Nota 2,0 Comédia romântica comete os grandes pecados do gênero: é sem graça e sem emoção

Com direção de Vicky Jenson, estreando como
cineasta de um live action após colaborar na equipe de direção das animações Shrek e O Espanta Tubarões, é perceptível que ela é marinheira de primeira
viagem, limitando-se a alinhavar uma porção de clichês, alguns mal inseridos,
outros desnecessários, mas no fundo nenhuma situação que desperte algum tipo de
emoção positiva ao espectador, salvo se você estiver vivendo o mesmo dilema da protagonista
que após anos de muito estudo se vê obrigada a trabalhar em empregos menores e
sacrificantes, como vender bolsas e acessórios para dondocas na loja do pai. Os
problemas do longa começam já na introdução na qual o manjado truque do diário
virtual é utilizado com muitas cores chamativas, o que já denuncia que o final
feliz está garantido e que discussões mais profundas sobre os problemas da
relação do mercado de trabalho com os novos profissionais formados nem passaram
pela cabeça da roteirista, quanto menos da diretora que se preocupou em agregar
sem sucesso ao projeto características de comédias independentes como a família
disfuncional que involuntariamente provoca risos e identificação rápida na
platéia, mas será que piadas a respeito de cocô de gato, sobre o atropelamento
acidental do bichano ou de uma idosa planejando o próprio funeral ainda
garantem risos? Pode ser, mas desde que saibam inserir o humor sutilmente no
enredo. Neste caso, parece que as situações cômicas recebem uma dose extra de
ênfase para avisar o espectador os momentos em que ele deveria dar risadas, no
entanto, no máximo você consegue esboçar um ou sorrisinho tímido. Além de não
funcionar como comédia, em termos de romance também deixa a desejar. A química
entre Ryden e Adam não causa a menor combustão e o interesse da moça pelo
vizinho soa como amor platônico infantil. Recém-Formada no final das contas
não passa de uma colcha de retalhos de clichês, mas infelizmente uma coletânea
das falhas de produtos semelhantes, talvez até potencializando o que já era
ruim. De qualquer forma, não duvide que existam algumas pessoas (garotas com
idade máxima de uns 20 anos) que defendam a obra. E quanto aos cenários,
figurinos, trilha sonora ou parte técnica? Simplesmente mais do mesmo. Os atores
mudam, mas a ladainha e a forma de apresentá-la é sempre a mesma.
Comédia romântica - 88 min - 2009
Nenhum comentário:
Postar um comentário