Nota 6,0 Para variar, Jennifer Lopez sonha com grande amor pela enésima vez no cinema
Existem atrizes que irremediavelmente se tornaram sinônimos de comédias
românticas e Jennifer Lopez é uma delas. Seu perfil dócil combina com o estilo,
mas ao mesmo tempo ela tem algo de mulher determinada dentro de si que se
encaixa muito bem para viver personagens destemidas. Em Plano B ela
encontrou um papel que une as duas características, embora envolta em situações
previsíveis e um tanto açucaradas propostas pelo ligeiro roteiro de Kate Angelo.
Ela interpreta Zoe, uma mulher que está cansada de aguardar pelo seu príncipe
encantado e realizar seu sonho de ser mãe afinal de contas já está beirando a idade
limite para ter uma gravidez normal e sem riscos. A falta de companhia
masculina é um problema que realmente ela não tem como resolver, mas a vontade
de se tornar mãe sim. Ela resolve recorrer a um médico especializado em fazer
inseminação artificial, no entanto, no dia em que realiza o procedimento, o
destino lhe coloca finalmente um homem que vale a pena em seu caminho. Stan
(Alex O’Loughlin) também se apaixona por ela e eles começam a se relacionar
seriamente, mas Zoe acaba descobrindo que a inseminação deu certo e ela está
grávida de verdade de um completo desconhecido. A notícia surpreende o
namorado, porém, ele topa criar a criança como se fosse o pai biológico, mas
até ela nascer muita coisa pode acontecer. Logo vem a descoberta de que eles
serão pais de gêmeos e a convivência começa a ficar difícil para ambos,
principalmente por causa das particularidades que envolvem a chegada de um bebê.
Neste caso tudo em dobro necessitando sempre literalmente de um plano b.
Zoe praticamente reflete a
imagem da mulher moderna: chega quase aos 40 anos de idade se dedicando a vida
profissional, é imponente e pode até ser um pouco masculinizada em alguns
gestos e atitudes, mas ainda assim mantém seu espírito romântico intacto e
sonha com uma vida feliz em família ou pelo menos ao lado de um filho. Seguindo
a tradição do gênero, logo pela introdução já podemos imaginar o desenrolar da
história, mas ainda assim ele consegue prender a atenção com um casal de
protagonistas simpático que se dividem entre situações de puro romance e outras
de humor beirando o pastelão. A relação entre Zoe e Stan é um pouco construída
aos tropeços e na base do clichê. Os constantes encontros supostamente ao acaso
e a fácil aceitação do rapaz em assumir os filhos gêmeos da namorada soam forçados,
mas necessários para a condução rápida do roteiro que ganha fôlego e fica mais
interessante justamente quando o futuro papai fica na dúvida se fez a escolha
certa. O medo da chegada dos bebês, o futuro incerto já que a mulher é
bem-sucedida profissionalmente e o rapaz não achou seu caminho, mas
principalmente as diferenças que vão percebendo no dia-a-dia de convivência
pesam para uma inerente separação. Exposto assim até parece que o longa propõe
uma reflexão sobre tais temas, mas sempre o tom cômico tenta se
impor chegando ao ponto de haver uma cena discutível de parto
natural. Para completar, quando tudo parece estar bem, a última cena investe no
clichê do “ai começa tudo outra vez”. O diretor Alan Poul, oriundo da
televisão, estreou nos cinemas conduzindo de modo comum uma história que
poderia ir além de uma simples comédia para passar o tempo. Todavia, Plano
B não traz malefícios e tampouco acrescenta nada ao público ou ao
gênero a que pertence.
Comédia romântica - 104 min - 2010
Um comentário:
Deve ser uma experiência horrível assisti-lo!
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