Nota 2,0 Como todo filme estrelado por Wesley Snipes, adrenalina tem de sobra e criatividade zero
O roteiro de Simon Barry e Wayne Beach não traz absolutamente nada de novo ao gênero e muito menos ao currículo de Snipes cujo nome na época ainda tinha certo valor e prestígio junto ao público. O filme se garante por conta do ritmo nervoso crescente, edição ágil, lutas bem coreografadas, efeitos sonoros estridentes, enfim, tecnicamente tudo é muito bem produzido, mas o problema é mesmo narrativo. Quando as motivações para as ações dos personagens vem à tona, bem como aquelas supostas reviravoltas surpresas, o roteiro cai em um emaranhado de clichês e bobagens. O final, em especial, chega a constranger, talvez nem tanto hoje em dia, mas naqueles tempos do fenômeno Matrix era nítida a falta de criatividade em algumas cenas, ainda que poucas, totalmente chupadas do longa estrelado por Keanu Reeves. Os efeitos de balas voando com a câmera seguindo o percurso desde os disparos até atingir seus alvos são idênticos, mas já não eram novidades. Com o título original de "A Arte da Guerra", que refere-se a um antigo texto chinês com o mesmo nome redigido por um estrategista de guerra, mas que aos leigos não traduz muito bem o conteúdo do longa, A Cilada ganhou duas continuações lançadas diretamente em DVD, sendo só a segunda estrelada por Snipes. Os produtores deveriam analisar melhor os projetos que bancam. Se o original não fez sucesso e foi sucumbido pela ação implacável do tempo, porque apostar em uma franquia com todos os predicados necessários para fracassar? São ações do tipo que destruíram carreiras de astros de ação do passado e colaboram para a estigmatização de que o gênero é desprovido de conteúdo e movido a produções capengas que custam uma ninharia e o pouco que geram de lucro não justificam qualquer tipo de investimento. Snipes infelizmente se deslumbrou com o rótulo de astro, acomodou-se na profissão e hoje seu nome é tão pueril quanto o de Dolph Lundgren ou Steven Seagal. Agora com os declínios das videolocadoras que abraçavam suas produções, o que será desses brucutus?
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