Nota 6,0 Embora divirta, rara incursão de Meryl Streep no gênero de ação não faz jus a seu talento

Não se sabe se Streep gostou do
roteiro de verdade, buscava um trabalho em que pudesse se divertir mais ou
topou participar para poder dar o aval a alguma produção mais classuda que
estava em vista, mas o fato é que não vemos a atriz majestosa que estamos
acostumados em cena. Embora seu esforço seja visível a dar veracidade às cenas,
principalmente aquelas em que está em situações de perigo, a impressão que fica
é que em alguns momentos ela não consegue disfarçar e quase dispara um "o
que estou fazendo aqui?". De qualquer forma é ela quem segura a atenção do
espectador tentando salvar uma produção que tinha tudo para ser medíocre.
Poderia ser simplesmente o filme em que uma família é obrigada a atravessar um
rio perigoso sob a mira de criminosos, mas não, este é o filme em que Streep
enfrenta correntezas e parte para a ignorância mostrando sua força e
determinação. Um nome de peso faz toda a diferença. É uma pena que o diretor
Curtis Hanson, que viria a assinar o badalado Los Angeles - Cidade Proibida, demore a achar o tom e o roteiro de
Denis O'Neil demore cerca de uma hora para expor o conflito principal e
consequentemente a ação demore a entrar em cena. O draminha familiar da
primeira parte é bem rasteiro e a segunda parte fica a dever em adrenalina,
embora as poucas cenas que tem sejam bem realizadas e a tensão tenha constante
crescimento graças ao desempenho de Bacon ótimo como um psicopata de sangue
frio. Pena que talvez já pensando nas reprises na TV e como opção de programa-família
o longa pegue até que leve na questão da violência. Haveria possibilidades para
ir mais a fundo. O Rio Selvagem é um
entretenimento acima da média, mas que carece de um ou mais elementos que o
tornassem marcante. Extremamente burocrático e relativamente simples em termos
técnicos, apenas a presença de Streep é pouco para torná-lo relevante, ainda
que a atriz como de praxe tenha conquistado algumas indicações a prêmios pelo
papel. Mais uma vez o peso do nome foi decisivo.
Aventura - 108 min - 1994
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