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NOTA 8,0 Junção de contos de fadas tem seus furos e equívocos narrativos, mas carisma e talento do elenco e recursos técnicos apurados garantem a qualidade |
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
CAMINHOS DA FLORESTA
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
BONECO DO MAL
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NOTA 5,0 Inicialmente intrigante, bom argumento aos poucos é minado por trama repleta de clichês, situações inverossímeis e final desconectado |
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
OUTONO EM NOVA YORK
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NOTA
6,0 figurinos salvam produção cujo roteiro entrega todas as emoções logo no início |
Richard Gere já estrelou produções de diversos gêneros, mas é
praticamente um sinônimo de filmes românticos, tal qual Julia Roberts também
tem uma imagem significativa ligada ao gênero. Ambos explodiram juntos na
comédia romântica Uma Linda Mulher e quase uma década depois voltaram a
se unir, sem fazer tanto barulho, em Noiva em Fuga. Além destas duas
produções, o ator participou de diversos outros filmes feitos especialmente
para agradar o público feminino, como Dança Comigo?,
mas nem sempre conseguiu êxito investindo em terreno seguro, como prova o
esquecido Dr. T e as Mulheres. O caso de Outono
em Nova York fica em cima do muro. É um daqueles títulos que tem suas
qualidades, como uma belíssima fotografia e locações, conta com um enredo
agradável, porém, faltam um ou mais ingredientes para transformá-lo em algo
acima do regular. Apostando em um romance com pitadas de drama, este segundo
trabalho da atriz Joan Chen como diretora chega a um resultado tão frio quanto
a própria passagem que serve de pano de fundo para uma história bonitinha e
sem grandes pretensões que mostra o nascimento de uma relação amorosa entre um
homem mais velho e uma jovem. Will Keane (Gere) é um cinquentão que prometeu a
si mesmo nunca mais ter um compromisso sério com uma mulher, assim ele paquera
a vontade e cultiva sua fama de conquistador. Quando ele conhece a delicada
Charlotte Fielding (Winona Ryder) logo se interessa em viver um romance com a moça,
mas talvez não imaginasse que ia acabar se envolvendo tanto com ela. Disposto a
esquecer de sua promessa, Keane se surpreende com a recusa da parceira em
tornar o caso deles em algo para valer e que dure para sempre. Bem, não é
preciso muitos minutos de projeção para descobrir qual o motivo do impedimento
e para começar a choradeira.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
2012
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NOTA 6,0 A Terra é destruída em mais um filme sobre catástrofes naturais, neste caso com base em crendice |
21 de dezembro de 2012. Esta foi uma data que nos últimos
tempos assombrou muita gente. Bem, se você estiver lendo esta crítica após o
dia 22, pode estourar o champanhe e comemorar: você sobreviveu à profecia
apocalíptica maia. Séculos atrás este lendário povo deixou escrito o calendário
de milhares de anos à frente, mas os escritos acabam justamente na data
mencionada. Desde então astrólogos, religiosos, sensitivos, cientistas,
geólogos, autoridades e pessoas de muitas outras áreas passaram a estudar o que
isso poderia significar e muitos concluíram que esse seria o dia da extinção da
humanidade através de eventos que alterariam drasticamente clima, relevo,
direção dos ventos, força das águas entre outras coisas relacionadas à fúria da
natureza. Baseando-se nesta impactante crença, muitos produtores trataram de
explorar o tema, mas a grande produção batizada óbvia e simplesmente de 2012
foi criada pelo diretor Roland Emmerich. Ninguém melhor que ele que já convocou
extraterrestres para acabar com os EUA (Independence Day), trouxe um mega
lagarto de terras orientais para arrasar territórios ocidentais (Godzilla) e
que mostrou a revolta da natureza contra os maus-tratos que recebe dos humanos
(O Dia Depois de Amanhã) para se encarregar de dar o ultimato à população da
terra. A trama roteirizada por Harald Kloser em parceria com Emmerich começa em
2009 quando o cientista indiano Satnam Tsurutani (Jimi Mistry) descobre que em
poucos anos algumas alterações nas explosões solares esquentariam o núcleo do planeta,
assim provocando diversas catástrofes naturais. O governo dos EUA fica sabendo
disso através do geólogo Adrian Helmsley (Chiwetel Ejiofor) e logo passa a
estudar medidas para evitar o pior. Porém, o profissional erra nas contas e as
catástrofes anunciadas começarão antes do previsto. Já em 2012, o divorciado e
fracassado escritor Jackson Curtis (John Cusack) está em meio a uma viagem com
os filhos para tentar reconquistar o afeto deles. Quando vai acampar, ele
recorda de momentos que viveu com Kate (Amanda Peet), mas divide seu tempo
ouvindo as teorias paranoicas de Charlie Frost (Woody Harrelson), um sujeito
que acredita piamente nas lendas sobre o fim do mundo. Curtis não dá bola para
tais ideias, porém, não demora a mudar sua opinião.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
A MENINA E O PORQUINHO
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NOTA 7,0 Adaptação de clássico literário infantil pode soar inocente demais para os novos tempos, mas sua essência ainda é encantadora |
Já faz algum tempo que os
adultos estão invadindo a praia das crianças e curtindo desenho animado. Aliás,
essas produções às vezes agradam mais aos pais que os próprios filhos ou
propositalmente os estúdios já realizam as animações visando essa ampliação
espontânea de público. Porém, quando a magia do universo infantil deixa o
colorido dos desenhos de lado e é transportada para os filmes com atores de
carne e osso o resultado não é o mesmo. Os adultos tendem a não se entreter com
piadas batidas, enredo melancólico próprio para dar lições de moral aos
pequenos e atuações consideradas fracas, a receita que frequentemente é
utilizada neste tipo de produção. Pior ainda quando há bichinhos falantes na
trama e os realizadores se concentram tanto em tornar críveis tais criaturinhas
que acabam conseguindo um resultado frustrante, pois se esquecem de encontrar
um equilíbrio com os demais elementos da produção. Contudo, algumas vezes esses
filminhos água-com-açúcar podem ser perfeitamente assistidos e com prazer pelos
mais crescidinhos graças ao trunfo da nostalgia que carregam em sua essência. É
nesse ponto que A Menina e o Porquinho, protagonizado por
Dakota Fanning, consegue um reforço. Esta é mais uma adaptação do clássico
livro infantil "A Teia de Charlotte", de E. B. White, que já ganhou
uma famosa versão em desenho animado em 1973 que foi repetida a exaustão na TV
pelas duas décadas seguintes em todo o mundo. A garotinha que outrora era uma
grande promessa de Hollywood interpreta Fern, uma das poucas pessoas a perceber
que Wilbur não é um simples porquinho da fazenda onde vive, mas sim um animal
muito especial. Com seu carinho e atenção, a garota ajuda o bichinho, que era o
menor membro de sua família, a se tornar um porco vistoso e radiante. Quando se
muda para um novo celeiro, Wilbur faz amizade com a aranha Charlotte e os laços
de amizade entre eles influenciam para que os demais animais da fazenda vivam
como se fizessem parte de uma grande e feliz família. Porém, o tempo passa e
Wilbur cresce e está a caminho do triste fim de qualquer porquinho criado com
tudo de bom e do melhor: virar assado. Quando surge a notícia de que em breve
ele será abatido, a esperta e sensível aranha arma um plano para retardar a
morte de seu amigo suíno.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2016
SPLASH - UMA SEREIA EM MINHA VIDA
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NOTA 8,5 Mesmo envelhecida, comédia romântica com toques de fantasia conquista com sua inocência, humor leve e simpatia dos atores |
Qualquer adulto tem guardada a
memória de alguns filmes que marcaram sua infância ou adolescência e o pessoal
que está na casa dos 20, 30 e poucos anos tem o bônus de ter vivido o período
áureo das videolocadoras e da combalida “Sessão da Tarde” da Rede Globo, isso
sem falar no finado “Cinema em Casa” do SBT. Para o pessoal vidrado hoje em dia
nas facilidades de canais pagos e serviços de download pode parecer loucura que
teve uma época em que a centésima reexibição de um filme na TV aberta ou a
locação repetida de uma fita tornavam-se um evento e tanto. Pode parecer mais
doido ainda que os títulos mais famosos da época transbordem uma ingenuidade
que não é compatível com os dias atuais, mas ainda bem que continuam existindo
nostálgicos para manterem vivo esse espírito e pessoas das novas gerações com
vontade de descobrir qual o segredo do sucesso de tais produções como a famosa
comédia romântica com toques de fantasia Splash – Uma Sereia em Minha Vida,
produção que se tornou tão popular que o nome da protagonista, Madison,
tornou-se um dos mais escolhidos pelos pais norte-americanos para batizar as
garotas que nasceram na segunda metade da década de 1980. Com direção de Ron
Howard, que anos mais tarde viria a conquistar o Oscar com o sério Uma Mente Brilhante, o início pode não
soar muito interessante, principalmente porque já existe uma natural repulsa ao
áudio e imagem que por mais que passem por remasterizações ainda guardarão
resquícios que revelam sua idade, o que para muitos felizmente não são
empecilhos, pelo contrário, tornam o programa ainda mais especial, um respiro à
perfeição contemporânea que por vezes escamoteia a total falta de conteúdo.
Desabafos quanto a mediocridade de nossos tempos à parte, quem quiser mergulhar
nesta opção já deve estar ciente de sua previsibilidade e reunião de clichês. O
filme começa com cenas em tom sépia mostrando um garoto que durante uma viagem
de navio com a família acaba caindo no mar e é salvo por uma sereia
adolescente, mas provavelmente ninguém acreditou no que seus olhos viram. Allan
Bauer (Tom Hanks), 25 anos depois, é um responsável homem de negócios que
trabalha com o irmão Freddie (John Candy), mas está estressado com o trabalho,
o abandono repentino da namorada e então decide tirar um dia de folga e ir para
o litoral. Mesmo com o acidente na infância, este era o único lugar que julgava
lhe tranquilizar.
domingo, 18 de dezembro de 2016
LINHAS CRUZADAS
Nota 4,0 Velho argumento da reunião familiar em momento difícil neste caso não dá linha

domingo, 11 de dezembro de 2016
UMA AVENTURA ANIMAL
Nota 3,0 Apesar dos esforços dos animadores, não há desenho que se sustente sem boa trama

sábado, 10 de dezembro de 2016
MARCAS DO PASSADO (2006)
Nota 4,0 Drama aborda de forma superficial tentativas de homem comum mudar seu futuro

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
EDWARD MÃOS DE TESOURA
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NOTA 10,0 Embora para muitos seu valor tenha diminuído com as reprises na TV, esta fantasia ainda diverte e emociona como poucas obras |
Qualquer pessoa que conheça o
mínimo possível de cinema sabe que a parceria do diretor Tim Burton e do ator
Johnny Depp é uma das mais longas e produtivas de todos os tempos. É um
daqueles raros encontros cuja emoção ultrapassa os limites da ficção e mesmo
quando o filme não é lá grande coisa os fãs da dupla estão apostos para
exaltá-lo afinal este seria mais um tijolinho a reforçar esta sólida amizade e
é um prazer inenarrável ser testemunha sentimental da construção desta relação,
ainda mais sabendo que nos bastidores desta indústria a guerra de egos é
intensa e os amigos da onça existem em peso. Esta trajetória começou no
início dos anos 90 e provavelmente no futuro deve render alguma homenagem
cinematográfica afinal ambos têm carreiras com projetos interessantíssimos e
eles próprios são figuras que despertam curiosidades. Revisitar tal história é
delicioso, ainda mais se voltarmos ao início de tudo. Burton é um cineasta que escreveu sua trajetória no cinema
na base de bizarrices praticamente. Dono de um visual um tanto excêntrico e
adepto do estilo gótico para ornamentar seus trabalhos, o campo do terror e do
suspense poderia ser seu habitat natural, mas não é bem assim. Apesar de já ter
trabalhado com histórias de arrepiar, o que ele mais gosta mesmo é de fazer as
plateias sonharem de forma diferenciada. Com muita sinceridade e sensibilidade
o diretor já conseguiu construir verdadeiros clássicos das sessões da tarde que
agradam a todas as idades, desde crianças bem pequenas até os idosos, e sempre
imprimindo suas marcas. Dificilmente alguém não tenha a
lembrança de ao menos uma vez na vida ter esperado com ansiedade a exibição na
TV ou ter entrado na fila de espera da locadora para assistir Edward
Mãos de Tesoura, um daqueles filmes que marcam época mesmo contando uma
singela e até certo ponto previsível história. É óbvio que aqui também faz
diferença o apuro visual, mas esqueçam os efeitos especiais mirabolantes. A
magia desta produção se concentra em seu aspecto artesanal, atestando que tudo
realmente foi feito por mãos talentosas e precisas. O cineasta demonstra criatividade
para mesclar a fantasia e referências cinematográficas e literárias de forma
que até o público infantil se sentisse atraído para entrar nesse misterioso e
fascinante mundo, não se assustando nem mesmo com os primeiros minutos que são
mergulhados em uma atmosfera dark. Todavia, o tom de fábula está presente em
todas as sequências do filme, a começar pela opção de uma senhora de idade logo
na introdução passar a contar para a neta a história do personagem-título como
se fosse um conto de ninar. A cidade onde a trama se passa parece um paraíso,
os vizinhos se dão bem, as casas são bonitas e padronizadas e seus moradores em
geral são estereotipados propositalmente, cada qual com um papel bem delineado.
Tem a mulher bondosa, a sedutora, a gordinha fofoqueira, o jovem valentão, a
mocinha romântica... O que tira o projeto da mesmice é justamente seu
protagonista cuja personalidade, postura e visual destoam totalmente do
restante da população provinciana. Pode-se dizer que tal criação seria uma
metáfora, um grito para chamar a atenção. Ainda tentando ter seu trabalho
aceito pelo mercado cinematográfico, Burton na época se sentia um esquisitão no
meio, mas não se rendia as exigências de Hollywood e tocava sua carreira com
projetos pessoais e correndo atrás dos recursos financeiros.
domingo, 4 de dezembro de 2016
SEREIAS
Nota 7,5 Sexo versus religião, este é o tema central de suposta homenagem à pintor australiano

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
RUA CLOVERFIELD 10
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NOTA 7,0 Claustrofobia, pânico, insegurança e melancolia se misturam em suspense que resgata de certa forma a temática e ambientação de Cloverfield - Monstro |
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
CLOVERFIELD - MONSTRO
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NOTA 7,0 Sem se preocupar em revelar a ameaça fisicamente, mas deixando clara sua presença, longa se preocupa em mostrar as reações das vítimas |
Assim como dinossauros, dragões e
até um gorila super desenvolvido já invadiram a cidade grande, seja ela qual
for, destruindo tudo o que viam pela frente, mais uma criatura gigantesca
tentou repetir a façanha no mundo cinematográfico. Cloverfield
- Monstro tem como chamariz mais um desses animais gigantescos
que aparecem de tempos em tempos para amedrontar as pessoas, mas não trouxe
novidades ao subgênero dos filmes catástrofes, a não ser o fato de preferir
sugestionar ao invés de apresentar escancaradamente a ameaça, embora tal
técnica fosse mérito do clássico Tubarão,
mas de pouco uso. Outras referências já testadas e aprovadas em outras
produções do tipo foram alinhavadas em uma produção claustrofóbica e com uma
inteligente e instigante campanha de marketing. Talvez nisso esteja o segredo
do projeto ter bombado nos cinemas americanos, ao contrário do que ocorreu no
Brasil onde longa não pegou e a publicidade não foi tão maciça. O grande
objetivo do roteiro de Drew Goddard, estreando no cinema, era acompanhar um
pequeno grupo de pessoas e ver suas reações diante de uma situação de apuro
extremo. O jovem Rob Hawkins (Michael Stahl-David) está de mudança para o Japão
e ganha do irmão Jason (Mike Vogel) e da cunhada Lily (Jessica Lucas]) uma
festa surpresa de despedida. Para registrar o encontro, seu amigo Hud (T. J.
Miller) resolve fazer uma gravação caseira de alguns momentos e depoimentos do
grupo embora esteja mais interessado em xavecar Marlena (Lizzy Caplan) que
mostra-se indiferente ao cortejo. Beth (Odette Yustman), a ex-namorada do
homenageado, também comparece à festa junto com seu novo companheiro, Travis
(Ben Feldman), para rolar aquela cena clássica de ciúmes com o rejeitado. Para
que perder tempo apresentando essa turma? A ideia é que o espectador se envolva
a ponto de sofrer com o que vai acontecer a eles, mas é só uma intenção, ok?
Durante a festa uma explosão ocorre e na sequência surgem tremores, barulhos
ensurdecedores, queda de energia e mortes começam a acontecer. A cidade de Nova
York está sendo destruída por um animal desconhecido e gigantesco e agora todos
precisam correr para tentar achar algum lugar seguro, se é que existe algum.
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
AMERICAN PIE - A PRIMEIRA VEZ É INESQUECÍVEL
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NOTA 8,0 Com argumento simples e piadas inteligentes aliadas à escatologia leve, comédia é um registro dos teens pré-virada do milênio revelando seus anseios e dúvidas |
No início da década de 1980 a
comédia Porky's causou frisson por
ser uma fita voltada ao público adolescente e que com muito humor e
descaradamente falava sobre sexo, mais especificamente sobre a descoberta dele
por um grupo de jovens. Expectativas e frustrações em meio a muita confusão
marcaram toda uma geração, tanto que gerou mais duas continuações e influenciou
várias outras comédias teens como O
Último Americano Virgem e A Primeira
Transa de Jonathan. De sacanagem literalmente, em menor ou maior
intensidade, é que tais fitas se sustentavam. Para alguns puritanos certamente
era o apocalipse ver em cena jovens discutindo sem pudor sobre a necessidade de
perder a virgindade e a colocando em jogo como um prêmio de aposta. Com o tempo
a temática caiu em desuso, mas eis que as vésperas do novo milênio ela
ressurgiu com American Pie - A Primeira Vez é Inesquecível,
virando uma febre imediata entre os adolescentes, afinal entre dúvidas quanto a
profissão a escolher, arranjar um emprego ou convencer os pais a lhe dar um
carro, sem dúvidas a questão de até quando permanecer intacto é o que mais os
perturba. É esse o grande dilema vivido por Jim (Jason Biggs) que está naquela
fase em que só pensa naquilo. Ele tenta aliviar seu problema com constantes
sessões de masturbação, mas vive metendo os pés pelas mãos. Melhor dizendo, no
caso ele mete o pênis em meias, travesseiros e até dentro de uma suculenta e
macia torta de maçã, daí a justificativa do título, e quase sempre é flagrado
por alguém. O mesmo dilema vem tirando o sono de seus amigos Oz (Chris Klein),
Kevin (Thomas Ian Nicholas) e Finch (Eddie Kaye Thomas). Prestes a se formarem
no segundo grau (para nós o ensino médio) eles estão pouco se lixando para as
provas finais e firmam um pacto de que todos vão perder a virgindade, ou
alcançar o Santo Graal como gostam de dizer para dar um sentido mais nobre a
missão, até a noite do baile de formatura. Detalhe, tem que transar com o
consentimento das garotas, não podem ser prostitutas.
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
O PÂNTANO (2001)
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NOTA 4,0 Usando a decadência de uma família como metáfora a crise generalizada da Argentina, obra é uma opção de difícil digestão |
O cinema argentino desde o ano 2000 tem sido reconhecido
mundialmente e suas produções consideradas o que há de melhor na área nas
regiões latino-americanas. Muito premiado e com o ator Ricardo Darín
automaticamente eleito como um grande símbolo do desenvolvimento da arte
cinematográfica no país, é certo que suas comédias e dramas familiares fazem
sucesso por geralmente narrarem histórias de apelo universal, o que explica a
ausência de barulho entre os populares quanto ao festejado entre os críticos O
Pântano, trabalho de estreia da roteirista e diretora Lucrecia Martel. É muito
difícil se sentir envolvido por um filme cuja estética é literalmente suja, embora
a opção seja justificada pela trama ácida, crítica, melancólica e porque não
desinteressante. Sim, a percepção de um filme varia de pessoa para pessoa e
implica vários fatores, como cultura e experiência de vida, ainda que muitos
certamente prefiram omitir suas verdadeiras opiniões ameaçados pelo peso de
menções honrosas como dos festivais de Berlim e Sundance, por exemplo. Bater de
frente com a opinião de críticos especializados que vêem beleza na lama pode
ser a assinatura de seu atestado de burrice ou surpreendentemente provar sua
coragem de ser diferente. As divergências de ideias é benéfico, só não vale não
assistir e passar adiante falsos elogios rasgados a fim de parecer intelectual,
o que realmente não é o objetivo deste texto. A quem interessar participar
desta estranha experiência, lá vai a sinopse. Mecha (Graciela Borges) é uma
mulher em torno dos 50 anos, mãe de quatro filhos jovens, mas que não se
entende mais com o marido Gregorio (Martín Adjemian), entregando-se a bebida
para a embriaguez a ajudar a ignorá-lo. Ele, por sua vez, se preocupa com a
aparência procurando recuperar o frescor da juventude, mas também é adepto do
álcool para esquecer problemas. Já Tali (Mercedes Morán), prima de Mecha,
também tem quatro filhos, só que ainda crianças, e ama e se dedica ao máximo
para o bem estar da família, inclusive do marido Rafael (Daniel Valenzuela) que
ocupa seu tempo caçando. Para escapar do clima quente da cidade, todo o verão
estas duas famílias combinam de passar uma temporada no povoado de Rey Muerto
que abriga o sítio La Mandrágora, reduto de cultivo de pimentões vermelhos.
domingo, 27 de novembro de 2016
AS LOUCURAS DO REI GEORGE
Nota 9,0 Cinebiografia ganha vigor com atuação que desmistifica figura histórica aborrecida
É impressionante investigar a
História do cinema e ver a quantidade enorme de filmes que foram super
elogiados e premiados, mas que a ação do tempo em conjunto com a modernidade
acabaram empurrando-os para o limbo. São inúmeros títulos que se perderam na
transição das fitas VHS para o DVD e hoje, com os serviços de streaming
alimentando a ânsia do público por novidades, infelizmente se tornam cada vez
mais ínfimas as chances de grandes produções voltarem ao mercado. Uma pena para
os verdadeiros cinéfilos que prezam por conteúdo e qualidade e são privados de
ver ou rever obras como As Loucuras do Rei
George, uma luxuosa e cuidadosa produção que deixou sua passagem
registrada pelos principais festivais e premiações em meados da década de 1990,
chegando obviamente ao Oscar conquistando duas estatuetas. A trama escrita por
Alan Bennett se baseia em fatos verídicos ocorridos em um período conturbado da
vida do monarca da Grã-Bretanha George III (Nigel Hawthorne) no final do século
18. Ele era um homem que mantinha um bom relacionamento com seus súditos e levava
uma vida pessoal irretocável, sendo muito feliz no casamento com Charlotte
(Helen Mirren). O casal teve nada mais nada menos que quinze herdeiros, entre
eles o Príncipe de Gales (Rupert Everett), o primeiro representante na linha de
sucessão ao trono e aquele que viria a trair seu próprio pai em nome do poder,
um mal que parecia fazer parte do histórico do clã visto que traições
semelhantes já haviam ocorrido em outras gerações, nada muito diferente do que
ocorria entre tantas outras famílias nobres da época. Seu filho mais velho
defendia que o comportamento da família real deveria ser um exemplo à
população, apesar de ele próprio levar uma vida desgarrada e cheia de pecados. O
grande ponto de conflito é que o rapaz criticava abertamente o comportamento do
pai conhecido por suas excentricidades. Conforme o tempo passa essas atitudes
diferentes do monarca começam a gerar inquietações, constrangimentos e a
levantar suspeitas de que o rei de fato enlouqueceu e eis o momento em que a
disputa pela sucessão do trono se acirra. Uma facção da nobreza se empenhou para tentar
minimizar os efeitos da senilidade do rei e diante da incapacidade de seu
médico pessoal em identificar as causas para seu problema recorrem ao apoio do
doutor Francis Willis (Ian Jolm), um psiquiatra adepto de métodos poucos convencionais.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
A FAMÍLIA SAVAGE
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NOTA 7,0 Irmãos que não se falavam há anos se reencontram em drama com toques de humor que aborda a imperfeição do ser humanao |
Todos os anos na época do auge das premiações surgem alguns títulos
independentes que podem surpreender e conquistar a crítica e o público.
Geralmente com o respaldo de passagens por festivais cults, eles chegam como as
zebras de festas como o Globo de Ouro e o Oscar, porém, não há espaço para
todos eles nessas disputas. Foi o que aconteceu com A Família Savage que
acabou diminuído com a presença de Juno em
seu caminho, uma febre que conquistou com sua trama leve e temática jovem, dois
itens que o longa protagonizado pelos talentosos Laura Linney e Philip Seymour
Hoffman não podem contar. Eles vivem Wendy e Jon Savage, irmãos que se
aproximam depois de muitos anos devido ao estado de saúde delicado do pai,
Lenny (Philip Bosco). O problema é como dedicar atenção ao idoso sem abdicar de
suas próprias vidas. Apesar de alguns momentos cômicos, a roteirista Tamara
Jenkins, estreando aqui também no cargo de diretora, optou por abordar um tema
que revela o que há de pior no ser humano, o egoísmo, seja na vida profissional
ou na particular. A grande surpresa é que ela não tem medo de expor a velhice
sob uma ótica diferenciada. Dramas com idosos tendem a reforçar a mensagem de
que é uma obrigação dos mais novos cuidar dos mais velhos, porém, aqui é
mostrado sem pudor que tal situação é um entrave e tanto para os filhos e o
próprio ancião toma consciência de que é um fardo para os outros e que ele
próprio não vê mais razão para viver se não pode ter sua independência
preservada. Ao começar a escrever com fezes nas paredes, os filhos são
imediatamente chamados para ser discutido o que será feito com Lenny diante dos
sinais de demência. Para piorar, ele não tem mais um teto já que vivia há cerca
de vinte anos com uma companheira que acabara de falecer, aliás, eles já
estavam separados por algum tempo devido a problemas de saúde de ambos. Mesmo
guardando mágoas dos tempos de infância pela atenção que o pai negou, os irmãos
decidem ampará-lo mostrando que um resquício de civilidade ainda há dentro
deles. Todavia, isso implica em mudança de estilo de vida para os dois. Wendy é
uma quarentona que a essa altura do campeonato ainda não sabe bem o que quer da
vida. Vivendo em East Village, ela é amante de um homem casado, se dedica a
trabalhos temporários e sonha que ainda terá seu talento como dramaturga
reconhecido, mas parece não confiar no que escreve. Jon, por sua vez, vive em
Buffalo e trabalha como professor universitário sem grande reconhecimento, além
de ter escrito alguns livros esquecíveis. No momento sofre com a separação da
namorada polonesa que precisa deixar os EUA por não ter conseguido renovar seu
visto de permanência.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
AS AVENTURAS DE AGAMENON - O REPÓRTER
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NOTA 1,5 Longa é um vexame para o cinema nacional do início ao fim apoiando-se em piadas sem pé nem cabeça |
Quantas pessoas você já viu
na fila do cinema ou em uma locadora apontando um ou mais títulos e dizendo que
eles devem ser bons porque suas propagandas passam toda hora na TV ou em
praticamente todos os sites existem banners divulgando-os? É se aproveitando dessa
inocência do público que muitas empresas tentam lucrar. O artifício da
publicidade é usado a exaustão desde os primórdios da televisão para vender
margarina, sabonetes e coisas do tipo. Na realidade querem te iludir com a
idéia de que o produto que estão oferecendo é ótimo e essencial. Da mesma forma
que um bebê aprende a falar e certos gestos na base da repetição, o mesmo
impulso as empresas querem despertar em pessoas com a mentalidade já
desenvolvida reforçando cada vez mais uma marca ou produto. A Globo Filmes faz
praticamente a divulgação de oito a cada dez lançamentos nacionais e desde a
campanha de sucesso de Se Eu Fosse Você
no final de 2005 adotou a estratégia de inserir anúncios dos filmes em seus
intervalos comerciais cerca de dois meses antes da data de estréia, assim
conseguindo criar o efeito desejado: cativar o seu espectador para ir ao
cinema. Por um bom tempo isso funcionou e os lançamentos de verão brazucas
fizeram fortuna, mas quando uma produção é ruim não há santo que ajude. Por
alguns dias até pode ser que o público se sinta instigado a assisti-las, mas
logo o boca-a-boca negativo mostra seus efeitos. Pior ainda quando um elenco
capenga é a bola da vez. Com um enredo sofrível e interpretações de doer de
atores misturados a modelos, peças de museu e profissionais do tipo topo tudo, Muita Calma Nessa Hora até fez seu pé de
meia, por exemplo, mas os espectadores não caíram na mesma armadilha com As
Aventuras de Agamenon – O Repórter e deram às costas à produção. Embora
a campanha publicitária fosse muito eficiente, também colocada no ar com
antecedência e com direito a um funk tipo chiclete, o elenco reunido já trazia
desconfianças. O que dizer de um personagem que é dividido por Hubert,um membro
do grupo Casseta e Planeta, diga-se de passagem, em franca decadência, e o
onipresente Marcelo Adnet? Besteirol na certa. Idolatrados por destilarem um
humor ácido e crítico, os atores falharam ao tentar fazer no cinema o que fazem
há anos na TV.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
O CASAMENTO DO MEU EX
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NOTA 3,0 Premissa interessante é desperdiçada por roteiro pobre e interpretações pouco inspiradas |
sábado, 19 de novembro de 2016
END GAME
Nota 1,0 Presidente dos EUA é vitimado mais uma vez em suspense repetitivo e desenecessário

sexta-feira, 18 de novembro de 2016
A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA
NOTA 10,0 Clássico da literatura americana reúne elementos perfeitos para o estilo Tim Burton de fazer cinema |
Quando pensamos em filmes de terror
é quase impossível não se lembrar dos sanguinários assassinos mascarados que
caçam adolescentes ou qualquer um que esteja de bobeira na rua em horários
inoportunos, das figuras assustadoras que incorporam espíritos malignos ou
ainda recordarmos dos monstros clássicos do cinema, como vampiros e lobisomens,
que até hoje rendem histórias. Longe do estilo trash ou do lema sangue é a alma
do negócio, Tim Burton construiu sua carreira basicamente pautado pelo gênero
de horror e suspense, mas conseguiu imprimir um estilo único de assustar. Quer
dizer único não é mais, pois já existem diversos cineastas copiando seu estilo
gótico ou surreal de contar histórias que flertam com o medo, o humor e o
drama. Todavia, ainda falta para muitos a criatividade e a sutileza de Burton
para tocar projetos semelhantes aos seus. Talvez sejam as suas particularidades
que nos encantem, por exemplo, em A Lenda
do Cavaleiro sem Cabeça, longa rotulado como terror, mas que na comparação
com muita coisa que é lançada atualmente mais parece um conto de fadas. Todos
os elementos que fizeram e ainda fazem a fama do diretor estão presentes nesta
produção que pode ser considerada uma obra-prima do gênero. Personagens bem
trabalhados, ambientação minuciosamente escolhida, humor negro, bizarrices e o
tom gótico já são marcas registradas do diretor e aqui todas elas são
imprescindíveis para a condução da narrativa que faz com que por alguns
momentos o espectador esqueça que é um filme de terror que está vendo tamanho o
lirismo e o aspecto onírico de algumas cenas. Mas claro que também há sangue
para agradar aos fãs do gênero. A história é baseada em um popular conto de
horror do americano Washington Irving, que por sua vez baseou-se possivelmente
em uma lenda germânica. Na virada do século 18, o pequeno vilarejo rural de
Sleepy Hollow está sofrendo com o pânico gerado pelos boatos de que todas as
noites o fantasma de um homem sem cabeça vaga pelas ruas a procura de seu
crânio. O estranho é que parece que ele surge predestinado a decepar corpos
escolhidos previamente, e nem as mulheres ou crianças são poupadas. O
excêntrico detetive nova-iorquino Ichabod Crane (Johnny Depp), famoso por
solucionar casos baseando-se em conceitos racionais e científicos, é chamado
com urgência para dar seu parecer da situação e acalmar os ânimos.
Inicialmente, ele tenta apresentar soluções lógicas para o problema
investigando as possíveis ligações entre as vítimas para assim chegar a um
assassino de carne e osso, mas não demora muito para seu ceticismo ir por água
abaixo.
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
O ANO DA FÚRIA
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NOTA 8,0 Misturando ficção e realidade, suspense político prende atenção com narrativa coesa, envolvente e que continua atual e chocante |
quarta-feira, 16 de novembro de 2016
ESTRANHA OBSESSÃO (2011)
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NOTA 3,0 Com requisitos para atender as expectativas de fãs de cinema mais artístico, longa se revela enfadonho e com situações desperdiçadas |
A atriz inglesa Kristin Scott
Thomas se transformou em uma espécie de marca de garantia de qualidade tal qual
a francesa Juliette Binoche. Ambas com passe livre nas produções
hollywoodianas, inclusive vez ou outra nas mais comerciais, e com carreira
ativa em seus países natais, seus filmes geralmente são exibidos nos cinemas em
circuito restrito ou lançados diretamente para consumo doméstico o que traz
certa aura de intelectualidade a seus trabalhos. Não é difícil encontrar
pessoas que enchem a boca para falar os nomes dessas atrizes para se passarem
por intelectuais, mas no fundo não curtem suas obras ou sequer as entendem.
Bem, quem decidir assistir a mescla de drama e suspense Estranha Obsessão atraído
pelo nome de Kristin nos créditos não precisa fingir a frustração, o longa é
realmente chato e sem pé nem cabeça. O título nacional genérico e desinteressante
faz jus ao porte da produção, um trabalho menor e mal conduzido que pelo visto
tentou reverter as expectativas nos minutos finais apostando no clichê da
revelação bombástica, mas já tarde demais para alterar julgamentos, isso se
alguém aguentar chegar até a conclusão, mesmo com a curta duração do filme. A
trama acompanha Tom Ricks (Ethan Hawke), um melancólico professor de cinema e
escritor americano que viaja para Paris a fim de se reconciliar com Nathalie
(Delphine Chuillot), sua ex-esposa, que logo no primeiro encontro mostra-se
contrária a qualquer tipo de aproximação, inclusive ameaçando chamar a polícia
para denunciar o rapaz já que existe uma ordem judicial para que ele não se
aproxime. Algum tempo antes ele se envolveu em um escândalo na universidade em
que trabalhava e isso acabou com seu casamento e o afastou de Chloe (Julie
Papillon), sua filha pequena com quem nunca teve muito contato. Após a
tentativa frustrada de visitar a garota, esse homem azarado ainda é assaltado e
perde sua bagagem e dinheiro. Sezer (Samir Guesmi), dono de um pequeno e decadente
hotel, acaba ajudando Tom lhe oferecendo um quarto com a promessa de que tão
logo ele arranje um emprego pagará a hospedagem. É conversando com este
suspeito homem de origem árabe que ficamos conhecendo um pouco mais da vida do
escritor.
domingo, 6 de novembro de 2016
AS MULHERES DE ADAM
Nota 7,0 Centrado nos relacionamentos de um cafajeste, quem se destaca são suas parceiras
Pode um personagem cafajeste
conquistar a simpatia do espectador? A julgar pela comédia romântica As Mulheres de Adam a resposta é sim, muito pelo
modo sutil e descontraído que o diretor e roteirista Gerard Stembridge conduz
uma história que tinha tudo para causar repúdio nos espectadores mais
conservadores, contudo, mostra-se
habilidoso e ousado ao deixar seu enredo ser conduzido por um
protagonista de caráter duvidoso, porém, abandonando falsos moralismos e
deixando-o a vontade em cena. A trama começa como tantas outras comédias
românticas. Lucy Owens (Kate Hudson) é garçonete e cantora em um pequeno bar na
cidade de Dublin, na Irlanda, e apesar de muito namoradeira nunca se sentiu
apaixonada e correspondida verdadeiramente. Certa noite ela se a apaixona a
primeira vista por um de seus clientes, o misterioso e aparentemente perfeito
Adam (Stuart Townsend), que como todo jovem que quer vender uma imagem de
sucesso e independência ostenta um chamativo e valoroso carro. Após alguns
encontros, nem ela mesma sabe o porquê
desse amor instantâneo afirmando que o rapaz não é muito inteligente e tampouco
simpático, todavia o charme e lábia dele parecem ser suas armas de conquista,
tanto que Laura (Frances O´Connor) e Alice (Charlotte Bradley), as irmãs de
Lucy, também se apaixonam logo que o conhecem. Assim, o conquistador barato
passa a se relacionar com essas três mulheres na surdina e até o caçula da
família, David (Alan Maher), escapa por pouco de ser seduzido, ficando com a pulga
atrás da orelha quanto a sua sexualidade ao se sentir atraído pelo futuro
cunhado. É uma pena que Stembridge não desenvolva tal gancho e prefira se ater
aos envolvimentos héteros do pegador que é um cara-de-pau de marca maior que
mesmo após aceitar o pedido de noivado de Lucy não sossega, pelo contrário, seu
instinto de caça só aumenta. Dessa atração fatal parece só escapar a mãe da
noiva, Peggy (Rosaleen Linehan), que pode não ir para a cama com o jovem, mas
não esconde seu apreço por ele e torcida pelo casamento. As aventuras sexuais
do rapaz são contadas por pontos de vistas diferentes e não raramente
contraditórios, abrindo espaço para o elenco feminino brilhar.
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
SEMPRE AO SEU LADO
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NOTA 9,0 Baseado em um conto oriental, longa é cercado de diversos cuidados e clichês para emocionar |
O ditado popular “o cão é o melhor amigo do homem” já foi a fonte de inspiração de dezenas de comédias e dramas ao longo da história do cinema, mas nos últimos anos a participação dos cachorrinhos se restringiu a produções menores e que geralmente eram destinadas ao público infantil e lançadas diretamente no mercado de locação e vendas ao consumidor, muitas delas inclusive eram telefilmes e hoje recheiam as sessões da tarde da TV. Porém, após o extrondoso sucesso de Marley e Eu que lotou as salas de exibição com crianças, adultos e idosos que riram e se emocionaram com a relação de amor e confiança entre um humano e um bichinho de estimação muito sapeca, parece que os produtores acharam um novo filão para explorar. Um animal não precisa necessariamente falar ou ser emperequetado com roupas e acessórios para fazer graça e assim conseguir sucesso, pelo contrário, tal esterótipo só serve para entreter as crianças bem pequenas. Tratar os cachorros em cena com dignidade e naturalidade é o bastante para chamar a atenção dos espectadores infantis e consequentemente de seus pais, irmãos e avós. Seguindo essa linha de pensamento o diretor Lasse Hallström, especialista em lidar com emoções, investiu seu talento em Sempre ao Seu Lado, mais uma singela história de amor e lealdade entre um cão e seu dono. Lançado pouco tempo depois que o simpático Marley ganhou as telonas, este trabalho que segue a mesma cartilha não obteve o mesmo sucesso, embora para muitos já tenha se tornado um novo clássico para de tempos em tempos ser revisto com toda a família. É até fácil identificar o porquê da recepção morna. Faltou um pouco de humor à narrativa, o que fatalmente afasta as crianças e logo seus familiares que as acompanham. O boca-a-boca de “é chato” ou “é muito triste” pode ter colaborado para as fracas bilheterias em quase todo o mundo.
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
ELVIRA - A RAINHA DAS TREVAS
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NOTA 8,0 Feito para dar sobrevida a popular personagem da TV nos EUA, longa virou uma pérola do cinema trash e da década de 1980 |
domingo, 30 de outubro de 2016
ABRACADABRA
Nota 8,5 Nostálgico para muitos, bruxas da Disney ainda garantem uma boa sessão da tarde
É curioso como bruxas, fantasmas,
vampiros e companhia bela ao mesmo tempo em que amedrontam as crianças também
conseguem fasciná-las, uma particularidade que a sétima arte aproveita a
exaustão há décadas. A receita básica para fisgar a atenção do público infantil
abordando temas sinistros é praticamente sempre a mesma: colocar um bando de
crianças e adolescentes em apuros fugindo das garras de seres horripilantes.
Para completar o prato basta cercar-se de crendices populares e adicionar
generosas pitadas de humor leve e inocente, além de adorná-lo com uma generosa
dose de final feliz. É essa receita que serviu e ainda serve de base para
muitas produções infanto-juvenis, sendo uma das mais influentes do gênero. Abracadabra
segue os ensinamentos a risca e não dispensa nenhum ingrediente. Essa produção é dos tempos em que a
Disney emplacava candidatos a clássicos das sessões da tarde em
velocidade ímpar e um dos filmes que melhor capta o espírito de alegria e
medo que se misturam na noite de Halloween. Com roteiro de David Kirschner e
Mick Garris, a trama gira em torno de Winnie (Bette Midler), Sarah (Sarah
Jessica Parker) e Mary (Kathy Najimy), três irmãs feiticeiras que desejam se
tornar mais jovens sugando a energia vital das crianças da cidade de Salem.
Banidas da face da Terra há 300 anos quando tiveram seus planos descobertos, elas chegam
ao século 20 após seus espíritos serem evocados no Dia das Bruxas pelo jovem
Max (Omri Katz), uma lenda na qual ele não acreditava assim como sua irmã Dani
(Thora Birch) e sua colega da escola Allisson (Vinessa Shaw) também duvidavam.
Agora, as feiticeiras estão dispostas a fazer de tudo para garantir
sua juventude e imortalidade aproveitando esta única noite de sobrevida. Para
tanto elas terão que capturar o maior número possível de crianças para tirar
suas vidas, mas elas precisarão enfrentar Max e as meninas que vão fazer
de tudo para tentar levar as bruxas de volta ao mundo dos mortos.
sábado, 29 de outubro de 2016
NOITE DAS BRUXAS MACABRA
Nota 5,0 Longa não tem nada de macabro e desperdiça argumento não sabendo trabalhar reviravolta
Kaylie (Brooke Anne Smith) é uma
jovem que como tantas outras adolescentes americanas vai passar a noite do Dias
das Bruxas trabalhando como babá. O serviço que parecia tranquilo acaba se
tornando um pesadelo quando a casa dos seus patrões é invadida por um assassino
mascarado. Seria Noite das Bruxas Macabra uma
cópia descarada do clássico Halloween - A
Noite do Terror? Bem, a julgar pela produção modesta e duração enxuta
poderíamos dizer que seria o primo pobre do longa setentista, porém, na metade
da história temos uma significativa quebra de expectativas, mas o que também
não quer dizer necessariamente que seja um ponto positivo. No primeiro ato, o
filme parece seguir à risca a cartilha dos slashers movies. Kaylie é uma
adolescente deslocada, do tipo que destila um humor ferino e tem uma visão um
tanto distorcida da realidade, o que contribui para não ser muito popular no
colégio, completamente o oposto de Daphne (Nikki Limo), sua melhor amiga que
inventa estar com gripe para deixar de atender o pedido da família Payton para
cuidar de um bebê e assim poder sair para badalar na noite de doces ou
travessuras. Kaylie cai na mentira e aceita a tarefa em seu lugar, afinal nada
melhor que ganhar uma graninha extra e ainda usufruir um pouco do conforto da
casa de uns ricaços, mas é avisada pelo Sr. Miles (Malcolm McDowell), um
misterioso e idoso vizinho, sobre os perigos que o Halloween pode oferecer e a
recomenda não abrir a porta para nenhum estranho. A jovem imediatamente rejeita
o conselho, pois sua noite já começa mal com as tradicionais importunações de
adolescentes que aproveitam a data para fazer brincadeiras incômodas, motivo
pelo qual a jovem não percebe em um primeiro momento estar sendo observado por
um mascarado que não tarda a invadir a residência. Como o velho senhor lhe
avisara, muita gente só quer se divertir no Dia das Bruxas, mas não faltam
oportunistas para espalhar o mal. Coincidência ou não, esse era o mesmo
discurso do personagem de McDowell em Halloween
- O Início, remake do filme citado no início do texto que tem como
representação da maldade em seu estado mais puro o assassino Michael Myers. Já
no filme em questão, o serial killer passa longe de amedrontador.
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
O PESO DA ÁGUA
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NOTA 3,0 Suspense tenta estabelecer conexões entre duas histórias, mas nenhuma delas cativa, sendo válido apenas o capricho técnico |
Um título enigmático, um elenco
de peso e uma arte publicitária que pouco revela sobre a obra. Esses são
elementos que teoricamente unidos podiam fazer um filme de suspense fazer
sucesso, mais ou menos a mesma fórmula que alavancou a carreira do diretor M.
Night Shyamalan em seus primeiros longas hollywoodianos. Contudo, a receita
ainda tem outros ingredientes que em abundância ou em pequenas doses podem
comprometer o resultado final, isso sem falar no tempo de espera para sair do
forno. A metáfora com a preparação de um bolo, por exemplo, ajuda a justificar
o fracasso de O Peso da Água, suspense com todos os elementos citados na
primeira frase do texto, mas com excessos, falhas e que foi lançado já cercado
de suspeitas de que seria um tremendo imbróglio devido a demora. Tendo estreado
no Festival Internacional de Cinema de Toronto em 2000, evento que já é
considerado como uma vitrine dos filmes que irão bombar na alta temporada de
premiações, estranhamente o longa só foi lançado em circuito comercial nos EUA
cerca de dois anos depois. Provavelmente a obra foi mal recebida no festival e
os produtores resolveram “consertá-la”.
Será que ela era pior do que a versão definitiva que chegou ao público?
Difícil imaginar, mas tudo é possível. Baseado no romance homônimo de Anita
Shreve, a trama conta paralelamente duas histórias com pontos em comum, ambas
acontecem em um mesmo local e envolvem um turbilhão de sentimentos, mas um
século as separa, porém, o passar dos anos provam que ciúme e paixão são
atemporais, ou deveriam ser, ligações que este suspense jamais atinge com
perfeição. As Ilhas Shoah, no litoral do Estado de New Hampshire, serviram de
cenários para uma triste história em meados do ano de 1873. Duas mulheres de
uma mesma família, Karen (Karin Cartlidge) e Anethe (Vinessa Shaw), foram
assassinadas e seus corpos possuíam marcas de golpes brutais feitos a
machadadas. Louis Wagner (Ciarán Hinds) torna-se o principal suspeito, pois
poucos dias antes havia se hospedado na casa das jovens e foi expulso acusado
de roubo. Maren Hontvedt (Sarah Poley), irmã de uma das vítimas e cunhada da
outra, também deveria ter sido assassinada, mas conseguiu fugir e seu
testemunho é definitivo para que o citado homem seja condenado pelos crimes e
vá para a forca. Logo no início sabemos que Wagner realmente morreu como um
criminoso, mas seria ele mesmo o culpado?
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