sábado, 8 de abril de 2017

MENSAGENS DO ALÉM

Nota 4,0 Apesar do título, longa é suspense policial com boa premissa, mas resultado é irregular

Quem se sente atraído pelo genérico título Mensagens do Além certamente espera que a temática da comunicação do mundo dos mortos com o dos vivos seja destacada, porém, o longa do diretor David Fairman deve decepcionar os fanáticos pelo assunto, revelando-se um suspense muito mais de cunho policial que espiritual. O roteiro de Wayne Kinsey e Ivan Levene começa apresentando um rápido acidente de carro no qual a vítima é arremessada para fora pelo vidro dianteiro. Oito meses depois, um corpo de mulher é encontrado em um matagal, mais uma vítima de um assassino serial que parece estar atacando na região. O que tem a ver estes dois episódios? Ambos são de interesse do Dr. Richard Murray (Jeff Fahey) que perdeu a esposa Carol (Geraldine Alexander) no citado desastre e trabalha no setor de autópsias do hospital local que está recebendo os corpos mutilados das vítimas do desconhecido maníaco. Este médico legista é um bom profissional, porém, constantemente está em atrito com o Dr. Robert Golding (Bruce Payne) que implica com suas constantes faltas e seu vício em bebidas, problemas que Murray justifica pelas dificuldades em superar a morte da mulher que aparece em flashbacks mostrando que a vida do casal estava um pouco conturbada. Ela amava demais o marido e jamais sentiu que seu amor foi correspondido à altura, assim passou a criar em sua cabeça delírios a respeito de infidelidade que culminaram em sua trágica morte. Além de lidar com o Dr. Golding, que não inspira ser de confiança, o legista ainda terá que enfrentar um encontro com seu passado com a chegada da Dra. Frances Beales (Kim Thompson), sua namorada nos tempos da faculdade. O fogo da paixão nas reascende, mas ela serve como uma espécie de confidente, afinal sua área de atuação é a psicologia. Murray conta a ela que certa noite viu no seu computador uma mensagem de pedido de ajuda, mas não se lembra de tê-la escrito. Em outra ocasião sonhou com a morte de uma jovem e quando acordou viu no espelho do banheiro o nome Julie French, justamente a quinta garota a falecer de forma brutal e que ele mesmo terá que fazer a autópsia.

Golding analisa os resultados dos exames desses corpos femininos e chega a conclusão de que todas foram estranguladas, os ferimentos foram feitos em partes do corpo estratégicas, tudo com muita calma, a não ser o fato de que os olhos de cada uma foram arrancados violentamente. Já Frances faz a análise psicológica do assassino, uma pessoa metódica e que mata com requintes de crueldade como se repugnasse as mulheres, colocando os corpos em locais diferentes de onde foram assassinadas, regiões mais visíveis propositalmente porque tem a necessidade de que vejam os resultados de seus atos. Provavelmente analisa o comportamento das vítimas por vários dias antes de atacá-las. Já o delegado Collins (Martin Kove) afirma que não há ligações aparente entre as garotas mortas, mas em dois corpos foram encontradas evidências de que o assassino usa luvas cirúrgicas na hora de matar. A análise deste material o faz desconfiar de Murray, ainda mais quando ele tem acesso ao seu histórico de assinaturas de pontos de trabalho, coincidindo suas faltas com o período dos assassinatos de cada uma das vítimas. A essa altura a sexta vítima do maníaco chega ao setor de necropsia do hospital e, para piorar, o corpo é de uma enfermeira com quem o legista chegou a se relacionar. Pronto! Murray é o assassino e ponto final. Bem, embora Mensagens do Além não seja memorável, sua trama consegue deixar várias pistas espalhadas para duvidarmos de outros personagens, ainda que todas as suspeitas recaiam sobre o protagonista que talvez por chegar a um ponto de se convencer que sofre de algum distúrbio mental que o leva a matar e depois esquecer seus atos recuse a ajuda religiosa de seu amigo Padre Randall (Jon-Paul Gates). Embora consiga prender a atenção boa parte do tempo, o diretor escorrega na reta final propondo uma solução com justificativa que não cola, inclusive esclarecendo a morte de Carol, e deixou passar alguns furos ao longo da narrativa, como o fato de Murray ser afastado do trabalho por causa de alguns diagnósticos errados de pacientes com câncer. Mas ele não é médico legista? De qualquer forma, uma opção que entretém sem causar grandes ferimentos à inteligência do espectador, embora seja difícil engolir até mesmo os créditos iniciais, caprichados com closes de máscaras e bonecas iluminados por luz velada, porém, elementos que não têm ligação alguma com a trama.

Suspense - 90 min - 2007

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