entre Laura e Tom. Também não imprime o romantismo necessário para tornar verossímil a idéia de que um casal está às vésperas do casamento ainda com dúvidas, embora paire no ar que o relacionamento é baseado em conveniências e interesses tanto dos noivos quanto de suas famílias. Na realidade eles parecem mais ex-namorados que são obrigados a conviver em uma mesma casa em um final de semana. É difícil até classificar a qual gênero esta produção pertence. Humor há bem pouco. Romance e drama se misturam em doses semelhantes, mas sem nunca atingirem a porcentagem ideal a ponto de cativar o espectador a torcer por uma ou outra mocinha. A torcida mais certa é para que o tempo passe rapidamente para chegarmos a um final romântico e feliz. Errado! A última cena deve fazer muita gente esbravejar sua indignação, mas ao menos um pouco antes somos contemplados com a cena mais forte, dramaticamente falando, de todo o longa. É quando as jovens rivais têm uma discussão e expõem os seus sentimentos. A cena é até clichê, mas é o que se salva no conjunto. Se a cineasta erra no roteiro que ela mesma assina, deixando de se aprofundar nas situações e no mundo dos personagens que criou, e também não inova nos planos de filmagem, ao menos ela merece elogios pelas escolhas das locações de paisagens naturais, os cenários internos da casa onde tudo acontece e pela bela fotografia que dá um ar de aconchego e realismo à trama. Todavia, O Casamento do Meu Ex só serve para passar o tempo e mais nada. Está anos-luz de ser considerada uma produção marcante ou que mexa com a emoção do público. Nem mesmo os mais românticos devem aprovar totalmente. Em resumo, é o típico filme bonitinho que não faz mal a ninguém, mas também não faz falta.
Romance - 95 min - 2010
Um comentário:
Já tinha ouvido falar desse filme, mas não me interessei à époa em vê-lo bem como não me interesso hoje, apesar de acreditar que ele fuja mesmo às convencionalidades das comédias românticas.
Quem sabe mais pra frente.
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