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NOTA 8,5
Comédia romântica resgata o clima da década de 1960 com história bem bolada e visual típico de filmes da época |
segunda-feira, 30 de maio de 2016
ABAIXO O AMOR
domingo, 29 de maio de 2016
GOLPE DE GÊNIO
Nota 3,5 Longa sobre jovens inventores que conquistaram sucesso peca pelo ritmo irregular

sexta-feira, 27 de maio de 2016
LABIRINTO - A MAGIA DO TEMPO
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NOTA 8,5 Por trás da aparente inocência, longa fantasioso é cheio de mensagens subliminares usando um jogo de manipulação |
Muitos filmes sobre mundos
fantásticos foram lançados na década de 2000 impulsionados pelo sucesso de
obras literárias que ganharam suas versões cinematográficas como Harry Potter, O Senhor dos Anéis e As Crônicas de Nárnia, mas quantas
dessas produções “menores” vão no futuro ganhar o status de clássicos estilo
sessão da tarde? Pois é, muita coisa bacana foi lançada nos últimos anos, mas a
rapidez com que seu ciclo de vida transcorre impossibilita que elas se tornem
marcantes, algo impulsionado pela repugnante cultura do imediatismo. Qual
seriam então os segredos dos clássicos infanto-juvenis dos anos 80 que ainda
povoam o imaginário de muitos adultos, a maioria que felizmente gostaria de
agora poder vivenciar as mesmas emoções de outros tempos junto com seus filhos
ou netos? As explicações mais óbvias seriam a ajuda da TV e das videolocadoras.
Filmes na telinha antigamente eram verdadeiras moedas de ouro, garantia de
muita audiência pelo ineditismo da ação, e se gostasse ou perdesse a hora ainda
teria a possibilidade de alugar na loja mais próxima, hábitos que certamente
colaboraram para a popularização de alguns títulos. Teoricamente, hoje esse
quadro ainda é possível, mas diante de tantas possibilidades de entretenimento
e a pressa do público em geral não há tempo para fomentar boca-a-boca sobre os
filmes, salvos aqueles que recebem o apoio da mídia em massa. Bem, isso é uma
discussão quente entre o tradicional e o moderno que não vem ao caso. Toda essa
introdução é para tentar resgatar um pouco do clima e do impacto que causou no
passado Labirinto – A Magia do Tempo, uma agradável aventura passada em
um reino fantástico que certamente faz parte da lista de filmes do coração de
muito marmanjo, porém, um trabalho que para conquistar novas gerações só mesmo
apelando para o valor sentimental que a obra representa. Vamos por partes. Além
de uma forcinha dos mais velhinhos comentando sobre as lembranças que o filme desperta
e o fato de ser uma obra de fantasia, o que pode aguçar a vontade de assistir a
este trabalho é a presença de Jennifer Connelly. Para muitos ela estreou em Uma Mente Brilhante, longa que lhe deu o
Oscar de atriz coadjuvante, mas na realidade ela já batalhava na profissão há
tempos e aqui aparece bem jovenzinha interpretando Sarah Williams, uma garota
que adora contos de fantasia. Certa noite seus pais saem e pedem para que ela
tome conta do seu irmão ainda bebê, Toby (mesmo nome da criança real, Toby
Froud, para facilitar a sua dinâmica com os atores), mas ela não parece muito
disposta e logo se irrita com seu choro. Num momento de raiva ela acaba
contando resumidamente para o pequeno a história de uma jovem que não suporta
mais tantas tarefas e deseja que os goblins, outra alcunha para duendes, levem
seu irmão embora. O conto faz parte do livro “Labyrinth”, um de seus
prediletos, e para finalizar ela ainda diz uma frase que jamais deveria nem ter
passado por sua mente: “eu quero que os goblins venham e o levem embora
agora!”.
quinta-feira, 26 de maio de 2016
DE CORPO E ALMA
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NOTA 7,0 Robert Altman documenta a preparação de um espetáculo de dança com olhar distanciado |
Anos antes de uma obra em
preto-e-branco, francesa e muda ganhar o Oscar de Melhor Filme em pleno século
21 e bem antes também do público mais elitizado se interessar em assistir
óperas em sessões especiais em cinemas de shopping que pareciam fadados a
sobreviver da demanda em busca de produções com efeitos especiais de última
geração, já tinham cineastas interessados em inovar e lançar produtos pouco
convencionais. Alguns construíram suas carreiras em cima de projetos
alternativos, seja para sacudir o mercado ou puramente para satisfazerem
desejos pessoais, mas em ambos os casos a certeza é uma só: prestígio pode ser
atrelado à ousadia, mas fortuna é algo bem distante. O cultuado e saudoso
Robert Altman já tinha uma carreira consolidada quando resolveu se arriscar a
dirigir De Corpo e Alma, uma obra muito difícil de classificar em
gênero específico. A bailarina Ry (Neve Campbell) está vivendo intensamente a
rotina de ensaios de balé para um grande espetáculo que a companhia de dança a
qual pertence está organizando. O ambiente deveria exalar alegria já que o
evento é muito aguardado por todos os alunos, mas na realidade o clima é uma mistura
de melancolia e ansiedade, isso porque a disputa pelos papéis nas diversas
sequências de dança, em geral contemporâneas, está muito acirrada. Os
professores exigem o máximo de dedicação dos candidatos e o mínimo deslize pode
significar sua ausência no espetáculo ou o mesmo ser relegado a uma
participação sem destaque. Todos são observados com muita atenção pelo diretor
e líder da companhia, Alberto Antonelli (Malcolm MacDowell), mais conhecido
como Sr. A. Querendo muito agradá-lo e ter um grande destaque no espetáculo, Ry
se esforça o máximo que pode, mas durante o processo de seleção ela se apaixona
por Josh (James Franco), uma distração que pode atrapalhá-la neste momento que
pode ser crucial em sua profissão. Pensando no dilema que a protagonista vive,
a vida profissional ser mais importante que a pessoal, pode parecer que estamos
diante de um pré Cisne Negro. Até que
podem ser feitas comparações entre as duas obras, mas certamente a de Altman
parecerá bem mais modesta, porém, esta afirmação não deve ser encarada como
algo depreciativo. Simplicidade e realismo eram justamente os objetivos do
diretor que se cercou de bailarinos de verdade e utilizou sua câmera de forma
livre e onipresente para seguir os passos dos dançarinos durante os ensaios e
também acompanhar um pouco de suas vidas íntimas, mas as histórias dessas
pessoas não chegam a ser desenvolvidas de forma satisfatória. Até os atores
mais conhecidos aparecem despercebidos praticamente, quase como figurantes, já
que Neve e Franco vivem um relacionamento frio que não consegue envolver o
espectador.
quarta-feira, 25 de maio de 2016
CAKE - A RECEITA DO AMOR
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NOTA 3,0 Além de apostar em clichês e personagens estereotipados, longa fica devendo em humor e seu romantismo não convence |
Geralmente o ingrediente
básico de uma comédia romântica é uma mocinha a procura de seu príncipe
encantado, mas o gênero está tão saturado que nem mesmo as donzelas rebeldes
conseguem mais injetar algum ânimo em histórias do tipo. Isso acontece porque o
comportamento fora dos padrões delas só vai até a página dois, ou melhor, até
lá pelos vinte ou trinta minutos do filme quando fatalmente elas encontram os
amores de sua vida. Obviamente elas vão se fazer de difícil ou até se entregam
ao amor rapidamente, mas não tardam a cometer algum erro para os mocinhos darem
o fora da relação, mas nada que não se resolva nos cinco minutos finais.
Quantas produções seguem uma estrutura semelhante? Pois é, Cake – A Receita do Amor
não foge a regra, porém, peca por ter raros momentos engraçados e uma
protagonista que não é das mais cativantes. Pippa (Heather Graham) é uma
solteira convicta que adora levar uma vida completamente livre de regras e
limites, o que implica poder ter a companhia íntima de um ou mais homens por
noite procurando nunca repetir o cardápio. Para demarcar sua personalidade, o
longa começa com ela chegando atrasada ao casamento de uma amiga, provavelmente
após mais uma noitada daquelas finalizada com um salto de pára-quedas. Como
madrinha da noiva ela deveria respeitar a cerimônia, mas a todo o momento faz
questão de expor seus comentários irônicos quanto ao conceito do que é um
casamento e tudo o que o envolve, até que chega no fim da festa completamente
bêbada e tentando encontrar ao menos um convidado com quem ela já não tivesse
dormido. Todavia, sua vida louca está com os dias contados. Seu pai, o Sr.
Malcolm (Bruce Gray), acaba sofrendo um enfarte e terá que ter um substituto no
comando de uma revista justamente sobre casamentos. Embora deteste o tema,
Pippa, que é formada em jornalismo, resolve se oferecer para ser a diretora
temporária com o intuito de melhorar seu relacionamento com o pai que nunca
aprovou sua vida sem limites. Com ideias revolucionárias que no fundo iriam
contra os objetivos da publicação, a moça acaba conseguindo convencer seus
colegas de trabalho que o foco deveria ser falar sobre e para a mulher moderna
que está mais preocupada em ser livre e bem sucedida profissionalmente. Para
ela, escolher docinhos, decoração ou trajes de gala é uma forma que o mercado
encontrou para lucrar e iludir as pessoas que não param para pensar que estão
prestes a se unirem a estranhos.
terça-feira, 24 de maio de 2016
O SEGREDO DE VERA DRAKE
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NOTA 8,5 Prática do aborto é discutida a partir dos atos de senhora de idade que só queria fazer o bem, mas acabou taxada como criminosa |
O aborto é um dos temas
mais polêmicos que o mundo enfrenta já há muitos séculos. Moral, religião,
família, honra, criminalidade, enfim são vários os aspectos em que uma gravidez
indesejada pode interferir e até hoje o assunto de interromper propositalmente
uma gestação gera discussões, sendo crimes gravíssimos em alguns países
enquanto outros optaram por um relaxamento das leis para ao menos permitir tal
ato no caso de uma criança concebida através de um ato sexual criminoso.
Todavia, parece que esse problema jamais terá uma solução definitiva, mas podem
vir a ser atenuado graças a trabalhos como O Segredo de Vera Drake que trazem
uma visão mais intimista e detalhista do dilema. Embora a trama se passe
durante a década de 1950, período pós-guerra ainda marcado por mazelas e
conservadorismo, o conteúdo exposto, além de nos proporcionar uma visão dos
costumes da época, ainda suscita reflexões. A personagem do título é interpretada
brilhantemente por Imelda Staunton. Vera Drake é uma gentil senhora que vive em
um bairro operário de Londres ao lado do marido Stanley (Philip Davis) e seus
filhos já adultos, o extrovertido Sid (Daniel Mays) e a tímida Ethel (Alex
Kelly). Apesar de não viverem de luxos e contarem moedas para sobreviverem, o
clã vive em harmonia e não se nega a ajudar os necessitados. Vera é faxineira
em casas de pessoas de posses, seu marido é mecânico, o filho trabalha numa
alfaiataria e a filha testa lâmpadas e dedica seu tempo livre ao tricô,
caracterizando a típica família de classe média baixa que sabe viver com o que
tem e não sonha alto. Porém, aos poucos, vamos descobrindo que a solidariedade
de Vera chega a limites extremos. Sem receber dinheiro algum, há vinte anos ela
sai escondida de casa para ajudar moças grávidas que não poderiam criar seus
filhos realizando abortos caseiros. Como se fosse uma enfermeira especializada,
ela recebe com todo carinho e atenção as mulheres que lhe pedem socorro através
de Lily (Ruth Sheen), uma espécie de contato secreto que agenda os encontros, e
com sua voz doce e calma procura tranquilizá-las enquanto prepara o material
para o procedimento. Utilizando uma bomba de sucção, uma mistura de
desinfetante, sabonete e água quente era introduzida dentro do corpo da grávida
e dentro de dois dias o embrião seria expelido. A benfeitora não gostava de
usar o termo aborto, pois para ela tal situação era apenas mais uma forma de
prestar caridade, no caso ajudando jovens carentes, esposas que deram um mau
passo e mulheres que já eram mães e não podiam arcar com as despesas de mais um
filho. A prática só foi legalizada na Inglaterra cerca de vinte anos depois
deste episódio, ato provavelmente impulsionado pelos diversos casos de pessoas
que sofreram consequências graves devido a sua ingenuidade e falta de discernimento.
segunda-feira, 23 de maio de 2016
MINHA VIDA SEM MINHAS MÃES
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NOTA 9,0 Drama finlandês faz alusão a um drama que milhares de crianças vivenciaram, uma visão diferente da Segunda Guerra |
sábado, 21 de maio de 2016
SOBRENATURAL (2004)
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NOTA 6,0 Diretamente do Vietnã, longa não se preocupa em causar sustos fáceis, mas sim em criar uma atmosfera envolvente |
Uma das marcas mais fortes
da produção cinematográfica da década de 2000 foram os remakes de produções de
horror orientais, onda que acabou abrindo as portas do mercado mundial para
receber os filmes originais e outros inéditos oriundos de países como o Japão e
a China. A diversificação de opções é válida, mas a consequência negativa é que
o inflado número de títulos disponíveis acabou enjoando o espectador e alguns
bons títulos acabaram não tendo o destaque que mereciam como é o caso do
praticamente desconhecido Sobrenatural, suspense com pegada
espírita realizado no Vietnã. Sim, este país não sobrevive apenas as custas das
memórias do auge de seu período de guerras e tampouco se tornou um cenário
totalmente devastado e inabitável. Bem, quem espera ver neste filme as
paisagens vietnamitas esqueça. A ação se concentra praticamente em um único cenário,
uma velha e abandonada casa com um grande quintal cheio de mato, uma
propriedade aparentemente esquecida em uma região campestre e isolada. É lá que
certa noite procura refúgio o escritor Loc (Tuan Cuong), especialista em livros
de suspense com pitadas de romance que deseja um lugar calmo e que lhe inspire
a escrever sua nova obra. Pensando que a casa estava abandonada, ele se
surpreende ao ser recebido educadamente por Hoa (Kathy Nguyen) que diz que o
proprietário havia viajado a algumas semanas e ela estava tomando conta do
local. Logo na primeira noite, Loc começa a ouvir barulhos estranhos e a sentir
a presença de mais alguém, sensações que vão se intensificando a cada nova
madrugada ao mesmo tempo em que ele vai se afeiçoando por Hoa, uma garota que
lembra muito as mocinhas de suas obras, jovens sonhadoras e frágeis, sempre
dependentes dos homens, traídas e abandonadas. Hoa aparentemente é sozinha no
mundo, um tanto misteriosa e desperta ainda mais a curiosidade do escritor
quando ele recebe a visita do pai dela, o Sr. Huy (Dang Hung Son) dizendo que
há tempos não consegue entrar em contato com a filha. Essa é a trama de “O
Visitante”, o primeiro dos três capítulos que compõem o longa dirigido por
Victor Vu, histórias que são intimamente ligadas.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
O ÚLTIMO TREM
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NOTA 5,5 Com premissa razoável, infelizmente longa não tarda a se tornar refém de cenas violentas e efeitos especiais |
Muitos filmes de terror não se levam a sério, isso é
fato, e parecem fazer questão de efeitos especiais precários, mortes
estupidamente divertidas ou bizarras e litros de sangue falso percebidos a
olhos nus. Já outras produções do gênero realmente se esmeram em tentar fazer o
espectador roer as unhas e suar frio, o problema é quando o perfeccionismo
acaba causando o efeito inverso ao desejado. É justamente isso que acontece com
O Último Trem, longa com premissa interessante, bem feitinho
tecnicamente, mas que peca pelos excessos de computação gráfica que tiram
qualquer sensação de asco ou comoção quando alguém é morto por um assassino mal
encarado que ataca nas madrugadas no metrô. Adaptado da obra “Livro de Sangue”,
mais especificamente do conto “O Trem de Carne da Meia-Noite” de Clive Barker,
o responsável pela publicação que deu origem ao cultuado Hellraiser –
Renascido do Inferno, o roteiro de Jeff Buhler conta a história de Leon
Kaufman (Bradley Cooper) um fotógrafo acostumado a captar com sua câmera fatos
cotidianos, até mesmo os mais banais, porém, ele deseja ser um profissional
conceituado. Graças ao amigo Jurgis (Roger Bart) ele conhece Susan Hoff (Brooke
Shields), uma conceituada organizadora de exposições, mas infelizmente ela
esnoba seu trabalho aconselhando-o a ser mais ousado. Perdendo o sono por conta
do comentário, certa noite o rapaz decide sair para fotografar Nova York sob
uma nova ótica, a do submundo marcado pela criminalidade e comportamentos fora
dos padrões, e no metrô acaba salvando uma jovem prestes a ser estuprada por
uma gangue, não perdendo a oportunidade de registrar as imagens do episódio
obviamente. Todavia, logo que a moça embarca no trem da meia-noite seu fatídico
fim está traçado e no dia seguinte Kaufman vê a foto dela no jornal.
Identificada como Erika (Nora), uma modelo, ela estaria desaparecida e quando o
fotógrafo revela seus filmes encontra um importante indício: a imagem de um
misterioso homem. Intrigado, ele decide voltar ao metrô na noite seguinte e
novamente vê o tal figurão. Ele é Mahogany (Vinnie Jones), um grandalhão que
está sempre bem vestido e segurando uma maleta, mas com cara de poucos amigos.
Obcecado em desvendar o caso da modelo e para desespero de sua namorada Maya
(Leslie Bibb), Kaufman transforma em hábito rotineiro as visitas noturnas ao
metrô e diariamente encontra o suspeito sozinho ocupando o último vagão da
condução.
quinta-feira, 19 de maio de 2016
CHUMBO GROSSO
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NOTA 7,0 Longa faz sátira aos filmes de ação apostando em uma mescla de gêneros, personagens caricatos e edição diferenciada |
quarta-feira, 18 de maio de 2016
UMA PROVA DE AMOR
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NOTA 8,0 Apesar de falhas na construção de alguns personagens e a perda de um bom gancho narrativo, longa cumpre seu objetivo de emocionar |
Muita gente condena os
filmes lacrimejantes, aqueles feitos propositalmente para levar o espectador ao
choro fácil, mas se o cinema não é feito para emocionar qual sua finalidade?
Bem, sonhar pode ser uma resposta válida, mas infelizmente a realidade não é
feita de terras habitadas por seres fantásticos e na hora de um tiroteio ou
incêndio nossos heróis reais não são brucutus indestrutíveis, mas mesmo assim arriscam
suas vidas em troca da sobrevivência de outras. Será o medo de bater de frente
com a realidade a resposta ao preconceito que o gênero drama sofre? Sim, embora
produções do tipo sejam populares e vários de seus títulos vençam a barreira do
tempo permanecendo ativos na memória de muitos, a quantidade de pessoas que
detratam os dramalhões é assustadora. Pior ainda é constatar que críticos
especializados colaboram para alimentar tal rejeição taxando sem dó nem piedade
de lixo muitas obras excelentes. Com Uma Prova de Amor a crítica ficou em
cima do muro, mais tendenciosa aos comentários negativos, mas o público
aparentemente gostou do que viu e hoje este longa já goza de uma posição
privilegiada na memória afetiva, quase como um novo clássico popular, ainda que
a temática seja um tanto perturbadora. Abordar uma doença como o câncer não é
muito original, mas até que o diretor Nick Cassavetes, filho do renomado ator e
cineasta John Cassavetes com a atriz Gena Rowlands, encontrou um interessante
gancho a ser trabalhado. Todos os trabalhos a esse respeito obviamente não
deixam de mostrar o sofrimento da família, mas neste caso a ótica é ainda mais
íntima e emotiva. Baseado em um best-seller de Jodi Picoult, a trama
roteirizada pelo próprio cineasta em parceria com Jeremy Leven opta por mostrar
como a doença de um parente acabou influenciando a vida de toda uma família
detalhadamente, principalmente o sofrimento da caçula do clã, a esperta Anna
(Abigail Breslin). Ela não é enferma e sim a solução do problema. Kate (Sofia
Vassilieva), sua irmã mais velha, era ainda um bebê quando foi diagnosticada
com leucemia e com poucas perspectivas de viver com qualidade e por bastante
tempo. Sara (Cameron Diaz) e Brian Fitzgerald (Jason Patric), seus pais,
infelizmente por incrível que pareça não eram doadores compatíveis e seguindo
conselhos médicos decidiram ter um novo filho que pudesse compartilhar com a
irmã tudo que ela precisasse. Um bebê de proveta potencializaria as chances da
compatibilidade se concretizar e assim Anna foi concebida e até o sangue
colhido de seu cordão umbilical foi doado.
terça-feira, 17 de maio de 2016
AS PATRICINHAS DE BEVERLY HILLS
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NOTA 8,0 Comédia adolescente que marcou a geração dos anos 90 envelhece bem e ainda diverte novas gerações |
Existem filmes que nascem com o simples intuito de agradar ao público juvenil, mas que acabam extrapolando os limites da faixa etária visada e até mesmo do tempo. O que poderia parecer uma produção bobinha para aproveitar uma mania passageira pode acabar surpreendendo e marcando época. Esse é o caso de As Patricinhas de Beverly Hills que faturou alto sem investir em alguma campanha de marketing pesada, apenas o boca-a-boca foi o bastante para fazer o longa cair no gosto popular instantaneamente. Lançado bem nos tempos do auge dos seriados de TV americanos para adolescentes no estilo “Barrados no Baile” e “Melrose”, esta comédia foi extremamente elogiada e tira sarro da vida dos jovens ricos ao mesmo tempo em que adiciona um pouco de humanidade e vulnerabilidade a estes personagens que vivem em um mundo de sonhos, ao menos para os olhos dos mais humildes que os enxergam como pessoas fúteis que medem o valor de alguém pelo seu poder aquisitivo. O tempo passou e tal pensamento não mudou, pelo contrário, as novas gerações só trataram de reforçar a cultura do status através das marcas famosas e produtos da moda. É nisso que se apega a protagonista desta comédia aparentemente exclusiva para platéias femininas, mas que também pode entreter os rapazes. Cher (Alicia Silverstone) vive uma realidade a parte na qual tudo tem seu preço e está ao seu alcance através de seu cheque ou cartão de crédito. Jovem, esperta, loura e milionária, mesmo não sendo ainda maior de idade ela já tem seu próprio carro e até um avançado programa de computador que escolhe cada uma de suas combinações de roupas. Apesar de parecer muito fútil, ela tem bom coração e gosta de fazer benfeitorias e é a própria quem dá as boas-vindas à nova aluna do colégio, Tai (Brittany Murphy), uma garota que pelo seu jeito e maneira de se vestir está fadada a viver excluída da vida social dos riquinhos, mas a patricinha lhe dá um banho de loja e ensina boas maneiras a nova amiga. Todo esse tempo dedicado aos outros é porque ela não tem mais nada para se preocupar na vida, a não ser ficar linda e bem vestida.
segunda-feira, 16 de maio de 2016
TESTEMUNHAS DE UMA GUERRA
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NOTA 7,5 Mais um filme procura expor os horrores da guerra tendo como protagonista um homem cuja obsessão se tornou seu pesadelo |
Os
horrores da guerra já foram retratados das mais variadas formas pelo cinema e
desde os mais famosos até relativamente desconhecidos conflitos já tiveram
espaço na sétima arte. O resultado é que com tantas produções com temáticas
parecidas muitas acabam passando despercebidas, principalmente se não tiverem
ao menos um ator de peso encabeçando o elenco e/ou um diretor renomado
assinando o projeto. Por isso chama a atenção o ostracismo vivenciado por Testemunhas
de Uma Guerra, drama protagonizado por Colin Farrell, então já
reconhecido por seus dotes dramáticos e com aval da crítica, e dirigido pelo
bósnio Danis Tanovic cujo nome teve projeção internacional após a conquista do
Oscar de Filme Estrangeiro por Terra de
Ninguém, mais uma produção com a temática guerra. Abordar conflitos do tipo
parecem a especialidade do cineasta que neste caso conseguiu fazer um eficiente
drama que reflete duas realidades que por vezes não são noticiadas pelos
veículos de comunicação: a dura vida de quem precisa registrar as atrocidades
das guerras e o dia-a-dia de quem deveria estar lá para salvar vidas, mas
diante das dificuldades se vê obrigado a escolher quem terá direito a uma
segunda chance. Triagem (“Triage” é o título original) é o nome dado ao
processo de seleção que os médicos usam em situações de emergência para
priorizar o atendimento dos mais necessitados. Geralmente quem procura
atendimento em pronto-socorros passa por essa pré-seleção e os doentes mais
graves têm preferência de atendimento (teoricamente as coisas deveriam
funcionar assim), mas nas guerras as coisas funcionam diferentes. Com recursos
escassos, os médicos acabam atendendo os feridos com maiores chances de
sobrevivência e deixando os de estado grave por último na fila de atendimento
para não desperdiçarem material, o que fatalmente os levam ao óbito. Situações
como essas é que servem de base para o roteiro criado pelo próprio cineasta que
coloca Farrell na pele do fotógrafo Mark que é viajo ao Kurdistão na companhia
do amigo também fotógrafo David (Jamie Sives). A trama se passa em meados dos
anos 80, época marcada no país pelos conflitos entre a classe trabalhadora e o
governo turco, este que não reconhece a existência da etnia curda. Durante
semanas a dupla registrou com suas câmeras os processos de triagem e
conversaram com os médicos a respeito. Além das imagens estarrecedoras, os
depoimentos também eram assustadores, alguns profissionais inclusive relatando
que não bastava excluir os doentes mais graves da lista de atendimento,
precisavam eles mesmos sacrificar homens para poupar seus sofrimentos de
esperar a morte que poderia ocorrer em questão de pouquíssimos dias ou até
mesmo minutos.
domingo, 15 de maio de 2016
AFINADO NO AMOR
Nota 7,0 Com história comum, longa se sustenta com carisma dos atores e ambientação nostálgica
A junção de dois astros populares
entre adolescentes e conhecidos por transitarem bem pelo campo do humor só
poderia resultar em uma coisa: sucesso! Esse era o objetivo da comédia
romântica Afinado no Amor, mas o primeiro
encontro entre Adam Sandler e Drew Barrymore não resultou no boom esperado,
algo que só veio a acontecer cinco anos depois em Como Se Fosse a Primeira Vez. O grande charme da produção é
ambientar a trama em meados da década de 1980, assim dando ênfase aos hábitos
culturais, trilha sonora e breguice da moda de uma época que deixou saudades. O
astro da comédia, que então já levava multidões aos cinemas nos EUA, mas
curiosamente seus filmes não pegavam em outros países, aqui vive Robbie Hart, o
vocalista de uma banda que ganha seus trocados animando festas de casamento.
Por ironia do destino ele levou um fora da noiva justamente no dia em que iam
subir ao altar. Deprimido, ele já não consegue mais se concentrar no trabalho e
seu desânimo por pouco não estraga o tão sonhado dia de muitos casais. Todavia,
em uma dessas festas ele conhece Julia Sullivan (Barrymore), uma garçonete
simpática e divertida por quem se apaixona imediatamente, mas em um primeiro
momento prefere manter-se distante. O problema é que ela já é noiva de Glen
Gulia (Matthew Glave), um cara egoísta, detestável e, acima de tudo, infiel, a
deixa para o cantor tentar se aproximar da jovem alertando-a sobre o erro que
irá cometer se realmente se casar. Entre encontros e desencontros, o casal vai
percebendo afinidades e que os sentimentos são correspondidos mutuamente, mas é
claro que vai demorar um pouquinho para perceber que realmente estão
apaixonados, afinal de contas tem que haver recheio para encher cerca de uma
hora e meia de filme.
sexta-feira, 13 de maio de 2016
SEXTA-FEIRA 13 (1980)
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NOTA 8,0 Praticamente o pai dos slashers movies, produção envelheceu bastante, mas é inegável sua importância para o cinema de horror |
quinta-feira, 12 de maio de 2016
O TERNO DE 2 BILHÕES DE DÓLARES
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NOTA 4,0 Tirando uma onda de James Bond, mescla de aventura e comédia não favorece Jackie Chan que não se joga literalmente neste trabalho |
quarta-feira, 11 de maio de 2016
UM AMOR JOVEM
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NOTA 7,0 O ator Ethan Hawke prova que tem talento para a direção e escrita em drama sobre amor da juventude |
O mercado cinematográfico no mundo todo parece ter um pouco de medo em investir em produções cujos idealizadores sejam atores. Kevin Costner e Mel Gibson tiveram sorte e chegaram a conquistar os Oscars de Melhor Filme e Melhor Diretor, mas da mesma forma rápida que chegaram ao ápice em uma profissão que não era a principal deles, também chegaram ao fundo do poço. O autoritarismo e a megalomania de ambos atrás das câmeras, o que gera muitos conflitos de bastidores, certamente influenciam no medo que grandes empresas têm de se envolverem na produção de filmes escritos e/ou dirigidos por atores. Fora estes casos atípicos, são vários os intérpretes que já assumiram as rédeas do roteiro e da câmera e que tiveram seus trabalhos exibidos de forma modesta ou praticamente nula. Uma pena. Geralmente esses filmes são bastante interessantes e mereciam um pouco mais de atenção. A situação é ainda pior quando o ator que pretende testar outras áreas não tem seu talento reconhecido à frente das câmeras como é o caso de Ethan Hawke. Considerado um intérprete de talento limitado, seus únicos trabalhos de grande repercussão são Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol, ambos estrelados e roteirizados por ele próprio em parceria com a atriz Julie Delpy. Será mesmo que ele é um nome qualquer no mundo do cinema? Não é o que ele prova com Um Amor Jovem, drama repleto de elementos autobiográficos o qual ele dirigiu, roteirizou e ainda assumiu um papel pequeno na trama, mas de grande importância para a história do protagonista. Adaptado do livro “The Hottest State” publicado pelo próprio Hawke em 1997, o longa é um daqueles títulos praticamente desconhecidos e que você fica com um pé atrás, mas que pode te surpreender e garantir uma boa sessão de cinema. Pena que a obra teve pouquíssima repercussão em sua terra natal e no Brasil seu lançamento foi feito por uma empresa modesta e especializada em filmes alternativos e participantes de festivais, assim só mesmo chamando a atenção dos ratos de locadora que adoram garimpar tesouros e novidades entre as prateleiras.
terça-feira, 10 de maio de 2016
SEXO SEM COMPROMISSO
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NOTA 7,5 Premissa indica que esta comédia sairá do lugar comum do gênero, mas diretor dá meia-volta |
As comédias românticas são produzidas com foco em público certo que gosta de ver as mesmas histórias com apenas algumas sutis diferenças. Casal se conhece por acaso, se apaixona, uma pedra surge no meio do caminho deles, mas no final o tradicional felizes para sempre tem que existir. Apesar de agradar as platéias femininas, o gênero comumente peca pelo machismo implícito, sendo a mulher quase sempre retratada como submissa ou infeliz e que só é capaz de encontrar a felicidade ao lado de um homem, este que provavelmente pintou e bordou o quanto pôde antes de se entregar a um relacionamento sério. Bem essa fórmula não funciona em Sexo Sem Compromisso ou pelo menos não completamente. O título aparentemente pode vender de forma errada o conteúdo do filme, dando a idéia de que este poderia ser um novo American Pie com adolescentes que só pensam em sexo e estudar que é bom nada. Bem, os protagonistas realmente são compulsivos sexuais, porém, estão longe da fase da adolescência, já são adultos que fazem o que bem entenderem de suas vidas. Adam (Ashton Kutcher) está sofrendo com a decepção de ter sido largado por Vanessa (Ophelia Lovibond), com quem namorou por oito meses. Para piorar a situação, descobre que ela é a nova namorada de seu pai, Alvin (Kevin Kline), um astro da TV das antigas. Desejando esquecê-la e seguir em frente, ele acaba se acostumando a sair com diversas garotas apenas por diversão, sem envolvimento emocional, mas tudo muda em uma noite de bebedeira. Quando acorda, ele está em um apartamento que não é o seu e descobre que quando não estava sóbrio se encontrou com Emma (Natalie Portman), uma jovem com quem se encontrou algumas vezes, mas há muitos anos. Durante a noite nada aconteceu entre eles, mas na manhã seguinte não conseguiram resistir. A moça quer o mesmo que ele, apenas sexo sem cobranças e assim eles marcam encontros constantes durante um bom tempo e em qualquer hora do dia ou da noite. Porém, a relação começa a mexer com os sentimentos de Adam, mas convencer Emma de que ela também está se apaixonando não será nada fácil.
domingo, 8 de maio de 2016
DUAS VIDAS (2000)
Nota 4,5 A possibilidade de mudar os rumos da vida é desperdiçada em comédia sem graça
sexta-feira, 6 de maio de 2016
A VÍTIMA PERFEITA
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NOTA 8,0 Longa relata fato real sobre uma jovem descontente com a vida que tinha e que buscou a solução almejando a vida de outra |
Que atire a primeira pedra aquele
que nunca desejou em algum momento viver a vida de uma outra pessoa, seja ela
uma personalidade ou um indivíduo comum? A vontade de ter alguma coisa ou ser
como alguém pode ser benéfico, uma alavanca para determinar metas em busca de
um objetivo que traga satisfação, mas infelizmente na maioria dos casos tais
vontades podem se transformar em sentimentos ruins como inveja e obsessão
levando alguém angustiado ou com raiva a atos contraditórios que não raramente
traem até seus próprios princípios. Claro que em casos que chegam a situações
extremas de loucura as pessoas em questão não são normais e sofrem de
distúrbios psicológicos, problemas que podem ser nutridos desde a infância e
que muitas vezes são omitidos por quem sofre e imperceptíveis aos que convivem com
elas. Não é de se estranhar que existam tantos casos de crimes bizarros
envolvendo a inveja e o longa A Vítima Perfeita relata um deles, uma
mescla de drama e suspense baseada em fatos reais que conta a história de uma
jovem que odiava a própria vida e por isso decidiu tomar a de outra pessoa. Com
roteiro e direção de Simone North, o filme narra a história de Caroline Reid
(Ruth Bradley), uma moça solitária e que vê problemas em sua forma física e na
maneira como sua vida se desenrola, mas que deseja intensamente mudar seu
cotidiano radicalmente. O problema é que em sua mente perturbada a solução não
seria ela própria encontrar o que está errado consigo mesma e tentar mudar, mas
sim tirar uma garota de seu caminho, Rachel Barber (Kate Bell), uma jovem que
ela julga ser perfeita em todos os aspectos. Literalmente ela deseja trocar de
lugar com a vizinha de bairro e assumir sua rotina, mas até onde ela poderia em
busca desse insano desejo? Tomada pela obsessão, Caroline dá um jeito de se
aproximar de sua vítima e estreitar laços de amizade, embora já se conhecessem
a algum tempo. Com o contato estabelecido, logo Rachel demonstra confiar na
nova amiga, partilha segredos e compactua em não revelar a ninguém sobre a
amizade entre elas. Pode parecer muita ingenuidade, mas a garota aparentemente
super popular não leva a vida feliz que Caroline acredita e vê nessa relação a
amiga que ela sempre quis ter, portanto nada mais natural que tentar
preservá-la ao máximo.
quinta-feira, 5 de maio de 2016
QUERIDA WENDY
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NOTA 7,0 Pequena e pacata cidade é usada para discutir importantes temas sociais ligados aos jovens, armas, medo e violência |
Embora não tenha um currículo
muito extenso o diretor Lars Von Trier se tornou uma grife cinematográfica, um
nome que pode não render milhões, mas que tem platéia cativa e o poder de
suscitar discussões, reflexões e expectativas. Thomas Vintenberg é um nome
menos conhecido, porém, ambos são profissionais que têm importância singular na
História do cinema. Eles foram alguns dos cineastas que levantaram a bandeira
do movimento Dogma 95, uma corrente que defendia a produção de filmes sem
grandes preocupações com a parte técnica, mas sim atenção focada na narrativa e
na criatividade, quase como produções caseiras com um tantinho mais de esmero.
O movimento não vingou, mas curiosamente seu conceito até hoje é perpetuado,
ainda que raramente seja colocado em prática. Todavia, após anos sem trabalhar
juntos, a dupla lançou Querida Wendy, obra que passa longe
dos ideais da manifestação que defendiam, porém, ainda bem distante da estética
de um filme comum. Equilibrando-se entre o alternativo e uma leve vontade de se
aproximar das massas, o diretor Vintenberg, recuperando-se então do retorno
negativo de Dogma do Amor, conseguiu
criar uma obra que não chega a ser excepcional, mas pode ter a honra de se
intitular como um trabalho único. É difícil encontrar algum outro produto similar
para fazer comparações, a começar pela abordagem do tema principal: a relação
do homem com as armas de fogo. No caso, a paixão de um rapaz por um revólver. Sim,
a tal Wendy do título não é uma mulher e sim a arma pela qual o Jovem Dick
(Jamie Bell) está apaixonado, inclusive o longa se sustenta com uma narrativa
em off como se fosse uma declaração de amor e despedida dele para o objeto que
muitos não gostariam de ter em casa nem em forma de brinquedo. Bem, não se
podia esperar algo convencional de um roteiro de Von Trier. O tímido rapaz vive
em Estherslope, uma pequena e pacata cidade no interior dos EUA, não se encaixa
no estilo de vida do local e tampouco tem perspectivas de vida, mas tudo muda
quando certo dia acaba comprando uma arma de brinquedo em uma loja a beira da
falência para presentear um garoto que ao que tudo indica não lhe despertava os
melhores dos sentimentos. Na última hora ele decide dar outra coisa de presente
e quando vai devolver o revólver descobre que ele é de verdade. Fascinado por
sua nova companheira, ele lhe dá um nome, a leva junto para onde quer que vá e
passa a demonstrar autoconfiança, uma sensação que até então desconhecia. Todavia,
ele se diz um pacifista nato.
terça-feira, 3 de maio de 2016
OS IRMÃOS MCMULLEN
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NOTA 8,0 Ator Edward Burns debutou como diretor em produção simples e eficiente sobre relações pessoais seguindo tradição do cinema independente |
Simplicidade e emoção. Talvez estas duas palavras sejam as
que definam melhor o conceito de filmes independentes, excetuando-se as
produções talhadas para ganhar prêmios no melhor estilo Miramax (aquela
produtora que bombou no passado nas premiações com títulos como Shakespeare
Apaixonado e Chicago). Filmes visualmente simples, mas ricos em
conteúdo, é a melhor forma de um ator conseguir fazer sua estréia na direção e
foi assim que Edward Burns debutou na função de diretor. Em 1995, o cinema
independente americano vivia uma excelente fase após ganhar uma injeção de
ânimo com o sucesso de público e crítica de diversas produções do tipo,
principalmente depois que Quentin Tarantino chegou as principais categorias do
Oscar com seu Pulp Fiction – Tempo de Violência. Ok, emoção no sentido
mais singelo da palavra não é a cara do trabalho citado, mas o fato de ter sido
produzido longe de um grande estúdio e usando bem menos recursos financeiros
que outros blockbusters da época automaticamente classificaram o longa como um
expoente entre os títulos “excluídos” de Hollywood. Assim as portas do mundo
cinematográfico foram abertas para dezenas de novos realizadores que mesmo com
poucos recursos conseguiram produzir e lançar pequenos filmes nos quais o que
mais importa é o texto, a mensagem que a obra quer transmitir. Burns, também
roteirista, lançou exatamente neste período seu primeiro filme como
diretor, Os Irmãos McMullen, um título rejeitado pelo mercado até que se
tornou vencedor do prêmio do Júri do Festival de Sundance. A rejeição dos
exibidores e empresas de vídeo doméstico é explicada pelo mesmo mal que afeta
os longas apresentados nos festivais contemporâneos: a limpeza das imagens, que
podem indicar falta de recursos, e a oscilação entre gêneros, no caso entre o
drama e o humor leve, dois fatores que não inspiram muita confiança e
dificultam cativar o espectador. Todavia, quem gosta de boas histórias e
resolver dispensar um tempinho do seu dia para curtir esta produção certamente
não se arrependerá. Situações distintas são traçadas em histórias paralelas nas
quais três irmãos irlandeses que vivem em Long Island, nos EUA, e levam a sério
o catolicismo passam por dificuldades em seus envolvimentos amorosos. Cada qual
vive uma crise diferente. A intimidade com o tema garante as virtudes da obra
afinal o próprio Burns é filho de imigrantes irlandeses e o segundo de três
filhos. Não por acaso ele assume no longa o papel do filho do meio e dá ao
elenco a segurança necessária, pois sabe bem do que está falando.
segunda-feira, 2 de maio de 2016
O MENINO DO PIJAMA LISTRADO
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NOTA 9,5 Ainda que aposte na fórmula batida da guerra vista pelo olhar inocente infantil, longa é digno e emocionante |
domingo, 1 de maio de 2016
JOGO DO AMOR
Nota 4,0 Bonitinho e esquecível, longa poderia render se investisse na crítica aos reality shows

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