sábado, 23 de abril de 2016

O CONDOMÍNIO

Nota 2,0 Suspense entrega seus segredos logo de cara, assim tornando-se uma opção tediosa

Um antigo e sombrio edifício pode ser o palco perfeito para histórias de horror e suspense e o cinema já deu inúmeras provas disso contando histórias de arrepiar envolvendo assombrações clamando por ajuda, espíritos demoníacos impiedosos e assassinos malucos ou que agem por pura maldade. O suspense O Condomínio aposta em uma morte misteriosa como pontapé inicial, mas o enredo procura seguir uma linha mais policial, assim oferecendo a oportunidade do espectador participar da ação recolhendo pistas para chegar ao autor do crime. Será mesmo? A trama escrita por Alberto Sciamma e Harriet Sand nos apresenta à Leonard Grey (James Caan), o zelador de um antigo condomínio há mais de trinta anos. Ele está lá desde que a ranzinza Lily Melnik (Geneviéve Bujold) comprou o edifício e mandou reformá-lo por completo. Desde um simples cano até o papel de parede do hall de entrada, tudo foi escolhido e colocado pelo próprio Grey. Apesar de tanto anos de serviços prestados e mesmo com o peso da idade, o zelador não abandona sua rotina de cuidados com o prédio, mas não leva uma vida muito agitada. Seu metódico cotidiano muda drasticamente quando um dos moradores é encontrado morto dentro de uma lixeira e todos os que moram ou trabalham no local se tornam suspeitos. Grey, aos poucos, começa a descobrir estranhos objetos que podem ter ligações com o crime escondidos sob o piso de um dos andares. Além disso, este homem sofre de um sonambulismo que apaga totalmente a sua memória, o que o leva a suspeitar que ele próprio possa ser o assassino, ainda que tenha agido de forma inconsciente. Para piorar tudo, Grey não tem uma boa relação com Lily e ainda se envolve com a sedutora Donna Cherry (Jennifer Tilly), cujo marido Bill (Peter Keleghan) é justamente o morador assassinado.

O título e o material publicitário são extremamente instigantes, mas realmente deixa muito a desejar essa produção que até conta com um ponto de partida bem interessante, mas que é totalmente dissolvido ao longo do filme culminando em uma conclusão sem expectativas. James Caan carrega esta obra nas costas e é o que há de melhor por aqui, além da garotinha Victoria Jane Allen que interpreta a filha da rechonchuda Jennifer Tilly, esta uma atriz inexpressiva que não sabe onde colocar seu nome (ela fez O Filho de Chuck, por ai você já tem uma ideia do tipo de produção que ela se mete). Todavia, realmente é perceptível que este não é um filme feito aos tropeços, foi pensado cuidadosamente pelos diretores Sciamma, Martin Polling e Ian Steel, tem óbvias referências aos filmes Delicatessen O Inquilino, mas se enrolou na pretensão de fazer um suspense sem apelar para os clichês de produções sobre seriais killers, optando por investir em um problema mental para justificar o comportamento do possível criminoso. Ao invés de diversas vítimas, temos aqui apenas um morto que desencadeia toda a história. Há diversas pistas jogadas ao longo do roteiro, mas desde o início fica explícito quem é o assassino, o que diminui consideravelmente o interesse na fita. Sem clímax, tampouco sustos e ainda contando com personagens pouco inspirados, o resultado só podia ser um filme ruim. A única coisa relevante aqui é o uso da câmera como um olhar intrometido que passeia pelas diversas partes do condomínio atravessando frestas, fechaduras, buracos e olho mágicos. Usar uma velha fórmula não é o melhor caminho para o sucesso, mas em alguns casos ela pode ser a solução. Talvez um assassino mascarado mutilando dezenas de pessoas em um mesmo prédio fosse um enredo melhor e mais rentável para receber o título O Condomínio.

Suspense - 98 min - 2003

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