Nota 2,5 Com mote nada original e triângulo amoroso fraco, coadjuvantes seguram as pontas
Em 1997, O Casamento do Meu Melhor Amigo trouxe certo frescor ao já batido
campo das comédias românticas contando uma história agradável e divertida
comandada por um então jovem elenco em ascensão. Uma década depois O Melhor Amigo da Noiva tentou pegar
carona não só no título do sucesso estrelado por Julia Roberts, mas a trama em
si guardava certas semelhanças, porém, sem personagens carismáticos. Mais
alguns anos se passam e O Noivo da Minha
Melhor Amiga chegou para embolar ainda mais as coisas entre
casamentos e melhores amigos, todavia, desta vez o título rebuscado e nada
original faz jus ao conteúdo. O mote é similar aos longas citados. Rachel
(Ginnifer Goodwin) e Darcy (Kate Hudson) são amigas inseparáveis desde a
infância e o casamento de uma delas deveria ser motivo de alegria para ambas,
não de discórdia. Rachel deixou escapar sua oportunidade de viver um grande
amor quando apresentou Dex (Colin Egglesfield), seu colega no curso de direito,
para a garota que sempre gostou de ser o centro das atenções e nunca teve papas
na língua. Conhecendo o perfil da amiga, introvertida, com baixa auto-estima e
centrada nos estudos, Darcy não pensa duas vezes antes de se atirar nos braços
do rapaz. Rola algum sentimento entre eles, aquele típico caso dos opostos que
se atraem, e o tempo passa rápido e não demora muito e já estão de casamento
marcado, obviamente tendo Rachel convocada para ser a madrinha. Numa festa em
comemoração ao seu aniversário de 30 anos a jovem advogada bebe um pouco além
da conta e acaba passando a noite com o namorado da amiga. Ela já nutria uma
paixão platônica por ele desde a juventude e tardiamente descobre que o
sentimento é recíproco. Contudo, não seria tarde para assumirem a paixão? Dex
tem receio de magoar a noiva, assim como Rachel não quer perder a sua grande
amiga, porém, se amam de verdade e não querem viver como amantes.
O diretor Luke Greenfield, de Um Show de Vizinha, tem seu trabalho
desacreditado já nos minutos iniciais. A amizade entre as protagonista é
esplanada em um rápido vídeo com foto-montagem com os principais momentos das
vidas de ambas, sempre clicadas juntinhas, e as diferenças de personalidade
delas são identificadas em rápidos flashbacks. É pouco para acreditarmos na
força desta amizade, problema causado pela roteirista Jennie Snyder, oriunda da
televisão e estreando no cinema, que não soube adaptar coerentemente o livro
"Something Borrowed", de Emily Giffin. O título, também o original do
filme, faz alusão a uma superstição estadunidense de que a noiva precisa usar
algo emprestado de sua madrinha para ter sorte no casamento. No caso, Rachel
estaria emprestando o noivo, mas o queria de volta. Todavia, o público não toma
partido de nenhuma das duas já que são personagens mal construídas. A
simplicidade e passividade de uma não combinam em nada com os exageros e jeito
espevitado da outra, assim é difícil acreditar em uma amizade que perdurou por
tantos anos. Essa diferença de personalidades também se reflete no
comportamento de Dex que claramente se sente desconfortável e acanhando ao lado
da noiva, mas com sua amiga se porta de maneira agradável e extrovertida.
Todavia, o triângulo amoroso não funciona, não tem carisma. Como tem se tornado
hábito nas comédia românticas os coadjuvantes é que se sobressaem. John
Krasinski como Ethan, o fiel amigo de Rachel, adiciona o humor necessário ao
fingir ser gay para fugir das investidas da incansável Claire (Ashley Williams)
enquanto Steve Howey complementa a comicidade necessária com seu Marcus,
bancando a fama de pegador. O Noivo da Minha
Melhor Amiga então se desenrola sem empolgação com sucessivos
momentos de aproximação e distanciamento entre Rachel e Dex e vez ou outra a
aparição esfuziante de Darcy se fazendo de sonsa, que não percebe o clima entre
eles. Similar a tantos outros exemplares do gênero, tão esquecível quanto.
Comédia romântica - 103 min - 2010
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