Nota 6,0 Mais uma produção tenta fazer graça com animais com dilemas tal qual humanos
Em pleno século 21 filmes com
animaizinhos fofinhos e falantes ainda tem vez? Bem, se depender dos esforços
da Disney a resposta é sim e ratificada pelo sucesso de Perdido
Pra Cachorro que acabou se tornando uma trilogia, diga-se de
passagem, mais boboca a cada novo capítulo. Todavia, o pontapé inicial do
projeto não é dos piores, apesar da polêmica de ao mesmo tempo enaltecer e
também tirar um sarro dos mexicanos. A trama tem como protagonista Chloe, uma
mimada cadelinha da raça chihuahua que leva uma vida de luxos tal qual uma
patricinha da cidade de Beverly Hills. Certo dia, Vivian (Jamie Lee Curtis),
sua ocupada "mamãe" dona de uma marca de cosméticos, precisa fazer
uma viagem de trabalho de última hora e deixa sua bebê aos cuidados da sobrinha
Rachel (Piper Perabo), mas a jovem não quer ficar presa por uns dias na mansão
da milionária e troca os banhos de espuma e os champanhes por uma farra regada
a tequila em uma viagem com as amigas para o México levando a cachorrinha a
tiracolo. O relacionamento entre a babá e a herdeira de quatro patas, esta que
ostenta roupas e sapatos de grife, não é muito amistoso desde o início e ao
perceber que não seria paparicada nesta viagem, especialmente quando recebe
comida industrializada destas servidas para qualquer vira-lata, Chloe perde a
paciência e foge do quarto de hotel. Totalmente desnorteada ao ter que aprender
na marra a se virar sozinha, a mascote acaba sendo sequestrada por um bando que
organiza rinhas de cães, mas encontra proteção de Delgado, um pastor alemão
abalado por algum trauma de seu passado. Enquanto isso, Rachel desesperada
caçando a mascote em terras cucarachas ganha a ajuda do jardineiro Sam (Manolo
Cardona) que por sorte tem como fiel escudeiro Papi, também um chihuahua que é
apaixonado por Chloe. Destemido a encontrá-la, o cachorrinho junto com os
humanos e dos seus amigos de quatro patas ainda ganha a ajuda inusitada do
ardiloso rato Manuel e da iguana Chico, ambos obcecados pela coleira de
diamantes da protagonista.
À primeira vista o diretor Raja Gosnell, de Scooby-Doo e sua continuação, parece oferecer mais atenção aos efeitos especiais aperfeiçoando ainda mais a técnica para mostrar animais falando com naturalidade tal qual aconteceu com Babe - O Porquinho Atrapalhado. Mike Alexander, o mesmo treinador de animais responsável pelos cães usados na aventura Resgate Abaixo de Zero, faz um trabalho impressionante outra vez, ainda mais levando em consideração que os bichanos selecionados, cerca de 200, não eram do ramo e foram resgatados de abrigos. Os demais animais que surgem ao longo da narrativa são animações digitais. Apesar do passo a frente técnico, não demora muito para sentirmos o estilo Disney se impondo com piadinhas aqui e acolá, muito corre-corre e os batidos temas do mentor e seu pupilo e do amor entre uma dama e um vagabundo. Todavia, para os padrões do estúdio, temos um gancho controverso. Os mexicanos são tratados em geral com um leve preconceito, afinal a maioria imigra ilegalmente e se contenta com pequenos bicos para ganharem a vida, e a fita faz questão de frisar que existe um abismo entre eles e os norte-americanos. A raça chihuahua é de origem do México e é curioso que se entre as relações humanas percebemos uma latente preocupação em não se misturar, Chloe vai aprender justamente a descer do salto assumindo que não é melhor que qualquer outra raça. A premissa do milionário fútil que precisa se acostumar com uma vida mais simples, porém, digna e porque não até mais divertida é uma velha conhecida, mas ganha certo frescor ao ser inserida no universo dos animais. Por outro lado, é triste ver a veterana Curtis, outrora rainha dos gritos em seus áureos tempos de fitas de terror, envolvida em um projeto tão simplório, uma coadjuvante de luxo de fato visto que aparece pouquíssimo. Com um elenco de vozes de peso na dublagem original (incluindo o tenor Plácido Domingo), Perdido Pra Cachorro não tem fôlego para ir além da fronteira EUA-México, aliás, algo que gera um ponto negativo por conta da confusão de idiomas. Entre o inglês e algumas frases em espanhol, na versão dublada acentua a salada de sotaques.
À primeira vista o diretor Raja Gosnell, de Scooby-Doo e sua continuação, parece oferecer mais atenção aos efeitos especiais aperfeiçoando ainda mais a técnica para mostrar animais falando com naturalidade tal qual aconteceu com Babe - O Porquinho Atrapalhado. Mike Alexander, o mesmo treinador de animais responsável pelos cães usados na aventura Resgate Abaixo de Zero, faz um trabalho impressionante outra vez, ainda mais levando em consideração que os bichanos selecionados, cerca de 200, não eram do ramo e foram resgatados de abrigos. Os demais animais que surgem ao longo da narrativa são animações digitais. Apesar do passo a frente técnico, não demora muito para sentirmos o estilo Disney se impondo com piadinhas aqui e acolá, muito corre-corre e os batidos temas do mentor e seu pupilo e do amor entre uma dama e um vagabundo. Todavia, para os padrões do estúdio, temos um gancho controverso. Os mexicanos são tratados em geral com um leve preconceito, afinal a maioria imigra ilegalmente e se contenta com pequenos bicos para ganharem a vida, e a fita faz questão de frisar que existe um abismo entre eles e os norte-americanos. A raça chihuahua é de origem do México e é curioso que se entre as relações humanas percebemos uma latente preocupação em não se misturar, Chloe vai aprender justamente a descer do salto assumindo que não é melhor que qualquer outra raça. A premissa do milionário fútil que precisa se acostumar com uma vida mais simples, porém, digna e porque não até mais divertida é uma velha conhecida, mas ganha certo frescor ao ser inserida no universo dos animais. Por outro lado, é triste ver a veterana Curtis, outrora rainha dos gritos em seus áureos tempos de fitas de terror, envolvida em um projeto tão simplório, uma coadjuvante de luxo de fato visto que aparece pouquíssimo. Com um elenco de vozes de peso na dublagem original (incluindo o tenor Plácido Domingo), Perdido Pra Cachorro não tem fôlego para ir além da fronteira EUA-México, aliás, algo que gera um ponto negativo por conta da confusão de idiomas. Entre o inglês e algumas frases em espanhol, na versão dublada acentua a salada de sotaques.
Comédia - 92 min - 2008
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