Nota 7,0 Mesmo abusando do dramalhão, longa toca com trama de superação e de fácil identificação

Trabalho de estreia do diretor
Alejandro Gomez Monteverde, este drama foi considerado o Melhor Filme pelo júri
popular no Festival de Toronto, no Canadá, em 2006 e custou uma ninharia que
rendeu quase três vezes mais que o seu valor só em território norte-americano,
muito provavelmente pela identificação da temática sobre imigrantes tentando
vencer na vida em solo ianque. Já no Brasil, passou rapidamente pelos cinemas e
ainda com dois anos de atraso, um descaso sem justificativa. Talvez, como já
dito, seja a maneira diferenciada de contar uma história que prejudicou sua
carreira, embora como o titulo induz o final feliz esteja garantido e não
fiquem assuntos pendentes. O desenvolvimento do enredo, escrito pelo próprio
diretor em parceria com Patrick Million e Leo Severino, é tocante, porém, deixa
no ar uma sensação incômoda de que poderia ir além do oferecido. Talvez isso
ocorra por causa da expectativa depositada por sua origem diferenciada, embora
como uma co-produção do México com os EUA a obra tenha mais diálogos em inglês do que em
espanhol. De qualquer forma, o conteúdo é universal e faz uso de uma narrativa
fragmentada na qual passado e presente se alternam de forma delicada. Para
tanto, Verástegui aparece em cena com duas caracterizações diferenciadas para
demarcar momentos distintos de seu personagem. Aparece jovem, bonito e vaidoso
em seu auge profissional, mas depois surge com aparência cansada, mal cuidado e
depressivo. O encontro de Jose e Nina serve para que os dois compartilhem seus
anseios e culpas e de certa forma se completem vivenciando passagens de pura
emoção. A grande lição é mostrar que para tudo existe uma saída, sempre há
tempo para recomeçar e que é preciso prestar atenção nos pequenos detalhes do
dia-a-dia, como um simples almoço em família, para percebermos que a vida vale
a pena e que pequenas lembranças do tipo são muito maiores que qualquer
problema. A Bella do título é o resultado
final das lições que Jose e Nina conquistaram em um único e marcante dia. Sem
muitas pretensões, é uma produção agradável e reflexiva, mesmo carregando um
pouco no jeitinho de dramalhão novelesco.
Drama - 91 min - 2006
-->
2 comentários:
Seu texto me instigou.
Sempre procuro filmes fora do "padrão".
Será uma ótima opção.
Nunca vi o filme, mas concordo com o comentário acima: o seu texto é instigante e fez com que eu quisesse assistir a esse filme, o qual vou procurar.
Postar um comentário