Nota 7,0 Centrado nos relacionamentos de um cafajeste, quem se destaca são suas parceiras
Pode um personagem cafajeste
conquistar a simpatia do espectador? A julgar pela comédia romântica As Mulheres de Adam a resposta é sim, muito pelo
modo sutil e descontraído que o diretor e roteirista Gerard Stembridge conduz
uma história que tinha tudo para causar repúdio nos espectadores mais
conservadores, contudo, mostra-se
habilidoso e ousado ao deixar seu enredo ser conduzido por um
protagonista de caráter duvidoso, porém, abandonando falsos moralismos e
deixando-o a vontade em cena. A trama começa como tantas outras comédias
românticas. Lucy Owens (Kate Hudson) é garçonete e cantora em um pequeno bar na
cidade de Dublin, na Irlanda, e apesar de muito namoradeira nunca se sentiu
apaixonada e correspondida verdadeiramente. Certa noite ela se a apaixona a
primeira vista por um de seus clientes, o misterioso e aparentemente perfeito
Adam (Stuart Townsend), que como todo jovem que quer vender uma imagem de
sucesso e independência ostenta um chamativo e valoroso carro. Após alguns
encontros, nem ela mesma sabe o porquê
desse amor instantâneo afirmando que o rapaz não é muito inteligente e tampouco
simpático, todavia o charme e lábia dele parecem ser suas armas de conquista,
tanto que Laura (Frances O´Connor) e Alice (Charlotte Bradley), as irmãs de
Lucy, também se apaixonam logo que o conhecem. Assim, o conquistador barato
passa a se relacionar com essas três mulheres na surdina e até o caçula da
família, David (Alan Maher), escapa por pouco de ser seduzido, ficando com a pulga
atrás da orelha quanto a sua sexualidade ao se sentir atraído pelo futuro
cunhado. É uma pena que Stembridge não desenvolva tal gancho e prefira se ater
aos envolvimentos héteros do pegador que é um cara-de-pau de marca maior que
mesmo após aceitar o pedido de noivado de Lucy não sossega, pelo contrário, seu
instinto de caça só aumenta. Dessa atração fatal parece só escapar a mãe da
noiva, Peggy (Rosaleen Linehan), que pode não ir para a cama com o jovem, mas
não esconde seu apreço por ele e torcida pelo casamento. As aventuras sexuais
do rapaz são contadas por pontos de vistas diferentes e não raramente
contraditórios, abrindo espaço para o elenco feminino brilhar.
Adam procura não só satisfazer suas vontades como também demonstra se divertir instigando os desejos recalcados das pessoas que o cercam, como prova a investida gay em seu desajeitado cunhado, embora a sedução nesse caso tivesse claras segundas intenções com a garota do rapaz que até então fugia de contatos sexuais. De um modo torpe, é como se o namorador revitalizasse a família Owens que nunca mais seria a mesma após esse encontro. Laura e Alice podem não ter ciência do envolvimento uma da outra com o rapaz, mas sabem muito bem que enganam Lucy, porém, como desprezar alguém que trouxe novo ânimo para suas vidas? Mantendo tudo em sigilo prevalece o ditado "o que os olhos não veem o coração não sente". É interessante que inicialmente As Mulheres de Adam parece trilhar o caminho de uma comédia água-com-açúcar das mais tradicionais, com Hudson interpretando a típica jovem romântica e sonhadora. Ela tem até um outro paquera, Simon (Tommy Tiernan), um cara que ela própria define como alguém inteligente e simpatia pura, mas não entende o porquê de não se sentir atraída por ele e sim por um homem completamente oposto ao seu perfil. Pena que Stembridge desperdice mais um gancho e o tal rival tenha participação dispensável na trama, provavelmente uma escolha para fugir do lugar comum. Seria muito óbvio a mocinha perceber a certa altura que namora um cafajeste e procurar consolo nos braços do rapaz de coração bom e apaixonado. O diretor, no entanto, não apresenta uma comédia com complicados entrechos, pelo contrário, sua história é bastante simples, apenas achou uma forma mais arrojada de contá-la. Adam é um versátil Don Juan com capacidade de assumir os mais diversos estereótipos de homem ideal, adaptando-se aos estilos de cada uma de suas paqueras. Tímido e romântico foi o perfil escolhido para conquistar Lucy. Laura foi fisgada pela aura de culto e sensível enquanto Alice ele ganhou mostrando-se decidido e malicioso. A fita não é a reinvenção do gênero, mas bem interpretada e alto astral do início ao fim, é uma pedida mais inteligente e acima da média.
Adam procura não só satisfazer suas vontades como também demonstra se divertir instigando os desejos recalcados das pessoas que o cercam, como prova a investida gay em seu desajeitado cunhado, embora a sedução nesse caso tivesse claras segundas intenções com a garota do rapaz que até então fugia de contatos sexuais. De um modo torpe, é como se o namorador revitalizasse a família Owens que nunca mais seria a mesma após esse encontro. Laura e Alice podem não ter ciência do envolvimento uma da outra com o rapaz, mas sabem muito bem que enganam Lucy, porém, como desprezar alguém que trouxe novo ânimo para suas vidas? Mantendo tudo em sigilo prevalece o ditado "o que os olhos não veem o coração não sente". É interessante que inicialmente As Mulheres de Adam parece trilhar o caminho de uma comédia água-com-açúcar das mais tradicionais, com Hudson interpretando a típica jovem romântica e sonhadora. Ela tem até um outro paquera, Simon (Tommy Tiernan), um cara que ela própria define como alguém inteligente e simpatia pura, mas não entende o porquê de não se sentir atraída por ele e sim por um homem completamente oposto ao seu perfil. Pena que Stembridge desperdice mais um gancho e o tal rival tenha participação dispensável na trama, provavelmente uma escolha para fugir do lugar comum. Seria muito óbvio a mocinha perceber a certa altura que namora um cafajeste e procurar consolo nos braços do rapaz de coração bom e apaixonado. O diretor, no entanto, não apresenta uma comédia com complicados entrechos, pelo contrário, sua história é bastante simples, apenas achou uma forma mais arrojada de contá-la. Adam é um versátil Don Juan com capacidade de assumir os mais diversos estereótipos de homem ideal, adaptando-se aos estilos de cada uma de suas paqueras. Tímido e romântico foi o perfil escolhido para conquistar Lucy. Laura foi fisgada pela aura de culto e sensível enquanto Alice ele ganhou mostrando-se decidido e malicioso. A fita não é a reinvenção do gênero, mas bem interpretada e alto astral do início ao fim, é uma pedida mais inteligente e acima da média.
Comédia romântica - 105 min - 2000
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