Nota 6,0 Repleto de clichês, clássico sessão da tarde vale a pena por ter o saudoso Walther Matthau
Quem nunca aprontou alguma
peraltice na infância que atire a primeira pedra. Curtir umas zoeiras de vez em
quando faz parte e é necessário nessa fase da vida, inclusive para tirar lições
dos erros, porém, o protagonista de Dennis - O
Pimentinha extrapola os limites, mas ainda assim cativa o
espectador com sua cara fofa e esperteza. Vivido pelo carismático Mason Gamble,
o personagem-título é o típico moleque travesso que existe em toda vizinhança.
Sempre com as mãos inquietas e com a cabeça fervilhando mil e umas travessuras,
ele não consegue ficar parado e a principal vítima de suas brincadeiras é
George Wilson (Walther Matthau), seu vizinho já de idade que tudo que desejava
a essa altura da vida era curtir sossegadamente sua bela casa, principalmente
seu prezado jardim que cuida com tanta dedicação, ao lado da esposa Martha
(Joan Plowright). Contudo, basta ouvir o sonoro "Sr.
Wilsooooooonnnnn!!!!" para seus poucos cabelos ficarem em pé. O garoto não
faz nada por maldade, mas foi apenas sem querer querendo que entre tantas
outras coisas ele joga tinta no churrasco do coroa, troca os dentes de sua
dentadura por chicletes ou lhe rouba a atenção na tão aguardada noite em que
veria florescer uma exótica planta que cuida nada mais nada menos que a quatro
décadas, mas cujo esplendor duro míseros segundos. Rabugento, mas no fundo de
coração mole, o florista aceita cuidar do garoto por uns dias quando seus pais
precisam viajar a trabalho. Conhecendo a fama de Dennis, nenhuma babá se
prontificou a cuidar do ferinha que além de suas costumeiras confusões ainda
irá enfrentar, mesmo que levando tudo como uma grande brincadeira, o vagabundo
Sam (Christopher Lloyd) que está rondando a pacata vizinhança planejando
roubos. Com este simples argumento o diretor Nick Castle criou um dos filmes
que viria a se tornar símbolo de nostalgia da década de 1990 e marco na
infância de muita gente... Bem, nem tanto por méritos próprios, mas sim pela
avalanche de reprises na televisão.
Hank Ketcham criou em 1951 uma tirinha de jornal inspirado no perfil de seu próprio filho e logo seu trabalho começou a ser traduzido para dezenas de países e a ser replicado em outras mídias, como revistas em quadrinhos e séries live-action e animada de TV. Por suas raízes, era de se esperar que a trama do filme ficasse mais próxima de uma colagem de esquetes cômicos, mas ao adicionar o gancho do conflito entre o pestinha e o bandido o roteirista John Hughes não conseguiu se distanciar de seus sucessos em evidência na época, Esqueceram de Mim e sua continuação. Tanto um quanto outro guardam semelhanças com a história do pimentinha. Llloyd está em cena para servir de saco de pancadas para Gamble assim como Joe Pesci e Daniel Stern sofreram um bocado com as armadilhas criadas por Macaulay Culkin nos clássicos natalinos. Se a história deixa a desejar pelo acúmulo de clichês, há que se destacar o cuidado na produção, com uma trilha sonora tipo chiclete e belos cenários representando um idílico bairro onde as crianças podiam brincar a vontade nas ruas e ninguém precisa se preocupar em trancar portas e janelas. Isso até a chegada de Sam para estragar tudo e nos lembrar que esta é uma produção beirando o novo milênio acompanhado da violência, mas cinema serve mesmo para nos fazer sonhar. Dennis - O Pimentinha é pura sessão da tarde, com seus momentos divertidos e mostrando Matthau mais espirituoso do que nunca. Ele consegue transitar muito bem entre a comédia, os momentos de sisudez e ainda transparecer compaixão quando necessário formando uma excelente dupla com Gamble, que após alguns poucos filmes abandonou a carreira. Voltado ao público infantil, os chatos de plantão certamente procuram apontar as falhas e repetecos da trama, mas dentro do que se propõe é uma opção ainda muito divertida e agradável. Pena que explore pouco o talento da veterana Plowright e coloque Lea Thompson e Robert Stanton, intérpretes dos pais do protagonista, praticamente como figurantes.
Hank Ketcham criou em 1951 uma tirinha de jornal inspirado no perfil de seu próprio filho e logo seu trabalho começou a ser traduzido para dezenas de países e a ser replicado em outras mídias, como revistas em quadrinhos e séries live-action e animada de TV. Por suas raízes, era de se esperar que a trama do filme ficasse mais próxima de uma colagem de esquetes cômicos, mas ao adicionar o gancho do conflito entre o pestinha e o bandido o roteirista John Hughes não conseguiu se distanciar de seus sucessos em evidência na época, Esqueceram de Mim e sua continuação. Tanto um quanto outro guardam semelhanças com a história do pimentinha. Llloyd está em cena para servir de saco de pancadas para Gamble assim como Joe Pesci e Daniel Stern sofreram um bocado com as armadilhas criadas por Macaulay Culkin nos clássicos natalinos. Se a história deixa a desejar pelo acúmulo de clichês, há que se destacar o cuidado na produção, com uma trilha sonora tipo chiclete e belos cenários representando um idílico bairro onde as crianças podiam brincar a vontade nas ruas e ninguém precisa se preocupar em trancar portas e janelas. Isso até a chegada de Sam para estragar tudo e nos lembrar que esta é uma produção beirando o novo milênio acompanhado da violência, mas cinema serve mesmo para nos fazer sonhar. Dennis - O Pimentinha é pura sessão da tarde, com seus momentos divertidos e mostrando Matthau mais espirituoso do que nunca. Ele consegue transitar muito bem entre a comédia, os momentos de sisudez e ainda transparecer compaixão quando necessário formando uma excelente dupla com Gamble, que após alguns poucos filmes abandonou a carreira. Voltado ao público infantil, os chatos de plantão certamente procuram apontar as falhas e repetecos da trama, mas dentro do que se propõe é uma opção ainda muito divertida e agradável. Pena que explore pouco o talento da veterana Plowright e coloque Lea Thompson e Robert Stanton, intérpretes dos pais do protagonista, praticamente como figurantes.
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