Ganhar um Oscar sem dúvidas é o
maior sonho de um ator, uma láurea que se já é difícil de ser conquistada por
um americano para os estrangeiros é uma dádiva que não só dignifica seu nome,
mas colabora e muito para o desenvolvimento do cinema de seu país, contudo,
sabemos que existem inúmeros artistas que após colocarem as mãos na famigerada
estatueta dourada viram suas carreiras irem por água abaixo e até com certa
velocidade. O italiano Roberto Benigni só faltou dançar a tarantela quando
ouviu seu nome ser anunciado duas vezes na premiação de 1999 por sua atuação e também
por assinar a produção do belíssimo
A
Vida é Bela. Para os brasileiros, sua euforia ofereceu um gostinho amargo
de decepção pela derrota de nosso
Central
do Brasil, tão emocionante e bem realizado quanto o drama de guerra
vencedor. Contudo, seu projeto pós-Oscar (e tantos outros lançados depois)
demonstram que o alegre ragazzo contou com um belo golpe de sorte.
Pinóquio, sua versão para o clássico conto
infantil de seu conterrâneo Carlo Collodi, no qual também se encarrega de
interpretar o protagonista, obviamente foi escolhido para representar a Itália
na disputa por uma vaga no Oscar 2003, mas toda a expectativa depositada em
cima da produção virou poeira em questão de poucos dias após seu lançamento. A
história, co-escrita por Vincenzo Cerami, não difere muito de outras tantas adaptações
que já narravam as desventuras do famoso boneco de que ganha vida própria, mas
sonha em tornar-se um menino de verdade. Gepetto (Carlo Giuffrè), um velho e
solitário marceneiro, certo dia encontra um belo pedaço de madeira e de
imediato se sente incentivado a esculpir a sua melhor marionete, mas tem uma
grata surpresa quando sua criação demonstra poder falar, se movimentar e até pensar.
Como qualquer criança travessa, Pinóquio adora se meter em confusões e mentir
para poder escapar dos problemas, mas sua desonestidade é sempre denunciada por
seu nariz que cresce a cada história que inventa.