Nota 6,0 Baseado em fatos reais, suspense feito para a TV perde fôlego pelo excesso de pistas

O diretor John Badham, do nostálgico Os Embalos de Sábado a
Noite, fragmentou sua narrativa de forma que acompanhamos três caminhos de uma
mesma história. Temos Ellena na prisão contando sua versão dos fatos à
advogada, esta que ao mesmo tempo faz suas próprias pesquisas sobre o caso e as
formas possíveis para ao menos atenuar a sentença da ré. Em flashback, temos as
imagens dos eventos que a acusada relata e em paralelo a isso é mostrado o
trabalho da acusação procurando meios para sustentar a afirmação de que o
envolvimento amoroso entre Ellena e David não passou de um delírio psicótico da
jovem. Pelos primeiros minutos não temos muitas informações para entender o
porquê deste episódio de adultério ter levado uma mulher à prisão. A hipótese
mais óbvia é de que ela teria assassinado o amante já que ele se recusou a
abandonar sua família, o que implicaria em manchar sua reputação como
profissional e também abrir mão de uma vida de luxos. Para o bem do filme, felizmente
a coisa não é bem por aí. Por outro lado, para quem costuma assistir a dramas
de tribunais, até mesmo de novelas, Presença de Ellena é bem previsível, mas
não deixa de ser interessante acompanhar a reunião de pistas dos advogados de
ambas as partes, a constante cara de cinismo de Elfmnan e ter a surpresa de
revelações a respeito de duas personagens muito próximas à criminosa. Todavia,
ao longo da narrativa vão sendo dadas dicas sobre o comportamento e o passado
de Ellena que acabam ofuscando o impacto que a conclusão poderia oferecer.
Típico produto a la “Super Cine”, apesar das boas intenções, este suspense é
próprio para entreter platéias menos exigentes, a julgar pelo roteiro
mastigadinho e a estética carregada de vícios televisivos (foi produzida por um
canal a cabo), principalmente no que diz respeitos aos cortes de edições.
Todavia não é dos piores entre as produções de porte pequeno, dá para encarar
numa boa.
Suspense - 90 min - 2002
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