Nota 6,0 Sem maniqueísmos drama recicla clichê do crescimento pessoal pela troca de experiências

Basta estender uma mão para
tentar mudar uma vida. No caso do longa Um Domingo de Chuva
a ajuda tem via dupla e ambos os lados se beneficiam. Reggie (Julian Skatkin) é
um menino prodígio e único filho de uma milionária que reside em um luxuoso
castelo incrustado em meio a agitada cidade Nova York, porém, é uma criança
solitária e reprimida. Órfão de pai, o garoto não tem do que se queixar em
termos materiais dos tratos de sua mãe, porém, ela fica a dever quanto a
carinho e dedicação sendo uma pessoa quase ausente em casa. Quando surge a
oportunidade de uma vaga para ser babá dele, a jovem Eleanor (Leighton Meester)
a agarra com todas as suas forças a fim de superar um mal momento. Musicista
desempregada e decepcionada após brigar com Dênis (Billie Joe Armstrong), seu
namorado machista, ela se vê obrigada a recomeçar sua vida do zero, mas o
convívio entre ela e o menino inicialmente não é dos melhores por conta de suas
personalidades opostas. Ele é inteligente e sério demais para a idade enquanto
ela é até bastante responsável, mas sabe levar a vida com mais leveza e alegria
apesar dos pesares. Obviamente, a convivência forçada acaba criando um grande
laço de amizade entre eles. O argumento não é lá muito original, de fato é bem
parecido com o de Grande Menina, Pequena
Mulher e de tantas outras produções que de tão genéricas até nos escapam os
nomes, mas se as comédias românticas reciclam ideias e por vezes alcançam
sucesso por que outros gêneros também não poderiam se beneficiar dando cara
nova a histórias batidas? Fugindo dos estereótipos da criança chata versus a
adulta infantilóide, o diretor e roteirista Frank Whaley, mais conhecido por
seu trabalho como ator em diversos seriados, soube usar o clichê a seu favor e
criou dois personagens bastante humanos, com doses semelhantes de defeitos e
virtudes, e de perfis de fácil identificação com o público.