Nota 3,0 Sucesso juvenil dos anos 90, suspense envelheceu e hoje deixa claro suas fragilidades

Sarah acaba sendo acolhida por um grupo de garotas ditas como rejeitadas e vítimas e bullying na escola (lembrando que na época não se usava tal nome, era zoação e pronto). Bonnie (Campbell) é uma jovem que se acha feia e ridicularizada por conta de algumas cicatrizes; Nancy (Fairuza Balk) é uma gótica que destila veneno com seus comentários cheios de malícia e sinceridade extrema; e, por fim, Rochelle (Rachel True) é vítima de preconceito racial. O trio estava justamente procurando uma quarta garota que sofresse algum tipo de rejeição para fechar uma irmandade para um ritual de evocação a uma divindade primitiva que poderia lhes conceder poderes especiais para solucionar seus problemas sociais. Contudo, o dom acaba seduzindo-as a ponto de perderem a noção dos limites em usá-lo, assim tudo o que fazem volta para elas três vezes mais forte e de forma negativa. Dirigido e escrito por Andrew Fleming, que viria a se especializar em comédias juvenis, a fita mantém as garotas no centro das atenções após o sucesso de As Patricinhas de Beverly Hills, descartando o foco de temáticas sexuais sob a ótica masculina que dominavam as fitas juvenis de alguns anos antes (perde-se as contas de quantas produções a respeito de rapazes desesperados para perder a virgindade foram lançadas até então). Pena que um bom gancho como dos problemas de Rochelle com a implicância de Laura (Christine Taylor), por exemplo, não seja explorado a fundo, já que o foco da metade para o final fica em cima da disputa entre Sarah, que deseja reverter a magia que despertaram e que tanto mal trazia, e uma das outras bruxinhas que revela-se uma psicopata. Esse é o único segredo da trama, o resto é super previsível para não queimar os neurônios do público-alvo. Claramente envelhecido e revelando suas fragilidades desde os créditos iniciais, Jovens Bruxas pode não ter o poder de encantar novas plateias em tempos em que Harry Potter elevou as histórias de magia a um patamar estarrecedor, mas ainda pode interessar as pré-adolescentes e aos nostálgicos de carteirinha.
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