sábado, 28 de março de 2015

QUASE VIRGEM

Nota 1,0 Comédia adolescente, para variar, aposta em piadas constrangedoras e idiotas

Pelo título você já sabe o que está te esperando. Quase Virgem é sim mais um daqueles filmes de jovens bobalhões que só pensam naquilo e vão fazer de tudo para saciar suas vontades sexuais deixando de lado qualquer tipo de escrúpulos, ofendendo até as próprias honra e consciência em prol de alguns minutinhos de prazer. A trama gira em torno de Ed Waxman (Brendan Fehr), um jovem que era um excepcional publicitário, mas tudo mudou após ser abandonado pela noiva. Seu desânimo tornou-se incontrolável e ele resolveu abdicar de sua vida pessoal e mergulhar no trabalho, mas o momento depressivo também influenciou negativamente nas campanhas que passou a criar, diga-se de passagem, uma mais deprimente que a outra. Já seu irmão Cooper (Chris Klein), um ator sem sucessos no currículo, é o típico malandro mulherengo. Sempre de bem com a vida ele tentou dar uma força ao irmão incentivando-o a deixar a vergonha de lado e finalmente criar coragem para convidar uma garota para sair afinal de contas o tempo passou e ele já estava vivendo cerca de um ano de completa reclusão. Porém, a ajuda de Cooper mais atrapalha o irmão do que outra coisa. O metido a conquistador não vê sentido em encontros apenas para bater papo e tenta ao máximo conseguir uma noitada bem devassa para o publicitário, mas por conta dos planos furados até na cadeia Ed vai parar, local onde encontra uns tipos não muito confiáveis. As moças que ele conheceu também não eram bem o que ele procurava. Ao mesmo tempo em que precisa lidar com seus fracassos amorosos, Ed precisa urgentemente ter uma boa ideia para salvar seu emprego, no entanto, a solução de ambos os problemas que lhe tiram a paz podem estar relacionadas. Alinhavando esse fiapo de história temos uma avalanche de piadas escatológicas e outras para deixar qualquer um ruborizado, além de mulheres com pouca roupa desfilando pela tela.

Bem, realmente a receita é essa mesma, uma mistura do que há de pior em American Pie, O Dono da Festa e companhia bela, porém, sem verba para campanhas de marketings, tanto que nos EUA o longa foi lançado diretamente em vídeo, sinal de alerta de que vem bomba por aí. Por outro lado, é certo que essa receita bizarra tem um gostinho levemente diferenciado que seus similares graças ao desempenho de Brendan Fehr. O protagonista em crise no trabalho e na vida pessoal consegue passar uma imagem de fragilidade que acaba conquistando o espectador por representar um sujeito real, um jovem cheio de dúvidas que você pode encontrar em qualquer esquina. Klein, por sua vez, está acostumado a atuar em comédias desse tipo e tira de letra os possíveis constrangimentos propostos pelo enredo afinal já incorporou o personagem há anos. O contraste entre dois irmãos tão diferentes poderia render uma boa história, mas o roteiro de Tad Safran envereda pelo caminho do mau gosto e das piadas óbvias e outras tantas absurdas, enfim tudo como a receita das comédias adolescentes pede e você nem vê o tempo passar (ainda bem, poderia ser torturante). É preciso destacar a boa ideia de inserir cenas de vídeos caseiros, tipo videocassetadas, para pontuar os fracassos da vida de Ed. Ironicamente são estas rápidas sequências de imagens que resgatam a carreira do protagonista e que também salvam o longa do fracasso total. O diretor Pat Holden foi esperto e utilizou com habilidade os tais vídeos amadores como metáforas aos pensamentos dos personagens, um recurso estético que seria até comum para uma abertura de um filme, mas aqui também utilizado ao longo da narrativa de forma eficiente. Graças a isso podemos dizer que pudemos rir um pouco com esta bobagem, no entanto, por outro lado, Holden erra feio ao apresentar um tipo de filmagem extremamente tosco como se tivesse feito o filme a toque de caixa. Ao assistir Quase Virgem serão inevitáveis comparações com outras produções do tipo e até mesmo com o divertido O Virgem de 40 Anos, mas cinema fast food é assim mesmo. Todo mundo sabe que não faz bem, mas ainda insistem em repetir... E os produtores americanos estão aí para alimentar as vítimas da imbecilidade.

Comédia - 90 min - 2005 

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