sábado, 24 de fevereiro de 2018

FLORESTA DOS CONDENADOS

Nota 0,5 Só vale pelo voo de câmera que captura a floresta de cima ilustrando créditos iniciais

Florestas amaldiçoadas há muito tempo já não causam o medo esperado, mas ainda existem cineastas que insistem na fórmula e colocam os mais variados tipos de ameaças para habitar as matas fechadas e atacar os turistas incautos. Floresta dos Condenados já começa clichê com uma frase profética retirada de algum livro bíblico para explicar o argumento pifiamente desenvolvido pelo roteiro de Joseph London e Johannes Roberts, este também diretor da fita. Reza a lenda que existem belas, sedutoras e perigosas ninfas que se escondem nas regiões sombrias de uma antiga floresta. Expulsas do Paraíso por terem sido contaminadas pelas emoções humanas de sensualidade e desejo, as outrora anjas caíram na Terra e há centenas de anos vagam atraindo vítimas com seus belos corpos desnudos para depois mostrarem suas verdadeiras feições. Com características vampirescas, atacam para saciarem a vontade de sangue até levarem suas presas à morte. Sem preocupação alguma de surpreender o espectador, é óbvio que a trama lança um grupo de jovens insuportáveis para se perder por esta mesma região. Acidentalmente eles atropelam uma mulher quando estavam a caminho de uns dias no campo, mas atordoados, feridos e cansados, vagam no meio do nada em busca de ajuda até que dois deles, Judd (Daniel Maclagan) e Molly (Nicole Petty), encontram uma cabana escondida no coração do matagal. Todavia, quando pensam estar a salvo é que os problemas começam de verdade. A casa pertence a Stephen (Tom Savini), um sujeito esquisitão atordoado pelas lembranças de infância quando viu com seus próprios olhos as ninfas assassinarem brutalmente seus pais. Ele cresceu solitariamente na floresta e sequestra turistas perdidos a fim de usá-los como iscas para colocar em prática seus planos de vingança contra as criaturas demoníacas que arruinaram sua vida.

À medida que a noite avança, os outros jovens que permanecem vulneráveis na mata tentam escapar das sedutoras armadilhas das ninfas, mas seus ataques não dão medo, pelo contrário, involuntariamente causam riso. A maquiagem ridícula e as caras e bocas forçadas fazem as criaturas do mal parecem ter saído de algum filme do Zé Caixão, embora ele tenha talento para transformar o trash em cult. Roberts está longe de ter essa habilidade. Seu trabalho é extremamente amador, pessimamente filmado, com cortes abruptos de edição, narrativa enfadonha e atuações risíveis de um elenco que parece ter sido escolhido aleatoriamente passeando na rua. Savini é o único com um currículo mais relevante, tento passagem por boas fitas de terror como Um Drinque no Inferno, Madrugada dos Mortos e Terra dos Mortos, mas não se sai bem como o justiceiro de caráter dúbio. De certa forma seu personagem é quem tinha tudo para sustentar o filme, mas ele próprio não parece saber que sentido dar a ele. Faltou pulso na direção de Roberts que também parecia não saber qual caminho seguir para justificar uma história que não deveria ter saído do papel. Fica nítida sua adoração pelo gênero terror, tanto que ele se afunda em clichês, porém, nem mesmo copiando consegue desenvolver situações razoáveis. Ainda se tivesse se prendido aos conflitos envolvendo o trio de protagonistas Floresta dos Condenados poderia ser suportável, mas quando a ação volta para o resto dos adolescentes perdidos na floresta não há como prender o riso ou esconder a raiva de estar perdendo tempo com tamanha bobagem. As cenas de morte que deveriam ser impactantes e momentos clímax nos deixam ruborizados de tão podreiras que são. Há quem opte por cenas toscas por questão de estilo, mas neste caso é puro relaxo mesmo ou amadorismo de quem leva ao pé da letra que para fazer cinema basta uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Roberts não sabe lidar com o equipamento e tem na mente apenas m... Deixa pra lá!

Terror - 81 min - 2005

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