
O sucesso da franquia
Piratas do Caribe poderia ter renovado o
interesse nas aventuras em alto-mar, mas não foi o que aconteceu e Jack Sparrow
reinou e ainda reina absoluto no imaginário popular como a grande lenda dos
oceanos dos anos 2000. No entanto, há sim pelo menos uma produção do tipo que
merece uma atenção maior e certamente agradaria ao público que preza a imagem
do capitão sisudo e inescrupuloso tão propagada ao longo dos anos através do
cinema e da literatura. Baseado no romance de Jack London,
Lobo do Mar já teve
outras adaptações cinematográficas, mas esta do diretor Mike Barker veio a
calhar para apresentar as novas gerações o que é uma verdadeira aventura dentro
de um navio. Ou seria drama? Sim, sem apelar para piratas fantasmas ou qualquer
outra coisa do além, o roteiro de Nigel Williams propõe uma angustiante
experiência a bordo da embarcação Ghost que é comandada com punhos de ferro por
Wolf Larsen (Sebastian Koch), mais conhecido pelo apelido que também dá título
ao filme. No momento ele está em uma missão rumo aos mares orientais para fazer
fortuna com a caça de focas, mas desta vez terá que disputar o domínio das
águas com o barco Macedônia comandado por ninguém menos que seu próprio irmão,
Death (Tim Roth), com quem há anos trava uma guerra particular. Larsen terá em
meio a tripulação um novato, o crítico literário Humphrey Van Weyden (Andrew
Jackson), que estava viajando em outro navio, acabou caindo no mar por um
descuido tolo e foi salvo pelo capitão. Com seu jeito engomadinho,
imediatamente o Lobo do Mar começa a abusar do rapaz e testar seus limites de
resistência obrigando-o a trabalhar, mas para sua surpresa ele acaba se
adaptando rapidamente a dura rotina e até demonstra uma valentia que talvez o
próprio desconhecesse ter. Paralelo a isso, Death está com uma dama a bordo, a
jovem Maud Clark (Neve Campbell) que implorou que ele a levasse até um lugar
distante para ajudá-la a evitar a ira do seu pai após ela fugir de um casamento
arranjado. Tratando-a educadamente no início, certo dia o capitão pede a um dos
seus subordinados para matá-la quando descobre que ela é filha do dono de seu
barco, a quem ele julga estar lhe roubando nos lucros com as focas.