domingo, 24 de janeiro de 2016

PLANO B

Nota 6,0 Para variar, Jennifer Lopez sonha com grande amor pela enésima vez no cinema

Existem atrizes que irremediavelmente se tornaram sinônimos de comédias românticas e Jennifer Lopez é uma delas. Seu perfil dócil combina com o estilo, mas ao mesmo tempo ela tem algo de mulher determinada dentro de si que se encaixa muito bem para viver personagens destemidas. Em Plano B ela encontrou um papel que une as duas características, embora envolta em situações previsíveis e um tanto açucaradas propostas pelo ligeiro roteiro de Kate Angelo. Ela interpreta Zoe, uma mulher que está cansada de aguardar pelo seu príncipe encantado e realizar seu sonho de ser mãe afinal de contas já está beirando a idade limite para ter uma gravidez normal e sem riscos. A falta de companhia masculina é um problema que realmente ela não tem como resolver, mas a vontade de se tornar mãe sim. Ela resolve recorrer a um médico especializado em fazer inseminação artificial, no entanto, no dia em que realiza o procedimento, o destino lhe coloca finalmente um homem que vale a pena em seu caminho. Stan (Alex O’Loughlin) também se apaixona por ela e eles começam a se relacionar seriamente, mas Zoe acaba descobrindo que a inseminação deu certo e ela está grávida de verdade de um completo desconhecido. A notícia surpreende o namorado, porém, ele topa criar a criança como se fosse o pai biológico, mas até ela nascer muita coisa pode acontecer. Logo vem a descoberta de que eles serão pais de gêmeos e a convivência começa a ficar difícil para ambos, principalmente por causa das particularidades que envolvem a chegada de um bebê. Neste caso tudo em dobro necessitando sempre literalmente de um plano b.

Zoe praticamente reflete a imagem da mulher moderna: chega quase aos 40 anos de idade se dedicando a vida profissional, é imponente e pode até ser um pouco masculinizada em alguns gestos e atitudes, mas ainda assim mantém seu espírito romântico intacto e sonha com uma vida feliz em família ou pelo menos ao lado de um filho. Seguindo a tradição do gênero, logo pela introdução já podemos imaginar o desenrolar da história, mas ainda assim ele consegue prender a atenção com um casal de protagonistas simpático que se dividem entre situações de puro romance e outras de humor beirando o pastelão. A relação entre Zoe e Stan é um pouco construída aos tropeços e na base do clichê. Os constantes encontros supostamente ao acaso e a fácil aceitação do rapaz em assumir os filhos gêmeos da namorada soam forçados, mas necessários para a condução rápida do roteiro que ganha fôlego e fica mais interessante justamente quando o futuro papai fica na dúvida se fez a escolha certa. O medo da chegada dos bebês, o futuro incerto já que a mulher é bem-sucedida profissionalmente e o rapaz não achou seu caminho, mas principalmente as diferenças que vão percebendo no dia-a-dia de convivência pesam para uma inerente separação. Exposto assim até parece que o longa propõe uma reflexão sobre tais temas, mas sempre o tom cômico tenta se impor chegando ao ponto de haver uma cena discutível de parto natural. Para completar, quando tudo parece estar bem, a última cena investe no clichê do “ai começa tudo outra vez”. O diretor Alan Poul, oriundo da televisão, estreou nos cinemas conduzindo de modo comum uma história que poderia ir além de uma simples comédia para passar o tempo. Todavia, Plano B não traz malefícios e tampouco acrescenta nada ao público ou ao gênero a que pertence. 
Comédia romântica - 104 min - 2010 
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3 – 4 Regular, serve para passar o tempo
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9 – 10 Excelente, praticamente perfeito do início ao fim
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Um comentário:

Luís disse...

Deve ser uma experiência horrível assisti-lo!