domingo, 27 de setembro de 2015

TREINANDO O PAPAI

Nota 6,0 Brucutu exibido vira um pai exemplar em comédia claramente produzida pela Disney

Seguindo os passos de Arnold Schwarzenegger e Vin Diesel, astros de fitas de ação que também tentaram a sorte no campo da comédia, Dwayne Johnson, o ex-lutador conhecido como "The Rock", foi lançado como na carreira de ator tendo como principal atributo seus avantajados músculos, mas não demorou muito para alguns produtores perceberem sua empatia junto ao público infantil e o empurraram para o campo do humor. Em Treinando o Papai ele vive Joe Kingman, o líder e principal estrela de um time de futebol americano acostumado com fama, assédio das mulheres, regalias e festas. Ele sempre foi conhecido por atitudes egoístas tanto dentro quanto fora do campo e só aceitava dividir sua luxuosa residência com seu cachorro de estimação e com sua coleção de objetos homenageando o cantor Elvis Presley, a única pessoas que considera estar à sua atura em termos de prestígio e importância. Todavia, de uma hora para a outra, sua rotina invejável muda drasticamente quando se vê obrigado a dividir seu sagrado santuário com uma garotinha de apenas sete anos. Peyton Kelly (Madison Pettis) bate à sua parte dizendo que é sua filha e que ele deveria cuidar dela durante algumas semanas enquanto a mãe está em uma viagem missionária pelo continente africano. A menina seria fruto de um último encontro entre o esportista e sua ex-mulher antes de optarem pela separação. Passado o susto inicial, é chegada a hora de enfrentar a realidade. Durante cerca de um mês, Kingman terá que aprender a equilibrar sua vida pessoal, profissional e de solteirão inveterado com a função de pai. Adeus baladas, encontros noturnos e treinos pesados e bem-vindo as aulas de balé, compras no shopping e brincadeiras com bonecas.

Sendo uma produção bancada pela Disney, tudo isso são meras desculpas para o diretor Andy Fickman abordar temas que o estúdio considera relevantes, em outras palavras, as coisas simples da vida que se transformam em momentos de ouro em termos afetivos. O cineasta já havia explorado a adaptação ao universo do sexo oposto na comédia Ela é o Cara, na qual a personagem de Amanda Bynes se passava por um rapaz para poder jogar futebol no colégio, mas em ambos os filmes ele parece ter medo de ousar. Desde o início já temos ideia dos obstáculos a serem superados pelo protagonista que em um passe de mágica se transforma em um pai adorável, mais altruísta, gentil e solidário até mesmo com seus colegas de trabalho finalmente compreendendo o sentido da expressão trabalho em equipe. Mesmo guiado por dezenas de clichês, o roteiro de Nichole Millard, Kathryn Price e Audrey Wells ganha pontos por conta da simplicidade como o relacionamento entre pai e filha é conduzido destacando o carisma de seus intérpretes. Sabemos que Johnson é um ator de recursos limitados, mas em comédias até que ele engana bem, talvez por adotar o mesmo estilo que consagrou Adam Sandler: caras e bocas, jeitinho meigo (apesar do visual bombado) e por vezes agindo como um adulto infantiloide. Já a graciosa Pettis é a cereja do bolo, carismática na medida certa e passando longe da chatice tão comum às crianças nesse tipo de produção, levando seu trabalho a sério feito gente grande. Uma pena que os coadjuvantes sejam desperdiçados e não tenham função na trama, assim os protagonistas acabam perdendo força presos a seus conflitos como se o mundo girasse apenas em torno dos dois. Apesar de alguns deslizes e da previsibilidade, Treinando o Papai é honesto em seus objetivos. Entra em campo como uma diversão passageira para ganhar pontos certeiros com seu público-alvo, as crianças. Sendo assim, vence a partida.

Comédia - 110 min - 2007

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