Nota 1,0 Vendido com ares sobrenatural, suspense decepciona adotando drama familiar e polêmico
Crianças endemoniadas é um dos
maiores clichês do universo do horror. Talvez por já termos vistas tantas e,
diga-se de passagem, a maioria bem mais assustadoras, é que o longa Joshua - O Filho do Mal já foi lançado com
lugar cativo no limbo. O personagem-título é vivido no piloto automático pelo
então ator mirim Jacob Kogan que interpreta um garoto quieto, apático e que as
poucas vezes que abre a boca é apenas para fazer alguma observação ou pergunta
que acabam por deixar Abby (Vera Farmiga) e Brad (Sam Rockwell), seus pais, sem
respostas e com dúvidas quanto ao comportamento do filho. Quando sua mãe dá a
luz à pequena Lilly a vida da família muda completamente. E para pior! Ao
perceber toda a atenção que é destinada à irmã, mesmo sem demonstrar sinais de
raiva ou ciúmes, Joshua começa a ter ações, como jogos psicológicos e ameaças, que
podem enlouquecer o casal que está com problemas. Enquanto o pai vive um
período de crise profissional, a mãe, já detentora de um histórico de problemas
psicológicos, agora também sofre com a depressão pós-parto. O garoto é obcecado
pelo hobby de dissecar seus bichinhos de pelúcia e não demora a testar as
técnicas em animais vivos. Por aí já se tem ideia do que ele pretende fazer com
a bebezinha. O longa então se propõe a abordar um problema até que bastante
corriqueiro: filhos com má índole nascidos em bons berços. Joshua tem pais
amorosos, tem uma vida abastada, mas sabe-se lá porquê nasceu com a sementinha
do mal caráter enraizada. Ele praticamente é um psicopata em início de
carreira, muito inteligente, nem um pouco empático e com uma habilidade
singular para mentir e manipular as pessoas. Crianças com este perfil, como os
garotos sem semblante de filmes como A
Profecia e Reencarnação, já
tornou-se um protótipo bastante desgastado no cinema, mas no caso incomoda
saber que Joshua é um ser malvado por natureza, o que invalida o péssimo
subtítulo nacional.
O garoto não é filho do Diabo e tampouco a personificação de um espírito ruim. O sobrenatural não está presente no roteiro de David Gilbert e George Ratliff, este que também assina a direção desprovido de estilo próprio. É simplesmente a história de uma família comum que tem uma ovelha negra em casa, mas como os pais podem lidar com essa situação? A abordagem principal é sobre a angústia de se voltar contra alguém que teoricamente deveria ser protegido e receber amor incondicional, assim pode causar espanto, por exemplo, uma cena em que o pai espanca o próprio filho literalmente em praça pública no limite de sua paciência ao perceber que o primogênito não tem um pingo de compaixão com a família. Obviamente, Joshua - O Filho do Mal não tem pretensão alguma de discutir o tema a fundo, mas também não se propõe a assustar como se espera. Se por um lado fugir da obviedade seria um ponto positivo, para tanto era preciso ter a certeza de uma boa trama em mãos, o que não é o caso. O longa tem alguns momentos de tensão pontuais, mas no conjunto não prende a atenção por se limitar a apelar para alguns truques manjados do gênero explicitados por efeitos sonoros e takes de câmera nada criativos. O resultado é um filme incômodo, e não no bom sentido já que por se tratar de um suspense a ideia seria manter o espectador inquieto, no entanto, o tédio impera do início ao fim. É uma produção obscura que não diz a que veio e que deixa muitas pontas soltas. Os marqueteiros do longa deveriam ser processados por desrespeitar a inteligência do espectador o vendendo como algo capaz de gelar a alma. Bem, de fato é um tremendo banho de água fria. E como tem gente que adora procurar pelo em ovo, há quem enxergue tendências homossexuais no personagem-título baseando-se em preconceitos arcaicos, como o fato do garoto preferir se dedicar a música clássica ao invés de algum esporte e trajar roupas elegantes e pouco comuns a sua idade, e ainda vão além querendo relacionar o seu lado malvado a sua possível orientação sexual. Fuja desse engodo ou tope como remédio para insônia.
O garoto não é filho do Diabo e tampouco a personificação de um espírito ruim. O sobrenatural não está presente no roteiro de David Gilbert e George Ratliff, este que também assina a direção desprovido de estilo próprio. É simplesmente a história de uma família comum que tem uma ovelha negra em casa, mas como os pais podem lidar com essa situação? A abordagem principal é sobre a angústia de se voltar contra alguém que teoricamente deveria ser protegido e receber amor incondicional, assim pode causar espanto, por exemplo, uma cena em que o pai espanca o próprio filho literalmente em praça pública no limite de sua paciência ao perceber que o primogênito não tem um pingo de compaixão com a família. Obviamente, Joshua - O Filho do Mal não tem pretensão alguma de discutir o tema a fundo, mas também não se propõe a assustar como se espera. Se por um lado fugir da obviedade seria um ponto positivo, para tanto era preciso ter a certeza de uma boa trama em mãos, o que não é o caso. O longa tem alguns momentos de tensão pontuais, mas no conjunto não prende a atenção por se limitar a apelar para alguns truques manjados do gênero explicitados por efeitos sonoros e takes de câmera nada criativos. O resultado é um filme incômodo, e não no bom sentido já que por se tratar de um suspense a ideia seria manter o espectador inquieto, no entanto, o tédio impera do início ao fim. É uma produção obscura que não diz a que veio e que deixa muitas pontas soltas. Os marqueteiros do longa deveriam ser processados por desrespeitar a inteligência do espectador o vendendo como algo capaz de gelar a alma. Bem, de fato é um tremendo banho de água fria. E como tem gente que adora procurar pelo em ovo, há quem enxergue tendências homossexuais no personagem-título baseando-se em preconceitos arcaicos, como o fato do garoto preferir se dedicar a música clássica ao invés de algum esporte e trajar roupas elegantes e pouco comuns a sua idade, e ainda vão além querendo relacionar o seu lado malvado a sua possível orientação sexual. Fuja desse engodo ou tope como remédio para insônia.
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