domingo, 24 de setembro de 2023

DA MAGIA À SEDUÇÃO


Nota 4 Irregular, longa deixa de explorar a magia do título e até a sedução fica em segundo plano


A ideia tinha tudo para dar certo, a começar por reunir duas estrelas de Hollywood em plena ascensão  no final da década de 1990, apostas que viriam a vingar nos anos seguintes. Da Magia à Sedução sem dúvidas chamou a atenção por ser protagonizado por Sandra Bullock e Nicole Kidman, mas o filme, embora tenha ganhado fãs e defensores com o passar do tempo, ficou aquém do talento das atrizes e do próprio potencial do argumento. Adaptação do romance de Alice Hoffman, "Pratical Magic", o mesmo título original do filme, o roteiro acaba deixando de lado o que seria seu maior diferencial: explorar o modo como duas jovens feiticeiras lidam com suas condições no mundo moderno. O que poderia ser uma divertida comédia romântica resultou em uma fita estranha, com seus altos e baixos, principalmente por forçar algumas cenas de dramaticidade ou tensão que destoam do conjunto. 

Escrita por Robin Swircord, Akiva Goldsman e Adam Brooks, a trama começa no século 18, quando a jovem Maria Owens (Caprice Benedetti) é condenada à forca acusada de praticar bruxaria. De fato, as mulheres de seu pequeno vilarejo a queriam ver morta para proteger seus casamentos visto que a condenada tinha fama de conquistar muitos  amantes. Todavia, antes do castigo ser executado a corda se rompe e Maria acaba apenas banida do local. Grávida e abandonada pelo homem que verdadeiramente amava, ela vivia uma constante agonia e em um momento de desespero lança um feitiço sobre si mesma para que nunca mais se apaixonasse e assim consequentemente não voltasse a sofrer por amor. Contudo, o que deveria ser uma dádiva individual acaba virando uma maldição de família, assim as mulheres das gerações futuras de seu clã passam a sofrer justamente por não poderem amar. Criadas pelas excêntricas tias Frances (Stockard Channing) e Bridget (Dianne West), as irmãs Gillian (Kidman) e Sally (Bullock) são duas descendentes da feiticeira que sofrem diretamente os efeitos de seu insano ato. Todos por quem se apaixonam acabam morrendo prematuramente, mas cada uma delas lida de uma forma diferente com esse problema. 


Sally, mais recatada, se arrisca a se casar e até a ter filhos. Ela tem a ideia de fazer uso da magia para se proteger e poder ter uma vida normal. É assim que cria coragem para se casar com Michael (Mark Feuerstein), um simpático vendedor que em conjunto com a esposa consegue melhorar de vida e abrir uma loja, assim tendo condições para criar as duas pequenas filhas do casal. Todavia, apesar de viverem em harmonia, sempre a moça tinha sua felicidade abalada quando lembrava que conseguiu uma vida quase perfeita às custas de magia e sem a certeza de até quando ela iria durar.  Já Gillian, mais devassa e sem limites, decide aproveitar para namorar ao máximo sem compromisso. Imersa num universo de festas e paqueras, ela acaba vivendo um romance conturbado com o o violento Jimmy (Goran Visnjic). Chega então o momento de ambas serem acometidas pela tal maldição secular, ainda que no caso da namoradeira ela própria tenha ajudado o destino a se livrar de seu companheiro. 

Apesar das personalidades e estilos de vidas opostos, chega então o momento em que as irmãs sentirão necessidade de voltarem a estarem juntas e em contato com suas raízes. Gillian acaba atraindo a irmã para uma espiral de problemas quando se arrepende de ter matado seu namorado e tenta trazer o rapaz de volta à vida.  Assim entra na história o investigador Gary Hallett (Aidan Quinn), que está no encalço de Jimmy acusado de assassinato. As irmãs então tem a ideia de fazer um feitiço para afastar o policial e assim ele não descobrir o que fizeram com o malandro, mas surgem indícios de que ele não estaria próximo a elas apenas a trabalho e poderia ser o homem destinado à Sally por meio de uma magia que ela própria havia feito anos antes. Muita feitiçaria pesada para um projeto que deveria ser leve e alto astral não é mesmo?


Nada expressivo como ator, Griffin Dune havia estreado na direção com o simpático A Lente do Amor e mais uma vez revelou certa predileção em explorar o comportamento possessivo e cruel do ser humano na luta pela pessoa amada. Contudo, transformou o que poderia ser uma agradável sessão da tarde em um rocambolesco filme no qual não parece saber que rumo seguir e tampouco aliar a magia vendida no título. Até existe o momento esperado de ver as protagonistas e suas parentes vestidas com clássicas roupas de bruxinhas em meio a velas e outros elementos místicos, mas Da Magia à Sedução incomoda por não ser um projeto redondinho. Em meio a momentos doces e divertidos, também nos deparamos com cenas mais violentas e pesadas e até o manjado truque de trocas de corpos acaba não sendo bem inserido. Vale pela curiosidade em ver duas grandes estrelas dividindo as atenções sem deixar transparecer seus egos.

Comédia romântica - 103 min - 1998

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Um comentário:

GustavoPeres99 disse...

Acabei de assistir esse filme pela primeira vez, achei bom gostei, a história é legal, aquele clima de Bruxa de antigamente muito legal.