
Florestas amaldiçoadas há muito
tempo já não causam o medo esperado, mas ainda existem cineastas que insistem
na fórmula e colocam os mais variados tipos de ameaças para habitar as matas
fechadas e atacar os turistas incautos.
Floresta dos Condenados já começa
clichê com uma frase profética retirada de algum livro bíblico para explicar o
argumento pifiamente desenvolvido pelo roteiro de Joseph London e Johannes
Roberts, este também diretor da fita. Reza a lenda que existem belas, sedutoras
e perigosas ninfas que se escondem nas regiões sombrias de uma antiga floresta.
Expulsas do Paraíso por terem sido contaminadas pelas emoções humanas de
sensualidade e desejo, as outrora anjas caíram na Terra e há centenas de anos
vagam atraindo vítimas com seus belos corpos desnudos para depois mostrarem
suas verdadeiras feições. Com características vampirescas, atacam para saciarem
a vontade de sangue até levarem suas presas à morte. Sem preocupação alguma de
surpreender o espectador, é óbvio que a trama lança um grupo de jovens
insuportáveis para se perder por esta mesma região. Acidentalmente eles
atropelam uma mulher quando estavam a caminho de uns dias no campo, mas
atordoados, feridos e cansados, vagam no meio do nada em busca de ajuda até que
dois deles, Judd (Daniel Maclagan) e Molly (Nicole Petty), encontram uma cabana
escondida no coração do matagal. Todavia, quando pensam estar a salvo é que os
problemas começam de verdade. A casa pertence a Stephen (Tom Savini), um
sujeito esquisitão atordoado pelas lembranças de infância quando viu com seus
próprios olhos as ninfas assassinarem brutalmente seus pais. Ele cresceu
solitariamente na floresta e sequestra turistas perdidos a fim de usá-los como
iscas para colocar em prática seus planos de vingança contra as criaturas
demoníacas que arruinaram sua vida.
À medida que a noite avança, os
outros jovens que permanecem vulneráveis na mata tentam escapar das sedutoras
armadilhas das ninfas, mas seus ataques não dão medo, pelo contrário,
involuntariamente causam riso. A maquiagem ridícula e as caras e bocas forçadas
fazem as criaturas do mal parecem ter saído de algum filme do Zé Caixão, embora
ele tenha talento para transformar o trash em cult. Roberts está longe de ter essa
habilidade. Seu trabalho é extremamente amador, pessimamente filmado, com
cortes abruptos de edição, narrativa enfadonha e atuações risíveis de um elenco
que parece ter sido escolhido aleatoriamente passeando na rua. Savini é o único
com um currículo mais relevante, tento passagem por boas fitas de terror como
Um Drinque no Inferno, Madrugada dos Mortos e
Terra dos Mortos, mas não se sai bem
como o justiceiro de caráter dúbio. De certa forma seu personagem é quem tinha
tudo para sustentar o filme, mas ele próprio não parece saber que sentido dar a
ele. Faltou pulso na direção de Roberts que também parecia não saber qual
caminho seguir para justificar uma história que não deveria ter saído do papel.
Fica nítida sua adoração pelo gênero terror, tanto que ele se afunda em
clichês, porém, nem mesmo copiando consegue desenvolver situações razoáveis.
Ainda se tivesse se prendido aos conflitos envolvendo o trio de protagonistas
Floresta
dos Condenados poderia ser suportável, mas quando a ação volta para o
resto dos adolescentes perdidos na floresta não há como prender o riso ou
esconder a raiva de estar perdendo tempo com tamanha bobagem. As cenas de morte
que deveriam ser impactantes e momentos clímax nos deixam ruborizados de tão
podreiras que são. Há quem opte por cenas toscas por questão de estilo, mas
neste caso é puro relaxo mesmo ou amadorismo de quem leva ao pé da letra que
para fazer cinema basta uma câmera na mão e uma ideia na cabeça. Roberts não
sabe lidar com o equipamento e tem na mente apenas m... Deixa pra lá!
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