Nota 1,0 Mesmo com roteiro investindo em uma inversão de papeis, suspense é frio e arrastado
Dizem que existe uma maldição que
ronda quem é premiado com o Oscar. A atriz Sally Field foi premiada como melhor
atriz em 1979 por Norma Rae e cinco
ano mais tarde por Um Lugar no Coração. Depois
disso entrou numa maré de azar emendando papéis coadjuvantes e sem destaque e
trabalhos para a televisão. Foram quase três décadas de espera até voltar a
brilhar no tapete vermelho, desta vez como atriz coadjuvante por Lincoln. Será que a trajetória de Hilary
Swank será parecida? Vencedora da estatueta dourada por Meninos Não Choram e Menina
de Ouro, também prêmios em um curto espaço de tempo, depois disso ela tem
estrelado verdadeiras bombas, salvo um ou outro trabalho. A
Inquilina é mais um para engrossar a lista. Elá dá vida à
Juliet, uma médica que está passando por um momento difícil após ser traída
pelo namorado e decidida a procurar um novo endereço para ajudar a dar novos
rumos a sua vida. Por coincidência ela recebe um telefonema com uma oferta
inacreditável para alugar um apartamento em um antigo edifício. Max (Jeffrey
Dean Morgan), o proprietário do imóvel, acolhe cordialmente a nova inquilina,
mas logo nas primeiras noites a moça percebe que o local é estranho, com
barulhos amedrontadores de madrugada. Em paralelo as noites mal dormidas,
Juliet passa a flertar com seu senhorio, mas a relação com este homem
aparentemente gentil e inofensivo pode se revelar um perigo iminente para esta
fragilizada mulher. E a trama é essa. Bem manjada e pronto! O roteiro de Antti
Jokinen e Tobert Orr não perde tempo criando desnecessárias situações de sustos
e logo deixa clara a obsessão de Max pela médica, esta que tende a considerá-lo
apenas um amigo, mesmo com uma latente tensão sexual entre eles.
Bancado pela produtora Hammer Films, lendária empresa especializada em terror e suspense que teve seus anos de glória entre as décadas de 1950 e 1970 trazendo às telas diversas produções de baixo orçamento, muitas protagonizadas por Drácula, Frankenstein e companhia bela, A Inquilina foi mais um tentativa falha do estúdio de recuperar seu status. Seguindo um estilo bastante em evidência em sua época de lançamento, o longa é praticamente todo filmado em um mesmo ambiente, ou ao menos suas cenas principais. Com espaço limitado e de pouca iluminação, por natureza o próprio cenário propiciaria um importante aparato para provocar sustos com aquela sensação de que algo inesperado ou suspeito pode se espreitar em qualquer canto e que não há para onde fugir. Todavia, o finlandês Antti Jokinen, então estreando como diretor de longas após construir sua carreira no mundo dos videoclipes e publicidade, parece não saber tirar o melhor proveito de sua direção de arte e se apoia em imagens clichês. Comandar atores também não parece ser seu forte. Juliet é ingênua e delicada demais para o perfil de Swank a quem o público se acostumou a ver dominando personagens fortes e com certa dose de masculinidade, assim a atriz fica fora do contexto até porque a tal mulher do título a certa altura perde sua importância na trama. Ela serve apenas como elemento introdutório ao misterioso imóvel e para apresentação dos demais habitantes do edifício. Porém, ocorre uma mudança de perspectiva e Morgan passa a ser o protagonista. Cheio de obsessões, o público passa a temer por Max sempre na iminência de que pode ser flagrado no interior do apartamento, como na cena em que ele se deita debaixo da cama enquanto Juliet está dormindo. A tensão então não age mais sobre a suposta vítima, mas sim sobre seu algoz. Seu intérprete convence com a perversão exigida, mas infelizmente o roteiro nunca deixa claro seus motivos para tanto e mesmo com a inversão de arquétipos o longa não decola e o espectador o acompanha passivamente. A participação do icônico Christopher Lee, grande estrela dos sucessos da produtora, sugestionava que seu August, um dos vizinhos da nova moradora, seria uma grande chave para desvendar algum mistério, mas o ator é desperdiçado assim como Lee Pace que vive Jack, o companheiro da jovem que não apimenta o enredo.
Bancado pela produtora Hammer Films, lendária empresa especializada em terror e suspense que teve seus anos de glória entre as décadas de 1950 e 1970 trazendo às telas diversas produções de baixo orçamento, muitas protagonizadas por Drácula, Frankenstein e companhia bela, A Inquilina foi mais um tentativa falha do estúdio de recuperar seu status. Seguindo um estilo bastante em evidência em sua época de lançamento, o longa é praticamente todo filmado em um mesmo ambiente, ou ao menos suas cenas principais. Com espaço limitado e de pouca iluminação, por natureza o próprio cenário propiciaria um importante aparato para provocar sustos com aquela sensação de que algo inesperado ou suspeito pode se espreitar em qualquer canto e que não há para onde fugir. Todavia, o finlandês Antti Jokinen, então estreando como diretor de longas após construir sua carreira no mundo dos videoclipes e publicidade, parece não saber tirar o melhor proveito de sua direção de arte e se apoia em imagens clichês. Comandar atores também não parece ser seu forte. Juliet é ingênua e delicada demais para o perfil de Swank a quem o público se acostumou a ver dominando personagens fortes e com certa dose de masculinidade, assim a atriz fica fora do contexto até porque a tal mulher do título a certa altura perde sua importância na trama. Ela serve apenas como elemento introdutório ao misterioso imóvel e para apresentação dos demais habitantes do edifício. Porém, ocorre uma mudança de perspectiva e Morgan passa a ser o protagonista. Cheio de obsessões, o público passa a temer por Max sempre na iminência de que pode ser flagrado no interior do apartamento, como na cena em que ele se deita debaixo da cama enquanto Juliet está dormindo. A tensão então não age mais sobre a suposta vítima, mas sim sobre seu algoz. Seu intérprete convence com a perversão exigida, mas infelizmente o roteiro nunca deixa claro seus motivos para tanto e mesmo com a inversão de arquétipos o longa não decola e o espectador o acompanha passivamente. A participação do icônico Christopher Lee, grande estrela dos sucessos da produtora, sugestionava que seu August, um dos vizinhos da nova moradora, seria uma grande chave para desvendar algum mistério, mas o ator é desperdiçado assim como Lee Pace que vive Jack, o companheiro da jovem que não apimenta o enredo.
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