domingo, 26 de março de 2017

RUDY - O PORQUINHO CORREDOR

Nota 6,5 Apesar de apostar em situações previsíveis, a diversão em família está garantida 

Animais fofinhos que fazem amizade com crianças com algum tipo de problema familiar ou com relacionamentos com colegas é um clichezão explorado pelo cinema americano exaustivamente.  A fórmula ganhou uma revitalizada quando Babe – O Porquinho Atrapalhado surgiu propondo o relacionamento amistoso entre um suíno e um ser humano adulto, mas a sua própria continuação não conseguiu segurar a peteca, sendo que esse tipo de produção já há algum tempo perdeu espaço nas salas de cinema, virando filmes de nicho, ou seja, feitos para TV ou para lançamento direto em DVD. O que esperar então de Rudy – O Porquinho Corredor? Bem, o título pode passar a ideia de que este longa acompanha as aventuras de um filhotinho tentando provar seu valor aproveitando-se de sua habilidade para a corrida, algo não muito comum à sua espécie, o que não deixa de ser verdade, mas esse não é o foco principal do roteiro de Karsten Willutzki e Peter Timm, este último também diretor da fita. Um leve drama familiar é na verdade o tema principal. Nickel (Maurice Teichert) é um garoto que perdeu sua mãe precocemente e desde então vive com o pai, Thomas (Sebastian Koch). Certo dia, o menino vai com a escola à uma excursão em uma fazendinha onde se encanta logo a primeira vista pelo porquinho Rudy, famoso por conseguir correr com uma velocidade atípica à sua espécie. Na hora de ir embora, o bichano foge do chiqueiro para seguir Nickel, mas alguns cães de guarda passam a persegui-lo e ele é salvo pelo menino que decide levá-lo escondido para casa, aproveitando-se que seu pai estava viajando a trabalho. É óbvio que o pequeno suíno logo no primeiro dia em seu novo lar vai aprontar muita confusão, como rasgar papéis e quebrar objetos, mas isso não é nada perto do que vai acontecer quando Thomas volta surpreendendo o filho por trazer junto uma nova namorada, Ania (Sophie Von Kessel), acompanhada da filha Feli (Sina Richardt). É previsível que Nickel não aceite que o pai tente colocar alguém no lugar de sua mãe e quando a presença de Rudy é percebida começa o jogo de chantagens: se Ania pode ficar na casa, o porquinho também.


O rapazinho poderia mudar seu comportamento ao conhecer Feli, bonita e de idade semelhante a sua. O roteiro poderia apostar no envolvimento inocente e amoroso entre os dois, mas tal sentimento passa longe deste relacionamento. Eles acabam se aproximando para armar planos para separar os seus pais, mas quando as birras chegam ao ápice e sem resultados as crianças decidem fugir de casa carregando junto o porquinho. A ideia é o levarem para uma cidade que é conhecida por ser um porto seguro para os suínos, mas o trajeto guarda algumas surpresas como cruzar o caminho da dupla de bandidos atrapalhados Einstein (Dominique Horwitz) e Spacko (Andreas Schmidt), que ao descobrirem que os menores estão sendo procurados pela polícia e quem achar será recompensado com uma polpuda quantia de dinheiro passam a seguir seus rastros incessantemente. E o porquinho nisso tudo? E qual a importância do detalhe de ele ser um corredor? Pois é, o bichano acaba virando um mero coadjuvante, tendo poucas cenas para aparecer e seu momento de maior visibilidade é quando ele entra de gaiato em uma corrida de cães. O fato de a obra buscar realismo e não dar o dom da fala ao mascote colabora para ele ser jogado de escanteio, ainda que no final seja elevado ao posto de herói forçosamente. No conjunto, Rudy – O Porquinho Corredor funciona para entreter crianças pequenas e pode até ser um agradável programa em família, ainda mais para aqueles que gostam da sensação que paisagens e ambientes bucólicos conseguem transmitir. Contudo, é inegável que o enredo ligeiro poderia ter sido mais bem desenvolvido, mesmo com toda a sua previsibilidade intrínseca. A julgar pelo título, ficam faltando cenas que explorem mais o porquinho, principalmente a respeito de sua adaptação a um novo cotidiano, mas o longa ainda perde discussões interessantes sobre relacionamento entre pais e filhos no momento de “montar” uma nova família e poderia render mais situações de humor em torno do envolvimento dos criminosos com as crianças. De qualquer forma, o fato de ser um produto de origem alemã pode ajudar a perdoar falhas, afinal quantos filmes você conhece desse país destinado ao público infantil?

Comédia - 94 min - 2007

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