Nota 6,0 Carisma dos protagonistas ajuda a manter interesse por comédia romântica fantasiosa
Meg Ryan tem uma trajetória
profissional mais ou menos como a de Julia Roberts. Seu terreno seguro é o
gênero romântico e seus filmes já tem público cativo, talvez por isso elas
tenham se tornado símbolo do cinema lucrativo da década de 1990, mas ambas hoje
em dia já não estão no mesmo patamar de outrora. A diferença é que a loira de
olhos claros não conseguiu transitar bem por outros estilos de filmes e acabou
criando raízes em um mesmo, motivo que talvez explique o porquê de sua presença
nas telas nos últimos anos ser quase nula. Chegam novas safras de atrizes para
ocupar sua vaga e ela sofre com a escassez de bons papéis para mulheres
maduras. Todavia, mesmo repetindo um personagem que ela praticamente passou a
vida toda interpretando, em Kate e Leopold a
balzaquiana prova mais uma vez que faz bem aquilo a que se propõe.
Ela dá vida a Kate, uma bela e bem-sucedida executiva do mundo da publicidade que vive
brigando com seu ex-namorado Stuart (Liev Schreiber). Eles vivem no mesmo
prédio e ela implica com as loucuras do rapaz que se dedica a pesquisas
científicas. Um dia, ele descobre um portal que acaba acidentalmente transportando
de uma época antiga para os tempos contemporâneos Leopold (Hugh Jackman),
um nobre do século 19. Sem saber como mandá-lo de volta para o passado e
enfrentando alguns problemas pessoais, Stuart abriga em seu apartamento o rapaz
que precisa enfrentar as mudanças radicais existentes entre a época que vivia e
a que passou a habitar de uma hora para a outra. Kate inicialmente evita
contato com Leopold por achar que ele está fazendo algum tipo de brincadeira já
que ele se comporta, fala e se veste estranhamente, mas logo ela passa a se
sentir atraída pelo seu jeito gentil e romântico. Um homem do tipo é artigo raro e ela obviamente não poderia deixar passar a chance de literalmente ter um príncipe ao seu lado.
Além do chamariz de uma atriz
sinônimo de romantismo, Kate e Leopold na época tinha um
trunfo a mais: a presença de Hugh Jackman em plena fase de ascensão devido ao
estouro de X-Men - O Filme. O ator não foi bobo e tentou
fincar seu nome em outras produções fora do campo dos mutantes como Alguém
Como Você e A Senha. Fez bem ele. As melhores (e poucas)
cenas de humor desta comédia com premissa absurda são dele, apesar dos clichês
do homem da antiguidade tentando se adaptar aos dias atuais serem muito
manjados, mas que acabam ganhando um pouco de fôlego aqui com o auxílio do
coadjuvante Breckin Meyer, de Garfield. Ele interpreta o irmão
da protagonista e aproveita para tomar umas aulas para conquistar as mulheres
com seu provável galanteador cunhado. Parecendo um maluco inicialmente para
Kate, o romântico Leopold acaba a conquistando com seu cavalheirismo, algo raro
nos tempos modernos, porém, o rapaz desliza em certos momentos ao parecer muito
bem adaptado à modernidade e em poucos instantes lembrar que veio do passado,
mas mesmo assim não compromete o resultado, isso se você não for extremamente
crítico, até porque alguns aspectos históricos mencionados para as explicações
e piadas de Leopold foram mal apuradas. Apesar dos furos do roteiro e do final
super previsível, o diretor e roteirista (no caso dividindo os créditos do
texto com Steven Rogers) James Mangold, o mesmo que já trabalhou com argumentos
melhores como no caso de Garota, Interrompida, conseguiu cumprir o
que o enredo promete apresentando uma agradável comédia para assistir, sonhar,
se emocionar e não precisar gastar o cérebro. A única coisa a ser severamente
criticada são os minutos finais com ritmo acelerado e desfecho que esvazia o
romantismo da obra como num passe de mágica.
Comédia romântica - 118 min - 2001 - Dê sua opinião abaixo.
Um comentário:
Vi partes desse filme essa semana na Sessão da Tarde, :p. Não conhecia, mas o que vi achei bem simpático. Adoro os dois atores e a história apesar de previsível como você falou, parece nos envolver.
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