Nota 3,0 Desde o genérico título, longa denuncia sua falta de originalidade e pinta de filme B

A caça a tesouros é um dos temas
mais clássicos do cinema e serviram como argumento para várias produções que
rechearam as tardes na TV, as prateleiras de locadoras e marcaram a infância de
muita gente, mas produtos do tipo viveram um período de ostracismo em meados
dos anos 90 ressurgindo com força no século 21 graças a franquia
Piratas do Caribe. Diz o ditado que quem
não tem cão caça com gato e assim quem não pode contar com um polpudo orçamento
precisa brincar usando a criatividade, dessa forma muitos produtos menores com
temática semelhante foram produzidos para lançamento direto em DVD como é o
caso de
O Tesouro Perdido que só por seu título genérico já aniquila
expectativas e clama pelo rótulo de filme B. O diretor Jay Andrews claramente
quis realizar um projeto que resgatasse o espírito de antigas aventuras que
dispensavam o uso de efeitos mirabolantes e investiam mais na história e em
situações realistas, porém, o resultado é apenas um passatempo esquecível. A
trama escrita por Harris Done e Diane Fine começa com um incêndio em um museu
de onde um ladrão passando-se por bombeiro furta, entre outras coisas, um
quadro. Logo que toma conhecimento do episódio, a polícia sai ao encalço do
bandido que em meio a perseguição acaba fugindo e deixando a mercadoria na
estrada. O investigador Carl McBride (Coby McGlaughlin) fica curioso com o tal
quadro que aparentemente não tem nada demais para ser alvo de um roubo e
resolve pedir ajuda ao seu irmão Bryan (Stephen Baldwin), um especialista em
antiguidades que revela uma surpreendente lenda. Analisando o tecido e a
pintura, o rapaz afirma que este seria um mapa feito pelo famoso Cristóvão
Colombo que indicaria a localização de um navio perdido que estaria repleto de
ouro e outras riquezas esquecidas pelo historiador. Os irmãos partem para o
Panamá, mais especificamente para a Ilha Damas, para tentar achar o tesouro,
mas é óbvio que bandidos estarão na cola deles. O mandante do roubo, Ricardo
Arterra (Hannes Jaenick), tem em seu poder outra parte do mapa, sequestra Carl
e parte rumo a ilha.

O resto do mapa, na verdade uma
cobertura que completaria a parte que está no poder do sequestrador, está com
Bryan que contrata os serviços da piloto Carrie (Nicolette Sheridan) para
levá-lo até a tal ilha. A moça só descobre os reais motivos da viagem quando o
helicóptero cai na selva em meio a uma forte tempestade noturna. A essa altura,
Arterra e seu bando já estão prontos para atacar após serem enganados por Carl
que tentava ganhar tempo dizendo que tinha memória fotográfica e os levaria até
o local em que o tesouro está enterrado. Para dar uma complicada na trama,
existe a ameaça de que um tsunami pode ocorrer a qualquer momento e o detetive
Sean Walker (Jerry Doyle), o chefe de Carl, mantém ligações com os bandidos e
também chega a ilha com intenções de colocar as mãos no tesouro. Saem os
piratas clássicos de capa e espada e entram em cena os piratas modernos
vestindo jeans e com arma de fogo em punho.
O Tesouro Perdido cai bem
para matar o tempo sem compromisso quando não há nada melhor para se fazer, mas
obviamente quem escolher essa opção deve estar ciente que este é um produto de
baixo orçamento e com roteiro super previsível, portanto a insatisfação é um
resultado inerente. O pior é que fora o conflito capenga entre mocinhos e
bandidos, não há nada que ajude a movimentar a trama, nem mesmo as ameaças da
natureza. Fica no ar o interesse romântico entre Carrie e Bryan (o velho clichê
do triângulo amoroso envolvendo o irmão viria a calhar neste caso) e ainda
temos que aguentar um casal que entrou de gaiato na história, um negão bobalhão
e sua esposa mandona e de voz fanhosa, personagens desnecessários que deveriam
injetar humor ao enredo, mas acabam constrangendo o espectador com falas ridículas. Por
fim, a curta duração dá a assinatura final de que não há justificativa para
este produto ter sido realizado, afinal desde a sua premissa está subentendido
que os lucros passariam longe. Com início razoável e desenvolvimento fraco, o
final põe uma pá de cal no assunto subestimando a inteligência do espectador
descaradamente. O orçamento devia estar no fim e precisaram encerrar as
filmagens às pressas recorrendo a uma conclusão digna de redação infantil.
Aventura - 89 min - 2003
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