Nota 7,0 Baseado em fatos reais, longa é previsível, mas cativa com trama de amor e superação
Ah, a juventude... Como é boa a sensação de que você pode fazer tudo o que quiser e ter a esperança de que seu futuro será brilhante. No entanto, basta um passo em falso para que as coisas tomem rumos diferentes. É isso que irá aprender o jovem John (Drew Seeley), o protagonista do singelo drama O Amor de um Pai. O roteiro escrito por Bill Wells não começa muito promissor e investe pesado em clichês. Nosso personagem principal está se formando no colegial e é o estereótipo do rapaz perfeito, com um futuro promissor, bem relacionado e que é desejado por todas as garotas. Amante dos esportes, porta-voz de sua turma e esbanjando beleza e simpatia, para completar ele namora Kathy (Britt Irwin), uma das alunas mais bonitas da escola, com quem obviamente ele vence o tradicional concurso de rei e rainha do baile de formatura. Clássico não é mesmo? Apesar de muito novos, eles já tinham planos para uma vida a dois, mas uma notícia inesperada os pega de surpresa e promove mudanças drásticas no cotidiano do casal. A garota descobre estar grávida e, apesar do choque inicial, eles decidem que vão continuar juntos. Para ela a chegada de um bebê apenas somaria aos afazeres domésticos afinal não tinha planos de seguir alguma profissão, mas para John a novidade pesa. Ele gostaria de se formar em administração na conceituada Universidade de Harvard, porém, estudar cálculos e fórmulas matemáticas entre uma troca de fralda e uma canção de ninar não é nada fácil. Mesmo com os esforços do professor Cowell (Julian Christopher), que percebia no rapaz um grande potencial, levar os estudos paralelo a vida de chefe de família o desnorteava.
Ao perceber que o filho é mais
apegado a John e que o rapaz estava prestes a desistir do seu sonho de construir
uma carreira, Kathy decide se separar e voltar para a casa dos pais. Na verdade
ela faz isso para seu próprio bem-estar afinal não conseguia suportar a pressão
da maternidade, a rotina de dona de casa e, principalmente, saber que seu
casamento foi precipitado e que forçou tal situação. E todo o amor que ela
sentia por John? Tudo fogo de palha. De uma hora para a outra o estudante se vê
sozinho com seu filho, mas encontra forças para se dedicar ao bebê sem abrir
mão da faculdade. Desdobrando-se entre o trabalho, os estudos e cuidar de uma
criança, quando decide trocar o conforto de seu apartamento para cortar
despesas e de quebra deixar para trás as lembranças de uma frustrada relação, o
jovem encontra todo o apoio e carinho que precisava na companhia da bondosa
Dorothy Downs (Annie Potts), uma senhora que lhe aluga um quarto, mas o recebe
em sua casa como se fosse um filho. Graças aos conselhos desta mulher, John
recobra a vontade de estudar, mesmo que precise levar o pequeno bebê a tiracolo
nas provas. Baseado em uma história
real, O Amor de um Pai é o típico programa para toda a família,
todavia, embora comovente, é um filme bastante esquemático. A estreia do
diretor Michael Scott mostra-se simplória e sem o mínimo de originalidade,
apelando para clichês do início ao fim, sendo que a introdução indica ser mais
um daqueles romances açucarados para adolescentes reforçando irritantes
estereótipos. Felizmente, quando o bebê entra em cena, o cineasta consegue
acertar o tom e até dispensa um desfecho totalmente positivo. Lançado muito
discretamente direto em DVD, a obra serve para refletirmos sobre família,
solidariedade e os caminhos que erros e acertos podem nos levar. A lição
edificante se torna mais palatável graças ao carisma de Seeley que assim consegue
disfarçar seus dotes dramáticos limitados.
Drama - 90 min - 2010
Drama - 90 min - 2010
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