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NOTA 8,0 Feito para dar sobrevida a popular personagem da TV nos EUA, longa virou uma pérola do cinema trash e da década de 1980 |
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
ELVIRA - A RAINHA DAS TREVAS
domingo, 30 de outubro de 2016
ABRACADABRA
Nota 8,5 Nostálgico para muitos, bruxas da Disney ainda garantem uma boa sessão da tarde
É curioso como bruxas, fantasmas,
vampiros e companhia bela ao mesmo tempo em que amedrontam as crianças também
conseguem fasciná-las, uma particularidade que a sétima arte aproveita a
exaustão há décadas. A receita básica para fisgar a atenção do público infantil
abordando temas sinistros é praticamente sempre a mesma: colocar um bando de
crianças e adolescentes em apuros fugindo das garras de seres horripilantes.
Para completar o prato basta cercar-se de crendices populares e adicionar
generosas pitadas de humor leve e inocente, além de adorná-lo com uma generosa
dose de final feliz. É essa receita que serviu e ainda serve de base para
muitas produções infanto-juvenis, sendo uma das mais influentes do gênero. Abracadabra
segue os ensinamentos a risca e não dispensa nenhum ingrediente. Essa produção é dos tempos em que a
Disney emplacava candidatos a clássicos das sessões da tarde em
velocidade ímpar e um dos filmes que melhor capta o espírito de alegria e
medo que se misturam na noite de Halloween. Com roteiro de David Kirschner e
Mick Garris, a trama gira em torno de Winnie (Bette Midler), Sarah (Sarah
Jessica Parker) e Mary (Kathy Najimy), três irmãs feiticeiras que desejam se
tornar mais jovens sugando a energia vital das crianças da cidade de Salem.
Banidas da face da Terra há 300 anos quando tiveram seus planos descobertos, elas chegam
ao século 20 após seus espíritos serem evocados no Dia das Bruxas pelo jovem
Max (Omri Katz), uma lenda na qual ele não acreditava assim como sua irmã Dani
(Thora Birch) e sua colega da escola Allisson (Vinessa Shaw) também duvidavam.
Agora, as feiticeiras estão dispostas a fazer de tudo para garantir
sua juventude e imortalidade aproveitando esta única noite de sobrevida. Para
tanto elas terão que capturar o maior número possível de crianças para tirar
suas vidas, mas elas precisarão enfrentar Max e as meninas que vão fazer
de tudo para tentar levar as bruxas de volta ao mundo dos mortos.
sábado, 29 de outubro de 2016
NOITE DAS BRUXAS MACABRA
Nota 5,0 Longa não tem nada de macabro e desperdiça argumento não sabendo trabalhar reviravolta
Kaylie (Brooke Anne Smith) é uma
jovem que como tantas outras adolescentes americanas vai passar a noite do Dias
das Bruxas trabalhando como babá. O serviço que parecia tranquilo acaba se
tornando um pesadelo quando a casa dos seus patrões é invadida por um assassino
mascarado. Seria Noite das Bruxas Macabra uma
cópia descarada do clássico Halloween - A
Noite do Terror? Bem, a julgar pela produção modesta e duração enxuta
poderíamos dizer que seria o primo pobre do longa setentista, porém, na metade
da história temos uma significativa quebra de expectativas, mas o que também
não quer dizer necessariamente que seja um ponto positivo. No primeiro ato, o
filme parece seguir à risca a cartilha dos slashers movies. Kaylie é uma
adolescente deslocada, do tipo que destila um humor ferino e tem uma visão um
tanto distorcida da realidade, o que contribui para não ser muito popular no
colégio, completamente o oposto de Daphne (Nikki Limo), sua melhor amiga que
inventa estar com gripe para deixar de atender o pedido da família Payton para
cuidar de um bebê e assim poder sair para badalar na noite de doces ou
travessuras. Kaylie cai na mentira e aceita a tarefa em seu lugar, afinal nada
melhor que ganhar uma graninha extra e ainda usufruir um pouco do conforto da
casa de uns ricaços, mas é avisada pelo Sr. Miles (Malcolm McDowell), um
misterioso e idoso vizinho, sobre os perigos que o Halloween pode oferecer e a
recomenda não abrir a porta para nenhum estranho. A jovem imediatamente rejeita
o conselho, pois sua noite já começa mal com as tradicionais importunações de
adolescentes que aproveitam a data para fazer brincadeiras incômodas, motivo
pelo qual a jovem não percebe em um primeiro momento estar sendo observado por
um mascarado que não tarda a invadir a residência. Como o velho senhor lhe
avisara, muita gente só quer se divertir no Dia das Bruxas, mas não faltam
oportunistas para espalhar o mal. Coincidência ou não, esse era o mesmo
discurso do personagem de McDowell em Halloween
- O Início, remake do filme citado no início do texto que tem como
representação da maldade em seu estado mais puro o assassino Michael Myers. Já
no filme em questão, o serial killer passa longe de amedrontador.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
O PESO DA ÁGUA
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NOTA 3,0 Suspense tenta estabelecer conexões entre duas histórias, mas nenhuma delas cativa, sendo válido apenas o capricho técnico |
Um título enigmático, um elenco
de peso e uma arte publicitária que pouco revela sobre a obra. Esses são
elementos que teoricamente unidos podiam fazer um filme de suspense fazer
sucesso, mais ou menos a mesma fórmula que alavancou a carreira do diretor M.
Night Shyamalan em seus primeiros longas hollywoodianos. Contudo, a receita
ainda tem outros ingredientes que em abundância ou em pequenas doses podem
comprometer o resultado final, isso sem falar no tempo de espera para sair do
forno. A metáfora com a preparação de um bolo, por exemplo, ajuda a justificar
o fracasso de O Peso da Água, suspense com todos os elementos citados na
primeira frase do texto, mas com excessos, falhas e que foi lançado já cercado
de suspeitas de que seria um tremendo imbróglio devido a demora. Tendo estreado
no Festival Internacional de Cinema de Toronto em 2000, evento que já é
considerado como uma vitrine dos filmes que irão bombar na alta temporada de
premiações, estranhamente o longa só foi lançado em circuito comercial nos EUA
cerca de dois anos depois. Provavelmente a obra foi mal recebida no festival e
os produtores resolveram “consertá-la”.
Será que ela era pior do que a versão definitiva que chegou ao público?
Difícil imaginar, mas tudo é possível. Baseado no romance homônimo de Anita
Shreve, a trama conta paralelamente duas histórias com pontos em comum, ambas
acontecem em um mesmo local e envolvem um turbilhão de sentimentos, mas um
século as separa, porém, o passar dos anos provam que ciúme e paixão são
atemporais, ou deveriam ser, ligações que este suspense jamais atinge com
perfeição. As Ilhas Shoah, no litoral do Estado de New Hampshire, serviram de
cenários para uma triste história em meados do ano de 1873. Duas mulheres de
uma mesma família, Karen (Karin Cartlidge) e Anethe (Vinessa Shaw), foram
assassinadas e seus corpos possuíam marcas de golpes brutais feitos a
machadadas. Louis Wagner (Ciarán Hinds) torna-se o principal suspeito, pois
poucos dias antes havia se hospedado na casa das jovens e foi expulso acusado
de roubo. Maren Hontvedt (Sarah Poley), irmã de uma das vítimas e cunhada da
outra, também deveria ter sido assassinada, mas conseguiu fugir e seu
testemunho é definitivo para que o citado homem seja condenado pelos crimes e
vá para a forca. Logo no início sabemos que Wagner realmente morreu como um
criminoso, mas seria ele mesmo o culpado?
domingo, 23 de outubro de 2016
AMOR POR ACIDENTE (2010)
Nota 5,0 Longa repete todos os clichês possíveis de dramas leves e comédias românticas
Há alguns anos produções rotuladas como evangélicas, mas
cujos conteúdos e mensagens podem e devem ser apreciados por todos independente
da religião, começaram a se popularizar fazendo com que grandes distribuidoras
investissem na importação de produtos do tipo e até empresas especializadas
nessa filmografia surgiram para abastecer o mercado de vídeo doméstico. A
partir de 2012, uma nova onda tomou de assalto as locadoras com títulos que se
orgulham de trazer um símbolo que representa os títulos recomendados para toda
a família, uma exclusividade que a Focus Filmes traz para o Brasil em parceria
com produtoras internacionais que estão investindo pesado neste filão. A
essência destes produtos é a mesma que rege o mercado de vídeo evangélico,
histórias bonitas de amor e dramas leves envolvendo problemas familiares e do
cotidiano que agradam a todas as idades, excluindo qualquer traço ofensivo,
porém, não envolvendo necessariamente conceitos religiosos explícitos. Amor por
Acidente é um dos exemplos desta seara que tende a conquistar a atenção do
público mais sentimentalista com títulos açucarados e artes das capas dos DVD
que investem em beleza visual e tons pastéis. A história criada por Charles T.
Daniels e Peter Facinelli gira em torno de dois jovens que se conhecem através
de um acidente de trânsito e para variar a convivência inicial é das piores já
que os dois são um tanto orgulhosos. Eddie Avelon (Ethan Erickson) é um ator
frustrado por não ter seu rosto reconhecido nas ruas, afinal ele está sempre
coberto pelo pesado e quente figurino do coelho Mulligan, personagem de um
popular programa infantil. Annie
Benchley (Jennie Garth) é uma jovem viúva que trabalha como garçonete em uma
lanchonete. Após o acidente, eles passam a se esbarrar eventualmente e sempre
trocam farpas já que a moça não se conforma que o rapaz praticamente ignorou o
acontecido, embora ninguém tenha se ferido. O ponto de equilíbrio entre eles
atende pelo nome de Taylor (Dannika Northcott), filha de Annie, uma garotinha
de apenas seis anos de idade que é fã incondicional do coelho Mulligan.
sábado, 22 de outubro de 2016
CAÇADORES DE TRÓIA
Nota 6,0 Produção alemã tem clima de aventura dos anos 60 e explora lenda estrangeira

sexta-feira, 21 de outubro de 2016
ESPELHOS DO MEDO 2
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NOTA 2,0
Apenas a ideia básica do longa original é resgatada nesta sequência fraca e desnecessária cuja trama tem pegada policial |
Continuações de filmes de terror já são previstas quando um novo produto
do gênero é lançado e ele nem precisa fazer sucesso para dar criar. Contudo, é
de praxe ficarmos com o pé atrás quanto a qualidade dessas sequências, ainda
mais quando nem mesmo o protagonista do original aparece para uma ponta,
portanto, não há muito o que se esperar de Espelhos do Medo 2,
suposta continuação da fita de horror estrelada por Kiefer Sutherland em 2008
que apesar das boas intenções já era uma obra irregular. Esta segunda parte
tenta seguir a mesma linha de raciocínio da anterior, mas sua narrativa já
começa mal perdendo seu protagonista. Agora quem encabeça o elenco é o jovem
Nich Stahl interpretando um personagem perturbado, praticamente um item
indispensável nas fitas de terror. Max Matheson sofreu um acidente de carro no
qual sua noiva veio a falecer e ele se sente culpado. Após um período de
depressão e de se entregar ao vício das drogas e bebidas, inlcusive chegando a
tentar suicídio, o rapaz tem a chance de recomeçar sua vida trabalhando com seu
pai, Jack (William Katt), que lhe oferece o emprego de vigia na nova loja
MayFlower, a mesma que há alguns anos foi o cenário de trágicos acidentes após
ter passado por um incêndio. Enquanto não inaugura, o rapaz será encarregado de
vgiar o espaço para evitar assaltos e depredações. Para manter-se ocupado e
tentar abandonar os vícios, Max aceita o cargo, mas nem imagina a história de
arrepiar que está prestes a vivenciar. Como herança da antiga loja, um grande espelho
em perfeito estado foi recuperado do prédio que foi incendiado, item neceessário
para fazer as ligações entre as duas obras. Logo na primeira noite de trabalho
o jovem começa a perceber imagens estranhas nos espelhos, como a visão de uma
mulher refletida, porém, ela nunca está presente nos ambientes. Depois ele passa
a enxergar a imagem de seus colegas de trabalho também, mas em situações em que
provocam a própria morte. Já fica subentendido que cada uma dessas pessoas irá
morrer em breve e tal qual da maneira que o espelho apresentou. Mesmo tentando
socorrê-los, Max sempre chega tarde demais aos lugares das visões e sabe que a
qualquer momento pode ser a próxima vítima. Agora ele precisa descobrir o
mistério da tal garota para terminar com a onda de mortes inexplicáveis e
proteger a sua própria vida.
quinta-feira, 20 de outubro de 2016
ESPELHOS DO MEDO
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NOTA 6,0 Refilmagem de terror asiático tem boa premissa, mas peca por sustos manjados e má exploração do excelente cenário |
O início da primeira década do século 21 foi marcada pela invasão dos
terrores e suspenses orientais pelo mundo todo. Primeiro foi Hollywood que foi
buscar inspiração no Oriente e acabou optando pelas refilmagens de sucessos de
lá. Logo cineastas de olhinhos puxados foram importados para terras americanas
e não demorou muito para as próprias produções originais asiáticas encontrarem
espaço no Ocidente, mais especificamente no mercado de vídeo. Resultado:
saturação do estilo. Assim não é de se espantar o fraco desempenho em
bilheterias e de repercussão de Espelhos do Medo, refilmagem
do terror sul-coreano Espelho. Apesar das críticas negativas
que recebe honestamente esta produção não é de todo ruim e consegue ser mais
palatável que sua versão oriental. A
trama gira em torno de Ben Carson (Kiefer Sutherland), um ex-detetive
que foi suspenso do Departamento de Polícia de Nova York há cerca de um ano por
uma ação desastrosa que comandou e culminou na morte de um colega de trabalho.
O caso fez com que ele se tornasse alcoólatra e dependente de remédios, o que o
afastou também de sua família. Tentando retomar sua vida, ele aceita o emprego
de vigia noturno das ruínas de uma loja de departamentos depois que o outro
funcionário se suicidou. O local sofreu com um incêndio há alguns anos, mas o
que sobrou precisa ser mantido intacto por razões de resgate de seguros e
brigas judiciais. Sem eletricidade e silêncio amedrontador, o espaço é perfeito
para qualquer um deixar sua imaginação criar imagens e sons assustadores, mas
certa noite, enquanto patrulha o local, Carson se assusta com algo inusitado e
que sabe que não é fruto de sua mente perturbada. Mesmo após o incêndio, os
espelhos da loja continuam intactos e parecem refletir imagens horripilantes de
acontecimentos do passado e manipular a realidade. As coisas complicam quando
eventos inexplicáveis passam a ocorrer com pessoas próximas a ele, como sua
irmã Angela (Amy Smart). Assim, o seu lado de detetive fala mais alto e ele
busca respostas para os estranhos episódios que passam a assombrar sua vida e para
proteger sua ex-mulher, Amy (Paula Patton), e os filhos, Michael (Cameron
Boyce) e Daisy (Erica Gluck).
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
ALPHA DOG
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NOTA 6,0 Não era a intenção, mas trajetória de jovem e bem nascido traficante soa como uma apologia às drogas e aos crimes, um perigo para mentes fracas |
segunda-feira, 17 de outubro de 2016
DUMBO (1941)
NOTA 8,5 Com orçamento limitado, mas muita criatividade, desenho é delicado, divertido e emociona com um tema sempre atual |
A história dos estúdios Disney e
dos bastidores acerca de cada produção saída de lá até hoje despertam muita
curiosidade e torna-se ainda mais especial revermos ou apresentarmos as novas
gerações tais clássicos quando temos em mente o contexto histórico da época de
seus lançamentos e percebemos que suas lições de moral ainda têm validade. Hoje em dia, as humilhações
vividas por qualquer um em seu ambiente escolar, profissional, familiar ou até
mesmo na rua estão no foco dos noticiários e debates em diversas instituições.
Qualquer deslize ou algo diferente em seu aspecto físico pode virar alvo de
chacota. Inicialmente pode até ser divertida a brincadeira, mas conforme ela se
torna constante e ofensiva pode se transformar em um ato criminoso, o popular
bullying, palavra estrangeira empregada para denominar tais práticas
provenientes de pessoas sem o mínimo de respeito ao seu semelhante. Porém, o
problema não é uma novidade do mundo moderno. Sem o título americano, esse
inconveniente já ocorre há muitos anos, talvez desde os primórdios do homem na
Terra, e é um conflito muito explorado pelo cinema, enfocando na maioria das
vezes o público infantil, faixa etária em que a discriminação acontece em
proporções assustadoras. Tal tema foi utilizado com sucesso, por exemplo, em
uma inteligente metáfora na animação Dumbo, uma
produção Disney lançada em 1941 e baseada na obra homônima de Helen Aberson e
Harold Perl. Este é o quarto longa de animação do estúdio e é considerado um
dos maiores clássicos do gênero de todos os tempos, tanto é que foi relançado
em cinemas e em home vídeo diversas vezes, já que seu conteúdo é universal e
atemporal, afinal é impossível encontrar alguém que pelo menos uma vez na vida
não se sentiu excluído ou inseguro mesmo quando adulto. A história gira em
torno de um elefantinho chamado Jumbo Jr. que, além de nascer com orelhas
desproporcionais ao seu corpo, tem a fama de ser desengonçado, por isso ele
recebeu o apelido de Dumbo, palavra que em inglês significa estúpido. Vivendo
desde pequeno em um circo, ele sempre foi ridicularizado pelos outros elefantes
que levavam a sério a frase da canção "um elefante incomoda muita
gente", mas tudo por pura maldade. Dumbo só contava com o amor e carinho
de sua mãe até que ele faz amizade com o prestativo ratinho Timóteo que vai
ajudá-lo a enfrentar esses problemas e mostrar seu valor. Essa amizade, um dos
pontos altos do filme, é uma clara paródia ao medo que esses grandes mamíferos
têm de roedores.
domingo, 16 de outubro de 2016
DO OUTRO LADO DA LINHA
Nota 5,0 Comédia romântica segue caminho comum e desperdiça tema sobre choque cultural

terça-feira, 11 de outubro de 2016
JANTAR COM AMIGOS
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NOTA 7,5 Com diálogos envolventes e conflitos de fácil identificação, longa discute o desgaste do casamento e o valor da amizade |
O relacionamento de um casal
é como uma receita que precisa de certos ingredientes para dar certo, mas o
problema é que é muito difícil manter a pimenta do início e evitar que a rotina
não agregue um insosso sabor de água com açúcar à relação. Tem casais que se
acostumam ao cotidiano com pouco sabor de paixão, mas outros precisam de um
tempero a mais para se manterem unidos. Sem dúvidas a receita da felicidade de
um casal é singular, cada um tem a sua própria e é essa a grande lição de Jantar
com Amigos, erroneamente vendido como uma comédia romântica quando na
realidade é um drama leve que explora a reação de um casal perfeito em relação
a separação dos seus melhores amigos. Baseado na peça teatral homônima de
Donald Marguiles, que também assina o roteiro, a trama começa com Gabe (Dennis
Quaid) e Karen (Andie MacDowell) preparando mais um de seus famosos jantares
cheios de iguarias para receber os amigos Beth (Toni Collette) e Tom (Greg
Kinnear). Os anfitriões voltaram a pouco tempo da Itália e estão na expectativa
quanto ao lançamento de mais um livro sobre gastronomia e como sempre querem
dividir este momento feliz com aqueles que consideram extensão de sua família.
Ambos os casais estão juntos a cerca de doze anos, tem dois filhos cada e as
estruturas sólidas destes relacionamentos, tanto íntimo dos cônjuges quanto de
amizade entre as famílias, pareciam inabaláveis isso até que uma noite de
intensa chuva prenunciava que algo ruim estava para acontecer. Beth chega ao
jantar acompanhada apenas dos filhos e justifica que o marido, um advogado de
sucesso, precisou fazer uma viagem de trabalho às pressas. Enquanto discursam
sobre as belezas e sabores italianos, a convidada demonstra um pouco de
incômodo e entediada, mas educada esforça-se para parecer interessada na
conversa. Os amigos já sabiam que ela tinha uma tendência desde a juventude
para problemas emocionais, porém, não imaginavam que desta vez o problema tinha
razões bem sérias. Ela revela que o marido confessou declaradamente que está
apaixonado por outra e decidido a se separar, inclusive acusando a esposa de
ter destruído sua vida. Beth julgava que o mau humor constante do rapaz era por
conta dos problemas com o trabalho, mas assume que sabe que ele desejava mais
intimidade na relação e ela negava.
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
PERIGO EM BANGKOK
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NOTA 2,0 Mais uma vez Nicolas Cage surge inexpressivo em produção esquecível, um remake bobo e cheio de erros narrativos |
Um assassino
profissional deve ser rápido, não deixar pistas, ter sangue frio e jamais se
envolver com suas vítimas ou quem quer que seja. É uma pessoa solitária que
raramente pode se dar o direito de aproveitar o mundo real, mas logo precisa
retornar a sua clausura, ao seu universo particular. O isolamento do
protagonista de Perigo em Bangkok ironicamente pode ser compreendido como uma
metáfora ao sentimento do espectador diante do longa. É muito difícil se sentir
inserido neste universo em que o silêncio e o barulho de perseguições e
tiroteios se alternam, mas em nenhuma destas circunstâncias identificamos algum
elemento que faça este passatempo valer a pena. O campo de ação e suspense
outrora era o porto seguro do ator Nicolas Cage, mas infelizmente mais uma vez
ele colecionou um novo fracasso para o seu então já combalido currículo,
contudo, o projeto teoricamente parecia ter potencial. Refilmagem de um longa
homônimo tailandês de 1999 dirigido pelos irmãos Oxide e Danny Pang, que depois
viriam a fazer fama com produções de horror como Assombração, a obra tentaria ser ao máximo fiel ao original, tanto
que os diretores foram mantidos assim como o cenário. Todavia, o orçamento seria bancado por
Hollywood, o que implica na aceitação de certas exigências. Os irmãos já não
haviam se dado bem na primeira incursão americana, o suspense Os Mensageiros, mas agora estavam com
material próprio em mãos, o que aumenta as chances de acerto, ainda mais que
ele havia recebido o prêmio da crítica no Festival de Toronto de 2000. Filme de
ação premiado? Sim, qual o problema? Provavelmente o longa original era melhor
estruturado e com personagens mais sólidos, tudo o que falta ao remake. Na trama
escrita por Jason Richman, do superior Em
Má Companhia (o que não chega a ser um grande elogio), Cage vive Joe, um
assassino profissional muito competente, mas que chegou a um estágio da
atividade em que pesa a solidão que ela exige. A introdução busca fisgar o
espectador dando a entender que este não é um filme de ação e suspense sem
propósitos. Com narração em off, o protagonista revela detalhes sobre seu
cotidiano que não compreende contatos sociais, apenas regras a serem
rigidamente seguidas para seu trabalho ser perfeito. No entanto, ele sonha em
abandonar essa carreira e levar uma vida normal.
quinta-feira, 6 de outubro de 2016
EDISON - PODER E CORRUPÇÃO
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NOTA 4,0 Estreia de Justin Timberlake nos cinemas acompanhado de atores premiados resulta em um longa policial repleto de clichês |
Dentre as
várias categorias de filmes deveria existir “esse é o cara”, divisão na qual se
encaixariam filmes de medalhões como Samuel L. Jackson, Denzel Washington, Will
Smith e Morgan Freeman. Eles não têm apenas a cor da pele e o grande talento em
comum, mas também o fato de possuírem uma extensa lista de títulos em seus
currículos (muitos com personagens semelhantes) e seus nomes serem sinônimos de
filmes bons. Quem nunca viu alguém falando na fila do cinema ou olhando as
prateleiras de locadoras que tal filme deve ser bom porque é com o fulano de
tal. É uma pena que nem sempre esse entusiasmo é correspondido. Edison
– Poder e Corrupção não é um péssimo longa, porém, acabou caindo no
limbo por ser um amontoado de clichês de diversos outros títulos de ação e
suspense policiais, incluindo a repetição de erros como o excesso de
personagens e situações desnecessárias que só servem para confundir o público e
tornar o programa tedioso. A trama se desenvolve na fictícia cidade que
intitula a produção, uma metrópole que aparentemente oferece oportunidades de
crescimento a todos e chama a atenção de grandes corporações, porém, a
corrupção e o abuso de poder podem estar por trás de tantas conquistas. Aqui
vive Josh Pollack (Justin Timberlake), um jovem e ambicioso jornalista que está
iniciando sua carreira como repórter investigativo em um pequeno jornal
comunitário. Após descobrir fraudes na polícia local, o rapaz deseja ir a fundo
nesta investigação e publicar uma grande matéria, mas enfrenta a relutância de
seu chefe, Moses Ashford (Morgan Freeman), que decide demiti-lo. O grande alvo
deste repórter é a FRAT, uma unidade de elite da polícia que corresponde à
sigla inglesa de Força Tática de Defesa e Ataque. Em Edison seus membros podem
agir como bem entenderem e abusam do poder de autoridade que a ordem impõe,
assim arrogância e violência são as marcas registradas do grupo que combate
principalmente o tráfico de drogas, mas chega até a forjar provas para não ter
sua imagem manchada. Em uma ação liderada pelo sargento Frances Lazerov (Dylan
McDermont) um traficante acaba morto. O policial Raphael Deed (L.L. Cool J.)
testemunhou o ocorrido e acabou sendo torturado, mas defendeu o réu durante seu
julgamento alegando autodefesa.
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
UM SONHO DE AMOR
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NOTA 8,0 Longa aborda a decadência de uma tradicional família italiana paralelo ao drama da matriarca infeliz redescobrindo o que é viver |
Infelizmente temos a cultura de
assistir um filme apenas uma vez e levar a sério o ditado que diz “a primeira
impressão é a que fica”. Dessa forma, deixamos de apreciar filmes excepcionais,
mas que por vários motivos podem não revelar suas principais qualidades em um
primeiro momento. Podemos apreciar as atuações, a trama, a trilha sonora, a
direção de arte, as locações, mas é difícil encontrar um filme que reúna todos
esses elementos de forma uniforme e com qualidade. Provando que premiações são
puras ações de marketing, Um Sonho de Amor passou batido
nesses eventos, conquistando como prêmio de consolação uma indicação ao Oscar
de Melhor Figurino, uma injustiça feita a um trabalho que flerta com a moda
antiga de se fazer cinema, principalmente na Itália (cenário da trama), mas que
traz a tona temáticas relevantes e sempre atuais. O diretor Luca Guadagnino, de
100 Escovadas Antes de Dormir, tem
mais experiência na área de documentários, mas demonstra competência e
intimidade com o mundo ficcional. Ou melhor, ficção é modo de dizer já que este
drama está carregado de toques realistas. Na trama escrita pelo próprio
cineasta em parceria com Barbara Alberti, Ivan Controneo e Walter Fasano, somos
apresentados à família Recchi, aristocratas cujo poder e riqueza são notados
logo nas primeiras cenas passadas dentro do casarão do clã em Milão. Uma grande
festa está sendo preparada para comemorar o aniversário do patriarca Edoardo (Gabrielle
Ferzetti), dono de uma das maiores fábricas de tecidos da Itália. A ocasião
está sendo muito aguardada por todos os convidados, pois será revelado o nome
do sucessor dos negócios da família. Sua nora Emma (Tilda Swinton) está tão
envolvida com os ajustes finais do evento que até parece a governanta da casa,
misturando-se facilmente aos empregados. De origem russa, ela está casada há
muitos anos com Tancredi (Pippo Delbono), que está sendo preparado para ocupar
o lugar de chefão da empresa do pai, mas o relacionamento entre o casal parece
um tanto frio. Eles são pais de Edoardo (Flávio Parenti), que está prestes a
ficar noivo de Eva (Diane Fleri); Elisabetta (Alba Rohrwacher), que não está
certa se realmente ama o namorado, e Gianluca (Mattia Zaccaro), o filho caçula.
Durante o jantar, é anunciada a esperada nomeação de Tancredi para assumir a
empresa têxtil, mas seu pai ordena que as obrigações da presidência sejam
divididas com seu neto mais velho. Não por acaso o rapaz leva seu nome, o que
agrega aquela irresistível sensação de confiança e tradição à empresa.
terça-feira, 4 de outubro de 2016
O EFEITO DA FÚRIA
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NOTA 4,0 Drama enfoca a vida de personagens após sofrerem um trauma, mas roteiro frouxo não prende atenção |
Quando somos crianças é comum termos medo
de muitas coisas, afinal de contas estamos conhecendo o mundo. Observando dessa
forma, ter medo de fantasmas é algo normal até para um adulto já que a vida
após a morte é e provavelmente continuará sendo uma eterna incógnita. Porém,
nos dias atuais nada deve causar mais medo do que o próprio homem e a violência
que ele instiga no seu dia-a-dia nos mais diversos ambientes e contra pessoas
conhecidas ou não. Já pensou você sair para jantar com a família em um
restaurante e não ter a certeza se voltará são e salvo com todos? Isso poderia
ser ficção, mas infelizmente tornou-se uma realidade frequente provocada pela
maldade de algumas pessoas que cometem assaltos, sequestros e até mesmo
assassinatos em troca de dinheiro, jóias, carros ou ainda pelo motivo de não
satisfeitos com suas vidas alguns indivíduos decidirem se matar, mas não sem
antes provocar o sofrimento de outras pessoas, como se fosse uma maneira de
extravasar a raiva que sentem da vida por inúmeras razões. Roy Freirich optou
pela segunda opção para desenvolver o roteiro de O Efeito da Fúria, um
drama irregular que não joga o foco no “vilão”, mas centra suas atenções nos
personagens que sobreviveram aos seus atos irracionais. Adotando uma linha
narrativa fragmentada e com muitos flashbacks, ao longo do filme ficamos
sabendo o que realmente aconteceu em uma tarde ensolarada dentro de uma
lanchonete, o que houve com as pessoas que saíram com vida de lá e como tal fatalidade
atingiu as pessoas que convivem com os sobreviventes. Todavia, esse vai e vem
do tempo e algumas ações dos personagens acabam tornando este filme cansativo e
por vezes confuso. Se a intenção era emocionar com o drama destas pessoas, o
diretor Rowan Woods, do drama Sob o
Efeito da Água, não conseguiu alcançar seus objetivos plenamente, no máximo
causar certo desconforto no espectador que pode até julgar as ações de quem
está em cena, mas como ele próprio reagiria se sobrevivesse a uma tragédia? É
essa inquietação que o filme consegue provocar, uma sensação que
corriqueiramente vivenciamos acompanhando a cobertura da mídia sobre episódios
tristes e marcantes, como um tiroteio em uma sala de cinema, uma explosão em
uma boate ou um sequestro que termina com morte. Indiferente, amedrontado,
sensibilizado, desamparado, crítico, são várias as formas que um ser humano
pode reagir a episódios do tipo.
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