Nota 6,5 Drama sobre disputa de casais pelo amor de uma criança poderia render muito mais
Nada
melhor para levar o público as lágrimas do que uma história que tenha no centro
das atenções uma criança em meio a um drama familiar. São inúmeros os exemplos
de filmes que se valeram deste artifício, sempre com uma ou outra novidade, mas
em geral são produções comumente chamadas de piegas pelos críticos, trabalhos
realizados sem grandes ambições, abusando dos clichês e da previsibilidade e
que dependem da propaganda boca-a-boca para terem alguma projeção.
Curiosamente, a maioria destas obras pode ser massacrada pelos cinéfilos,
porém, costumam agradar ao público-alvo, pessoas principalmente do sexo
feminino e já com certa maturidade e que não ligam para ver o blockbuster do
momento, mas sim assistir bons filmes, independente da época que foi lançado ou
se tem elenco famoso. De Coração Partido é uma produção
americana modesta que teve dificuldades para ser lançada, talvez justamente
pelo ar simplista exalado por seu enredo. No
passado, Wendy (Mira Sorvino) viveu um romance conturbado com o marido Rip
Porter (Barry Pepper), um alcoólatra que constantemente a agredia. Certo dia
ela levou o caso para as autoridades policiais e o rapaz acabou sendo preso e
condenado a participar de um programa de reabilitação em regime fechado. Sete
anos se passaram e Rip agora está em liberdade, regenerado e procura a
ex-mulher afirmando que se transformou em uma pessoa melhor e que está decidido
a construir uma família com ela, porém, a moça revela que estava grávida quando
ele foi preso, mas que acabou entregando a criança para adoção. Joey (Maxwell
Perry Cotton) foi criado por um casal com uma vida financeira e emocional muito
mais estável e promissora. Jack (Cole Hauser) e Molly Campbell (Kate Levering)
ficam desesperados quando recebem a visita de uma assistente social dizendo que
os pais verdadeiros entraram com pedido de guarda do menino, algo possível já
que Rip não deu seu consentimento na época para adoção. Começa assim uma
batalha judicial e emocional que abalará as duas famílias.
Já vimos outras vezes no cinema casais brigando pela guarda de crianças e ocupando lados opostos bem delineados nesta situação. O lado do Bem e o lado do Mal são traduzidos de forma estereotipada pela situação econômica, profissional ou emocional destas pessoas, recursos necessários para possibilitar a aproximação do espectador deste conflito e dar a opção de torcer por uma das duplas, mas sem perder o foco nos problemas vividos pelo menor que fica dividido entre escolher pela família de sangue ou a de criação ou, neste caso, optar por experimentar uma vida simples ou continuar com o luxo. O roteiro de Michael Lachance e Stephen J. Rivele até consegue prender a atenção até o fim, mas jamais chega a ser algo arrebatador. A tensão gerada pela dúvida de quem Joey escolherá para serem seus pais de agora em diante e as decepções dos Porters ao verem o sonho da família feliz ruir poderiam render sequências bem mais emocionantes, assim como para o casal Campbell que demonstra grande afeto pelo garoto. Aliás, para eles a situação é ainda mais dramática, afinal de contas criaram laços com o garoto desde bebezinho e literalmente substituíram os pais biológicos. O próprio Joey parece não querer a troca não só de responsáveis, mas também de estilo de vida. Nestes casos os direitos previstos em leis devem prevalecer sobre os sentimentos? A questão é bastante polêmica, é até mostrado que a justiça prevê que os pais de sangue podem tentar “conquistar” o menor com demonstrações de afeto, mas um quarto especialmente decorado ou uma casinha na árvore substituem o afago dos pais adotivos na hora da dor ou a vibração diante de algum êxito durante os seis anos que passaram juntos? É uma pena que além do roteiro ser desenvolvido com receio de colocar o dedo na ferida, até o diretor Jon Gunn parece não querer se arriscar e o resultado final é digno de um filme feito para TV. De Coração Partido é rápido, bem feitinho, interessante, porém, algo que deixa ao subirem os créditos finais a sensação de que faltaram certos elementos para reforçarem um produto que prometia bem mais. Até o garotinho acaba se tornando um coadjuvante quando na verdade deveria ser o protagonista, ainda que seu intérprete não seja tão carismático quanto outros astros mirins que deixaram sua marca na História do cinema. De qualquer forma, é um passatempo de qualidade e razoavelmente emocionante.
Já vimos outras vezes no cinema casais brigando pela guarda de crianças e ocupando lados opostos bem delineados nesta situação. O lado do Bem e o lado do Mal são traduzidos de forma estereotipada pela situação econômica, profissional ou emocional destas pessoas, recursos necessários para possibilitar a aproximação do espectador deste conflito e dar a opção de torcer por uma das duplas, mas sem perder o foco nos problemas vividos pelo menor que fica dividido entre escolher pela família de sangue ou a de criação ou, neste caso, optar por experimentar uma vida simples ou continuar com o luxo. O roteiro de Michael Lachance e Stephen J. Rivele até consegue prender a atenção até o fim, mas jamais chega a ser algo arrebatador. A tensão gerada pela dúvida de quem Joey escolherá para serem seus pais de agora em diante e as decepções dos Porters ao verem o sonho da família feliz ruir poderiam render sequências bem mais emocionantes, assim como para o casal Campbell que demonstra grande afeto pelo garoto. Aliás, para eles a situação é ainda mais dramática, afinal de contas criaram laços com o garoto desde bebezinho e literalmente substituíram os pais biológicos. O próprio Joey parece não querer a troca não só de responsáveis, mas também de estilo de vida. Nestes casos os direitos previstos em leis devem prevalecer sobre os sentimentos? A questão é bastante polêmica, é até mostrado que a justiça prevê que os pais de sangue podem tentar “conquistar” o menor com demonstrações de afeto, mas um quarto especialmente decorado ou uma casinha na árvore substituem o afago dos pais adotivos na hora da dor ou a vibração diante de algum êxito durante os seis anos que passaram juntos? É uma pena que além do roteiro ser desenvolvido com receio de colocar o dedo na ferida, até o diretor Jon Gunn parece não querer se arriscar e o resultado final é digno de um filme feito para TV. De Coração Partido é rápido, bem feitinho, interessante, porém, algo que deixa ao subirem os créditos finais a sensação de que faltaram certos elementos para reforçarem um produto que prometia bem mais. Até o garotinho acaba se tornando um coadjuvante quando na verdade deveria ser o protagonista, ainda que seu intérprete não seja tão carismático quanto outros astros mirins que deixaram sua marca na História do cinema. De qualquer forma, é um passatempo de qualidade e razoavelmente emocionante.
Drama - 104 min - 2009
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