domingo, 27 de dezembro de 2015

KATE E LEOPOLD

Nota 6,0 Carisma dos protagonistas ajuda a manter interesse por comédia romântica fantasiosa

Meg Ryan tem uma trajetória profissional mais ou menos como a de Julia Roberts. Seu terreno seguro é o gênero romântico e seus filmes já tem público cativo, talvez por isso elas tenham se tornado símbolo do cinema lucrativo da década de 1990, mas ambas hoje em dia já não estão no mesmo patamar de outrora. A diferença é que a loira de olhos claros não conseguiu transitar bem por outros estilos de filmes e acabou criando raízes em um mesmo, motivo que talvez explique o porquê de sua presença nas telas nos últimos anos ser quase nula. Chegam novas safras de atrizes para ocupar sua vaga e ela sofre com a escassez de bons papéis para mulheres maduras. Todavia, mesmo repetindo um personagem que ela praticamente passou a vida toda interpretando, em Kate e Leopold a balzaquiana prova mais uma vez que faz bem aquilo a que se propõe. Ela dá vida a Kate, uma bela e bem-sucedida executiva do mundo da publicidade que vive brigando com seu ex-namorado Stuart (Liev Schreiber). Eles vivem no mesmo prédio e ela implica com as loucuras do rapaz que se dedica a pesquisas científicas. Um dia, ele descobre um portal que acaba acidentalmente transportando de uma época antiga para os tempos contemporâneos Leopold (Hugh Jackman), um nobre do século 19. Sem saber como mandá-lo de volta para o passado e enfrentando alguns problemas pessoais, Stuart abriga em seu apartamento o rapaz que precisa enfrentar as mudanças radicais existentes entre a época que vivia e a que passou a habitar de uma hora para a outra. Kate inicialmente evita contato com Leopold por achar que ele está fazendo algum tipo de brincadeira já que ele se comporta, fala e se veste estranhamente, mas logo ela passa a se sentir atraída pelo seu jeito gentil e romântico. Um homem do tipo é artigo raro e ela obviamente não poderia deixar passar a chance de literalmente ter um príncipe ao seu lado.

Além do chamariz de uma atriz sinônimo de romantismo, Kate e Leopold na época tinha um trunfo a mais: a presença de Hugh Jackman em plena fase de ascensão devido ao estouro de X-Men - O Filme. O ator não foi bobo e tentou fincar seu nome em outras produções fora do campo dos mutantes como Alguém Como Você A Senha. Fez bem ele. As melhores (e poucas) cenas de humor desta comédia com premissa absurda são dele, apesar dos clichês do homem da antiguidade tentando se adaptar aos dias atuais serem muito manjados, mas que acabam ganhando um pouco de fôlego aqui com o auxílio do coadjuvante Breckin Meyer, de Garfield. Ele interpreta o irmão da protagonista e aproveita para tomar umas aulas para conquistar as mulheres com seu provável galanteador cunhado. Parecendo um maluco inicialmente para Kate, o romântico Leopold acaba a conquistando com seu cavalheirismo, algo raro nos tempos modernos, porém, o rapaz desliza em certos momentos ao parecer muito bem adaptado à modernidade e em poucos instantes lembrar que veio do passado, mas mesmo assim não compromete o resultado, isso se você não for extremamente crítico, até porque alguns aspectos históricos mencionados para as explicações e piadas de Leopold foram mal apuradas. Apesar dos furos do roteiro e do final super previsível, o diretor e roteirista (no caso dividindo os créditos do texto com Steven Rogers) James Mangold, o mesmo que já trabalhou com argumentos melhores como no caso de Garota, Interrompida, conseguiu cumprir o que o enredo promete apresentando uma agradável comédia para assistir, sonhar, se emocionar e não precisar gastar o cérebro. A única coisa a ser severamente criticada são os minutos finais com ritmo acelerado e desfecho que esvazia o romantismo da obra como num passe de mágica.

Comédia romântica - 118 min - 2001 - Dê sua opinião abaixo.

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Um comentário:

Amanda Aouad disse...

Vi partes desse filme essa semana na Sessão da Tarde, :p. Não conhecia, mas o que vi achei bem simpático. Adoro os dois atores e a história apesar de previsível como você falou, parece nos envolver.