domingo, 15 de novembro de 2015

O INVISÍVEL

Nota 4,0 Flertando com o espiritismo, longa tem premissa interessante, mas é previsível

Filmes que abordam temas ligados ao espiritismo, como vida após a morte ou a possibilidade de ainda vivenciar o mundo real quando aparentemente a alma já está desvencilhada do corpo, chamam a atenção e já tem público cativo. Nos anos 2000, parece que a onda de longas espíritas pegou o mundo todo, principalmente depois que o suspense O Sexto Sentido aliou com perfeição sustos com mensagens que os interessados na área tanto buscavam. Tal obra reascendeu a procura por produtos do tipo, mas nem tudo que surgiu em seguida conseguiu resultados tão bons. O mesmo produtor que fez o mundo roer as unhas até o último minuto com a história do garoto que podia se comunicar com os mortos não repetiu o feito com O Invisível, suspense com pegada espírita, mas que está longe de ser um estudo profundo do assunto, parecendo mais uma introdução a esse universo para adolescentes. Nick Powell (Justin Chatwin), é um aspirante a escritor que promete trilhar um caminho profissional brilhante e se destaca no colégio com suas redações. Porém, sua vida é inesperadamente interrompida quando é brutalmente atacado numa noite e abandonado praticamente sem vida em um local afastado da cidade onde mora. No dia seguinte, o jovem está de volta à sala de aula, mas estranha o comportamento dos colegas e da professora que parecem ignorá-lo. O mesmo acontece quando chega em casa e ele encontra sua mãe, Diane (Marcia Gay Harden) que também parece não enxergá-lo. Pouco a pouco ele descobre que está preso entre o mundo dos vivos e dos mortos e que a única pessoa que pode entrar em contato com ele é Annie (Margarita Levieva), mas ela mesma pode estar envolvida com os fatos que levaram Powell a esta situação.

No conjunto, O Invisível, título genérico, mas que traduz bem a ideia da obra, não passa de uma produção ligeira que segura a atenção, mas provavelmente esquecível pouco tempo depois devido ao seu ritmo e história irregulares. Baseado no longa sueco Den Osynlige, filme de 2002 inédito no Brasil e sem título traduzido, a história na versão americana criada por Mick Davis e Christine Roum sofreu uma importante modificação para tentar deixá-la mais substancial. Na versão original temos apenas um adolescente invisível, mas no caso temos dois. O rapaz habita uma espécie de limbo onde tem a possibilidade de entender o que lhe aconteceu e ainda há chances de reverter essa situação. Por outro lado, temos uma jovem que desde a morte de sua mãe é ignorada pela sociedade, o que a torna invisível metaforicamente. Não é apenas a coincidência do fator da invisibilidade que une o destino dos dois, mas também o fato da garota enveredar pelo mundo do crime para sobreviver e isso ter a ver com o que aconteceu com o estudante. Flertando entre o drama e o suspense, o diretor David S. Goyer, que dirigiu Blade Trinity e roteirizou Batman Begins, parece não se dar muito bem fora do gênero ação. A introdução é instigante, mas falta ritmo para a história seguir em frente. Todavia, o filme aparentemente agrada bastante aos adolescentes e nisso é preciso concordar. Realmente, como já dito, parece que a produção foi pensada especialmente para esse público e até se torna uma opção acima da média para ele. A fotografia, locações e iluminação sombrias carregadas nos tons azulados e acinzentados acentuam o clima de suspense para envolver os jovens, mas para espectadores mais críticos e experientes tudo funciona para dar um ar melancólico e que desperta sonolência.

Suspense - 102 min - 2007 

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