Nota 0,5 Chato, previsível e mal feito, longa é a própria melancolia e decadência dos slashers movies

Alguns filmes mereciam ser
processados por propaganda enganosa. Os responsáveis por
Grito de
Pânico, por exemplo, ficariam devendo até a próxima a
encarnação. O material publicitário remete explicitamente ao estilo de
Jogos Mortais, uma coqueluche na época,
mas na verdade está produção é um slasher movie dos mais capengas. Lançado
diretamente para locação, sua capa extra vendia melhor o peixe. Um fundo
totalmente em branco e ao centro a figura de uma casado de inverno com capuz de
pelúcia e nada mais. E o filme é exatamente isso. Em um cenário gelado e
pálido, um assassino misterioso mancha a neve com o vermelho do sangue que
derrama em ritmo acelerado, mas ao final ficamos com a sensação que assistimos
passivamente aos assassinatos de uma vestimenta que tem vida própria. A trama
segue um grupo de universitários que após cooperarem com o professor Barren
(Peter Carey) em um bem sucedido trabalho de psicologia ganham como prêmio um
fim de semana em sua casa isolada em uma região florestal. Mesmo sendo época de
inverno e muita nevasca, os jovens se animam, afinal confinados melhor ainda
para poderem beber e transarem a vontade. Desde o início fica claro que Nicole
(Melissa Schuman), a aluna mais aplicada, será a heroína e o restante dos
personagens é só para inflar a lista de corpos. Eles se dividem em dois grupos
e o primeiro a chegar logo é dizimado. No dia seguinte, o restante dos alunos
também não demoram a se tornar vítimas de um psicopata que esconde sua
identidade sob o capuz de um capote de inverno e usa as mais variadas formas e
ferramentas para matar. Ele herda a habilidade com facões e machados de seus
colegas de "profissão" de tantos outros filmes similares, mas também
mostra-se criativo em suas emboscadas usando de arames a sacos plásticos, não
dispensando também uma arma de fogo para agilizar o serviço. Aliás, a agilidade
dos assassinatos, sem um mínimo de clima de suspense, imprime um tom cômico
involuntário, ou melhor, só acentua a graça do filme todo que já conta com
interpretações vexatórias e um roteiro raso e previsível.