Nota 6,0 Título inadequado não vende corretamente a ideia principal desta produção familiar

O grande destaque é no empenho que o garoto Benjamin tem
para reunir seu pai e avô que há anos estão brigados. Irwin abandonou sua
esposa Rose (Doris Roberts) há mais de duas décadas e hoje vive uma vida mais
feliz com Sandy (Daryl Hannah), muito mais jovem que ele. O bar mitzvah de
Benjamin na teoria seria a oportunidade perfeita para que os dois se
reencontrassem e fizessem as pazes, mas na prática isso não poderia ser feito
em único dia. Assim, o garoto manda um convite para o avô com data errada para
que ele chegasse duas semanas antes da festa. Dessa forma, além de dar mais
tempo para que os homens mais velhos da família conversassem e refletissem
sobre tudo que aconteceu no passado, Benjamin deixaria o pai ocupado e poderia
montar o evento da maneira que quisesse. O grande pecado deste trabalho, como
já dito, está atrelado ao inconveniente título que vende uma comédia popular e
tradicional, mas a tal competição entre famílias revela-se nada mais que uma
troca de alfinetadas presenciais aqui ou ali e alguns comentários invejosos
reservados. Tortadas na cara, armações, piadas escatológicas, pais se
estapeando e filhos arranjando encrencas entre si não têm vez aqui. Na
realidade, a comédia pouco dá as caras, sendo o lado levemente dramático da
história que se destaca e que acaba transformando a fita em uma boa opção por
não se entregar totalmente aos clichês, embora as poucas piadas que existam
sejam previsíveis e o final feliz garantido. De qualquer forma, Competindo Com
os Steins garante uma diversão para toda a família, uma bela mensagem de união
e ainda faz um alerta sobre a perda das tradições. O bar mitzvah, conforme
apresentado aqui, parece estar perdendo seus valores e sentidos para se
transformar em eventos megalomaníacos para satisfazer os egos dos pais dos
garotos que parecem necessitar exibir que tem dinheiro e podem gastar a
vontade, lembrando que o povo judeu é conhecido por ser muito rico. Essa
crítica implícita no enredo é pertinente e justifica a entrada do ator Richard
Benjamin como um rabino para esclarecer mais sobre esta tradição para o próprio
protagonista que só então se anima com o festejo. Vale uma conferida sem
grandes pretensões.
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