domingo, 1 de maio de 2016

JOGO DO AMOR

Nota 4,0 Bonitinho e esquecível, longa poderia render se investisse na crítica aos reality shows

Lançado em uma época em que qualquer bobagem tinha fôlego para gerar algum tipo de reality show, Jogo do Amor estava em sintonia com seu tempo, mas seu destino acabou sendo as prateleiras de locadoras e lojas de varejo e ainda de forma discretíssima. Nada mais justo para uma produção esquecível, preguiçosa e cujo objetivo principal aparentemente era fazer com que o ator Jason Priestley caísse no gosto popular. Famoso em meados da década de 1990 pela série de TV “Barrados no Baile”, o rapaz tentou cativar seu lugar no mundo do cinema, mas poucos projetos surgiram e o estereótipo de príncipe encantado das adolescentes continuou o perseguindo e consequentemente limitando sua carreira. Buscando se manter em evidência, o roteiro escrito por Chad Hodge parece fazer implicitamente uma sutil brincadeira com a situação do próprio ator. Priestley interpreta Ryan Banks, um jovem astro cujo comportamento rebelde está causando prejuízos à sua carreira que, diga-se de passagem, começou por acaso. Sempre atrás de baladas e garotas na companhia de seu inseparável amigo Todd Doherly (Bradley Cooper), certa noite o rapaz conhece uma produtora de elenco e afirmar ser ator era uma das maneiras que Banks tinha para conquistar mulheres. A brincadeira tornou-se séria e ele realmente se tornou um astro de sucesso e firmou parceria com Doherly para assessorar sua carreira, todavia, a fama repentina não durou muito e em menos de um ano seu prestígio caiu assustadoramente, mas seu fiel amigo está disposto a reverter a situação e ganha três meses do escritório que representa para concretizar uma guinada na carreira de seu cliente.

Produtores estão discutindo projetos absurdos para um novo reality show e Doherly tem a ideia de lançar um programa no qual Banks seria disputado por quinze garotas e a vencedora seria a escolhida para ser sua noiva. Além de acompanhar a rotina e as provas às quais as jovens seriam submetidas durante o confinamento, haveria a chance de mostrar ao público uma nova imagem do astro e tentar abafar as lembranças de qualquer episódio negativo que tenha manchado sua reputação. Charlie Morton (Emma Caulfield), uma moça simples, bonita e pacata, teve um vídeo gravado e enviado às escondidas pela irmã para a produção do programa e ao ver o material de seleção realmente Banks se apaixona à primeira vista por ela, mas para manter a atração no ar teria que usar todo seu talento para interpretar situações de alegrias, surpresas, dúvidas e tristezas, assim eliminando as candidatas uma a uma até que sobrasse apenas a sua carta marcada no jogo. O problema é que no meio do caminho a jovem e o empresário do ator se apaixonam e o show de realidade se transforma em pura manipulação tanto por parte do casal, querendo expor a garota como uma chata, quanto pela equipe de produção que cumprindo ordens de Banks leva ao ar apenas os bons momentos do astro com a pretendente transformando-a na queridinha do público. Com direção de Sheldon Larry, que assina uma pá de filmes açucarados que devem ter passado em brancas nuvens e inúmeras vezes na televisão, Jogo do Amor é mais um de seus trabalhos despretensiosos, porém, minimamente acima da média que outras comédias românticas. Apesar do pouco expressivo trio central (quem diria que Cooper se tornaria um bom ator?), a historinha diverte, mas poderia ir além se carregasse mais nas críticas aos pretenciosos shows de realidade, abordando desde a manipulação dos bastidores até o surgimento ou recuperação da imagem de subcelebridades. Quanto a Priestley... Bem, não foi dessa vez que sua carreira decolou. Será que um dia ele chega lá?

Comédia romântica - 95 min - 2004 

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