Nota 5,0 Com humor crítico, argumento sobre aceitação e maturidade cairia melhor a um drama


Apesar de parecer uma comédia
banal como tantas para entreter adolescentes, na realidade o longa é
direcionado a um público mais velho, na casa dos 25 aos 40 anos. Nessa faixa de
idade é comum as pessoas repensarem suas trajetórias. O que planejavam e deu
errado, o que foi concretizado, os planos que precisaram ser adaptados a outra
realidade, enfim é um balanço da vida até então. Nos EUA são comuns eventos
para reunir as turmas de colégios e faculdades anos depois, motivo de alegria
para alguns que podem se gabar de ter realizados seus sonhos, ter um ótimo
emprego e formado família, mas também motivos de melancolia para outros que
precisam lidar com frustrações, podem não ter profissões de elite e até mesmo
conviver com o fantasma da solidão. No fundo é como na época de estudantes.
Populares versus manés. O lance do reencontro é ver quem manteve o status, se
alguém caiu do pedestal ou ainda se surpreender com aqueles que conseguiram dar
a volta por cima. Em meio ao clima nostálgico, amor e ódio se esbarram. Turma 94 - O Grande Encontro (no original
"The D Train", o apelido do protagonista no colegial) na realidade
traz poucos momentos de humor genuíno e deve decepcionar os fãs de Black,
embora há muito tempo ele já mostre que não é apenas um comediante e sim um
ator de verdade, com letras maiúsculas. Aqui seus recursos dramáticos são mais
exigidos visto que Landsman, no fundo, é um pobre coitado que mesmo adulto tem
a inocente esperança de que vai conquistar respeito e amizades oferecendo uma
festa perfeita. Ou seja, para ele o importante não é seu caráter, quem ele é, e
sim o que ele pode proporcionar material ou emocionalmente aos outros através
de um evento inesquecível. Tentando agradar, ele até esquece da família,
principalmente do filho adolescente Zach (Russell Posner) que está vivendo um
primeiro amor e precisaria de conselhos do pai, e talvez mande às favas até
mesmo sua masculinidade, visto que aceita transar com Lawless que topa qualquer
parada estando de porre. Apesar do estranho desfecho e da narrativa truncada ao
não seguir um gênero específico, salva-se a parceria entre Black e Marsden,
afiadíssimos nos diálogos e demonstrando profissionalismo ímpar, principalmente
na cena em que passam a noite juntos. Uma sequência que poderia ser constrangedora,
torna-se uma tórrida cena de sexo, ainda mais quando nos lembramos que Landsman
faz isso por pura submissão. Julgando por tal ângulo, o enredo seria melhor se
trabalhasse a temática numa linha mais dramática.
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