sábado, 21 de novembro de 2015

O ENCONTRO (2002)

Nota 5,0 Visual datado e premissa interessante não são suficientes para segurar suspense

Mortes misteriosas, um buraco que esconde uma história macabra do passado, alucinações, religião e até um milharal. A maior parte dos clichês dos filmes de terror e suspense que fizeram sucesso nos anos 70 e 80 batem cartão em O Encontro produção que tem uma premissa bem interessante, mas esfria aos poucos culminado em um final pouco original e sem impacto. Nem quando os segredos são revelados percebemos que chegamos ao ápice da história devido a narrativa arrastada. Apesar disso, o recheio deste filme prende bastante a atenção, investindo em uma trama que mistura o sobrenatural com uma espécie de culto macabro do passado, quando algumas pessoas se encontravam em um templo para assistir o sofrimento de outras até morrerem. O roteiro de Anthony Horowitz nos leva para a Inglaterra onde dois jovens caem em um buraco e não resistem. Esse poderia ser só mais um corriqueiro acidente com final trágico, mas o tal buraco esconde segredos. Lá dentro existem diversas esculturas com formas humanas e esculpidas em relevo que parecem olhar para uma cruz. Simon Kirkman (Stephan Dillane), um especialista em religiões, é convocado para inspecionar o local e paralelamente a isso, Marion (Kerry Fox), sua esposa, atropela acidentalmente Cassie Grant (Christina Ricci), uma jovem que parece ter perdido a memória com o choque, apesar de fisicamente não ter sofrido nenhum trauma grave. Ela acaba sendo acolhida na casa dos Kirkman e informalmente se torna a babá das crianças da família. Conforme o tempo passa, a jovem começa a ter visões de pessoas ensanguentadas ou estranhas e a ouvir vozes. Aos poucos, esses acontecimentos vão sendo ligados à descoberta feita dentro do buraco e Dan Blakeley (Ioan Gruffudd), com quem a jovem faz amizade, pode ser uma peça importante para desvendar o mistério.

O diretor Brian Gilbert até que tem boas ideias e demonstra empenho para criar um clima sombrio bem típico dos filmes B de horror, declaradamente suas maiores inspirações como A Profecia, embora este exemplar hoje em dia esteja longe do que consideramos padrão trash. As locações tipicamente européias, como um vilarejo com características medievais cercado por plantações, bosques e estradas de terra, ajudam a criar uma interessante atmosfera, mas a fotografia prejudicada pelo excesso de luz natural e a estratégia manjada de aumentar o som em momentos oportunos para assustar não colaboram em nada para deixar o espectador roendo as unhas. No quesito enredo, como já dito, a produção fica no meio do caminho, porém, as raízes do roteiro são interessantes e baseadas em lendas medievais. Uma é sobre a chegada do Santo Graal na Inglaterra após a morte de Jesus Cristo e a outra fala sobre um sapateiro que teria recusado ajudar Jesus em um momento difícil e por isso foi condenado a vagar pela Terra até o fim dos tempos. Ambas as histórias estariam ligadas ao tal buraco e às imagens lá dentro escondidas. O problema é que as explicações para esse mistério são um tanto intricadas e cheias de nomes envolvidos, o que pode dificultar a compreensão e fazer a atenção dispersar, mas não se pode deixar de elogiar o visual dado para o painel de esculturas, muito bem feito e enigmático. Dispensando esse entrecho confuso, os delírios da personagem de Christina Ricci realmente geram dúvidas no espectador até quase no fim e a atriz praticamente carrega o filme nas costas. Além dela, Gruffudd, de Quarteto Fantástico, é o único nome famoso do elenco, mas seu papel é inexpressivo, apesar de ter sua importância nos últimos momentos. Fracasso nos EUA e mal lançado no Brasil, O Encontro hoje vive no ostracismo, mas não é um filme de todo ruim, cumpre o seu papel de entreter, porém, prometia mais. Quem adora levar sustos em ritmo acelerado e em grandes quantidades deve se decepcionar.

Suspense - 83 min - 2002 

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Um comentário:

renatocinema disse...

Não sei não....fiquei meio desconfiado com esse filme, essa sinopse, esse elenco...tudo.