NOTA 8,0 Junção de contos de fadas tem seus furos e equívocos narrativos, mas carisma e talento do elenco e recursos técnicos apurados garantem a qualidade |
sexta-feira, 30 de dezembro de 2016
CAMINHOS DA FLORESTA
quinta-feira, 29 de dezembro de 2016
BONECO DO MAL
NOTA 5,0 Inicialmente intrigante, bom argumento aos poucos é minado por trama repleta de clichês, situações inverossímeis e final desconectado |
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
OUTONO EM NOVA YORK
NOTA
6,0 figurinos salvam produção cujo roteiro entrega todas as emoções logo no início |
Richard Gere já estrelou produções de diversos gêneros, mas é
praticamente um sinônimo de filmes românticos, tal qual Julia Roberts também
tem uma imagem significativa ligada ao gênero. Ambos explodiram juntos na
comédia romântica Uma Linda Mulher e quase uma década depois voltaram a
se unir, sem fazer tanto barulho, em Noiva em Fuga. Além destas duas
produções, o ator participou de diversos outros filmes feitos especialmente
para agradar o público feminino, como Dança Comigo?,
mas nem sempre conseguiu êxito investindo em terreno seguro, como prova o
esquecido Dr. T e as Mulheres. O caso de Outono
em Nova York fica em cima do muro. É um daqueles títulos que tem suas
qualidades, como uma belíssima fotografia e locações, conta com um enredo
agradável, porém, faltam um ou mais ingredientes para transformá-lo em algo
acima do regular. Apostando em um romance com pitadas de drama, este segundo
trabalho da atriz Joan Chen como diretora chega a um resultado tão frio quanto
a própria passagem que serve de pano de fundo para uma história bonitinha e
sem grandes pretensões que mostra o nascimento de uma relação amorosa entre um
homem mais velho e uma jovem. Will Keane (Gere) é um cinquentão que prometeu a
si mesmo nunca mais ter um compromisso sério com uma mulher, assim ele paquera
a vontade e cultiva sua fama de conquistador. Quando ele conhece a delicada
Charlotte Fielding (Winona Ryder) logo se interessa em viver um romance com a moça,
mas talvez não imaginasse que ia acabar se envolvendo tanto com ela. Disposto a
esquecer de sua promessa, Keane se surpreende com a recusa da parceira em
tornar o caso deles em algo para valer e que dure para sempre. Bem, não é
preciso muitos minutos de projeção para descobrir qual o motivo do impedimento
e para começar a choradeira.
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
2012
NOTA 6,0 A Terra é destruída em mais um filme sobre catástrofes naturais, neste caso com base em crendice |
21 de dezembro de 2012. Esta foi uma data que nos últimos
tempos assombrou muita gente. Bem, se você estiver lendo esta crítica após o
dia 22, pode estourar o champanhe e comemorar: você sobreviveu à profecia
apocalíptica maia. Séculos atrás este lendário povo deixou escrito o calendário
de milhares de anos à frente, mas os escritos acabam justamente na data
mencionada. Desde então astrólogos, religiosos, sensitivos, cientistas,
geólogos, autoridades e pessoas de muitas outras áreas passaram a estudar o que
isso poderia significar e muitos concluíram que esse seria o dia da extinção da
humanidade através de eventos que alterariam drasticamente clima, relevo,
direção dos ventos, força das águas entre outras coisas relacionadas à fúria da
natureza. Baseando-se nesta impactante crença, muitos produtores trataram de
explorar o tema, mas a grande produção batizada óbvia e simplesmente de 2012
foi criada pelo diretor Roland Emmerich. Ninguém melhor que ele que já convocou
extraterrestres para acabar com os EUA (Independence Day), trouxe um mega
lagarto de terras orientais para arrasar territórios ocidentais (Godzilla) e
que mostrou a revolta da natureza contra os maus-tratos que recebe dos humanos
(O Dia Depois de Amanhã) para se encarregar de dar o ultimato à população da
terra. A trama roteirizada por Harald Kloser em parceria com Emmerich começa em
2009 quando o cientista indiano Satnam Tsurutani (Jimi Mistry) descobre que em
poucos anos algumas alterações nas explosões solares esquentariam o núcleo do planeta,
assim provocando diversas catástrofes naturais. O governo dos EUA fica sabendo
disso através do geólogo Adrian Helmsley (Chiwetel Ejiofor) e logo passa a
estudar medidas para evitar o pior. Porém, o profissional erra nas contas e as
catástrofes anunciadas começarão antes do previsto. Já em 2012, o divorciado e
fracassado escritor Jackson Curtis (John Cusack) está em meio a uma viagem com
os filhos para tentar reconquistar o afeto deles. Quando vai acampar, ele
recorda de momentos que viveu com Kate (Amanda Peet), mas divide seu tempo
ouvindo as teorias paranoicas de Charlie Frost (Woody Harrelson), um sujeito
que acredita piamente nas lendas sobre o fim do mundo. Curtis não dá bola para
tais ideias, porém, não demora a mudar sua opinião.
terça-feira, 20 de dezembro de 2016
A MENINA E O PORQUINHO
NOTA 7,0 Adaptação de clássico literário infantil pode soar inocente demais para os novos tempos, mas sua essência ainda é encantadora |
Já faz algum tempo que os
adultos estão invadindo a praia das crianças e curtindo desenho animado. Aliás,
essas produções às vezes agradam mais aos pais que os próprios filhos ou
propositalmente os estúdios já realizam as animações visando essa ampliação
espontânea de público. Porém, quando a magia do universo infantil deixa o
colorido dos desenhos de lado e é transportada para os filmes com atores de
carne e osso o resultado não é o mesmo. Os adultos tendem a não se entreter com
piadas batidas, enredo melancólico próprio para dar lições de moral aos
pequenos e atuações consideradas fracas, a receita que frequentemente é
utilizada neste tipo de produção. Pior ainda quando há bichinhos falantes na
trama e os realizadores se concentram tanto em tornar críveis tais criaturinhas
que acabam conseguindo um resultado frustrante, pois se esquecem de encontrar
um equilíbrio com os demais elementos da produção. Contudo, algumas vezes esses
filminhos água-com-açúcar podem ser perfeitamente assistidos e com prazer pelos
mais crescidinhos graças ao trunfo da nostalgia que carregam em sua essência. É
nesse ponto que A Menina e o Porquinho, protagonizado por
Dakota Fanning, consegue um reforço. Esta é mais uma adaptação do clássico
livro infantil "A Teia de Charlotte", de E. B. White, que já ganhou
uma famosa versão em desenho animado em 1973 que foi repetida a exaustão na TV
pelas duas décadas seguintes em todo o mundo. A garotinha que outrora era uma
grande promessa de Hollywood interpreta Fern, uma das poucas pessoas a perceber
que Wilbur não é um simples porquinho da fazenda onde vive, mas sim um animal
muito especial. Com seu carinho e atenção, a garota ajuda o bichinho, que era o
menor membro de sua família, a se tornar um porco vistoso e radiante. Quando se
muda para um novo celeiro, Wilbur faz amizade com a aranha Charlotte e os laços
de amizade entre eles influenciam para que os demais animais da fazenda vivam
como se fizessem parte de uma grande e feliz família. Porém, o tempo passa e
Wilbur cresce e está a caminho do triste fim de qualquer porquinho criado com
tudo de bom e do melhor: virar assado. Quando surge a notícia de que em breve
ele será abatido, a esperta e sensível aranha arma um plano para retardar a
morte de seu amigo suíno.
domingo, 18 de dezembro de 2016
LINHAS CRUZADAS
Nota 4,0 Velho argumento da reunião familiar em momento difícil neste caso não dá linha
Uma atriz balzaquiana sinônimo de
comédias leves. Uma veterana premiada e com boa aceitação junto ao público
feminino aqui também atacando como diretora. Uma jovem em ascensão em um
seriado de TV e buscando seu espaço no cinema. No comando do texto uma
roteirista experiente com temáticas que aliam comédia, drama e romance. De
quebra, um conflito familiar de fácil identificação e uma pequena dose de clima
natalino no ar. Linhas Cruzadas tinha os
ingredientes básicos para cair nas graças da mulherada, no entanto, a receita
desandou. Aqui o humor existe, mas é diluído em diversas sequências
lacrimejantes. Frustrações, alegrias e sonhos desperdiçados são colocados em pauta
quando três irmãs forçosamente se reencontram por conta da iminente morte do
pai. Baseado no livro "Hanging Up" escrito por Delia Ephron narrando
suas próprias memórias familiares, a trama tem como protagonista Eve (Meg Ryan),
uma mulher que desdobra-se para dar conta do seu trabalho e de cuidar da casa,
do marido e do filho pequeno, no entanto, nos últimos anos tem praticamente
abdicado de seus afazeres para cuidar pai idoso. Lou Mozell (Walther Matthau)
está com a saúde bastante debilitada e com problemas de memória e precisou ser
internado em uma clínica, assim sempre que o telefone toca sua filha já aguarda
por más notícias, mas quando não é seu próprio pai ligando para dizer
impropérios são suas irmãs que estão na linha. Na verdade quase sempre é Eve
quem tenta manter contato com elas que fazem de tudo para se esquivarem de qualquer
tipo de compromisso com o idoso. A caçula Maddy (Lisa Kudrow) é uma atriz
frustrada e que também não tem sorte na vida amorosa enquanto Georgia (Diane
Keaton), a mais velha, é uma solteirona, porém, bem sucedida editora de
revistas que só pensa no trabalho. Embora não morem juntas, ambas são de certa
forma dependentes de Eve que aproveitando a situação delicada do pai vai tentar
reatar os laços familiares e desfazer mal entendidos do passado.
sábado, 10 de dezembro de 2016
MARCAS DO PASSADO (2006)
Nota 4,0 Drama aborda de forma superficial tentativas de homem comum mudar seu futuro
Muitos filmes já investiram na fórmula
da pessoa que descobre que seu futuro não é lá muito auspicioso e corre contra
o tempo para tentar mudar seu destino. Geralmente tais produções são ligadas ao
gênero fantasia, horror ou suspense e garantem um filme razoavelmente divertido,
tudo o que Marcas do Passado não é. Seguindo a linha de um drama policial,
o longa dirigido por Mark Fergus, roteirista de Filhos da Esperança e Homem
de Ferro, é um tanto arrastado, desinteressante e repleto de personagens
sem função que apenas servem para confundir o espectador. O roteiro de Scott
Hastings nos apresenta a Jimmy Starkys (Guy Pearce) que está viajando sozinho
por uma estrada deserta quando tem um problema no carro. No pequeno vilarejo
mais próximo ele consegue auxílio, mas terá que aguardar praticamente o dia
todo até que o veículo fique pronto. Para passar as horas, o rapaz começa a
vagar pelas redondezas e encontra o vidente Vacaro (J. K. Simmons) e só por
distração paga por uma consulta mediúnica, embora não acredite em visões e
caçoe a cada novo comentário que o homem faz. Sua atenção muda quando é avisado
que em breve uma grande quantia de dinheiro chegará até ele de Dallas, mas
subitamente o vidente começa a se sentir mal e interrompe a consulta. De volta
a sua casa, Jimmy, que é vendedor, logo se vê envolvido em um negócio lucrativo,
a venda de jukeboxes (tipo de toca-músicas antigos e próprio para
estabelecimentos comerciais). O negócio começaria justamente por Dallas por ser
um importante centro comercial, mas junto com essa novidade ele também passa a
receber misteriosas correspondências e seu telefone quando toca fica mudo. Não
demora muito para que o rapaz descubra que quem está por trás dessas
pequenas brincadeiras é Vincent (Shea Whigham), um antigo parceiro de comércio
ilegal que passou um bom tempo na cadeia por conta de um episódio mal explicado
envolvendo Jimmy, este que ligando as evidências se apavora ao perceber que
pode ser morto pelo ex-amigo que está sob liberdade condicional e cheio de
ódio. Segundo a profecia, confirmada por uma cigana, o rapaz estaria a salvo
apenas até a primeira nevasca do ano.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
EDWARD MÃOS DE TESOURA
NOTA 10,0 Embora para muitos seu valor tenha diminuído com as reprises na TV, esta fantasia ainda diverte e emociona como poucas obras |
Qualquer pessoa que conheça o
mínimo possível de cinema sabe que a parceria do diretor Tim Burton e do ator
Johnny Depp é uma das mais longas e produtivas de todos os tempos. É um
daqueles raros encontros cuja emoção ultrapassa os limites da ficção e mesmo
quando o filme não é lá grande coisa os fãs da dupla estão apostos para
exaltá-lo afinal este seria mais um tijolinho a reforçar esta sólida amizade e
é um prazer inenarrável ser testemunha sentimental da construção desta relação,
ainda mais sabendo que nos bastidores desta indústria a guerra de egos é
intensa e os amigos da onça existem em peso. Esta trajetória começou no
início dos anos 90 e provavelmente no futuro deve render alguma homenagem
cinematográfica afinal ambos têm carreiras com projetos interessantíssimos e
eles próprios são figuras que despertam curiosidades. Revisitar tal história é
delicioso, ainda mais se voltarmos ao início de tudo. Burton é um cineasta que escreveu sua trajetória no cinema
na base de bizarrices praticamente. Dono de um visual um tanto excêntrico e
adepto do estilo gótico para ornamentar seus trabalhos, o campo do terror e do
suspense poderia ser seu habitat natural, mas não é bem assim. Apesar de já ter
trabalhado com histórias de arrepiar, o que ele mais gosta mesmo é de fazer as
plateias sonharem de forma diferenciada. Com muita sinceridade e sensibilidade
o diretor já conseguiu construir verdadeiros clássicos das sessões da tarde que
agradam a todas as idades, desde crianças bem pequenas até os idosos, e sempre
imprimindo suas marcas. Dificilmente alguém não tenha a
lembrança de ao menos uma vez na vida ter esperado com ansiedade a exibição na
TV ou ter entrado na fila de espera da locadora para assistir Edward
Mãos de Tesoura, um daqueles filmes que marcam época mesmo contando uma
singela e até certo ponto previsível história. É óbvio que aqui também faz
diferença o apuro visual, mas esqueçam os efeitos especiais mirabolantes. A
magia desta produção se concentra em seu aspecto artesanal, atestando que tudo
realmente foi feito por mãos talentosas e precisas. O cineasta demonstra criatividade
para mesclar a fantasia e referências cinematográficas e literárias de forma
que até o público infantil se sentisse atraído para entrar nesse misterioso e
fascinante mundo, não se assustando nem mesmo com os primeiros minutos que são
mergulhados em uma atmosfera dark. Todavia, o tom de fábula está presente em
todas as sequências do filme, a começar pela opção de uma senhora de idade logo
na introdução passar a contar para a neta a história do personagem-título como
se fosse um conto de ninar. A cidade onde a trama se passa parece um paraíso,
os vizinhos se dão bem, as casas são bonitas e padronizadas e seus moradores em
geral são estereotipados propositalmente, cada qual com um papel bem delineado.
Tem a mulher bondosa, a sedutora, a gordinha fofoqueira, o jovem valentão, a
mocinha romântica... O que tira o projeto da mesmice é justamente seu
protagonista cuja personalidade, postura e visual destoam totalmente do
restante da população provinciana. Pode-se dizer que tal criação seria uma
metáfora, um grito para chamar a atenção. Ainda tentando ter seu trabalho
aceito pelo mercado cinematográfico, Burton na época se sentia um esquisitão no
meio, mas não se rendia as exigências de Hollywood e tocava sua carreira com
projetos pessoais e correndo atrás dos recursos financeiros.
domingo, 4 de dezembro de 2016
SEREIAS
Nota 7,5 Sexo versus religião, este é o tema central de suposta homenagem à pintor australiano
No outro lado do globo terrestre também tem cinema. A
Austrália é um país que não tem uma filmografia expressiva, mas vez ou outra
surge algum produto de lá. Inclusive já tivemos um filme com o mesmo nome deste
território popularmente conhecido como a terra dos cangurus e dos coalas, embora
fosse uma produção americana dirigida pelo cineasta Baz Luhrmann e estrelada
por Nicole Kidman, ele natural do continente enquanto a atriz apenas
naturalizada. Daquelas longínquas terras, no passado, recebemos o romance Sereias.
O diretor e roteirista John Duigan se inspirou na história do pintor Norman
Lindsay, artista praticamente desconhecido no Brasil, que ousou nas suas
obras e foi criticado por cutucar a moralidade de seu tempo. Sexo versus
religião. Este é o conflito que serve como pano de fundo para narrar a história
do pastor inglês Anthony Campion (Hugh Grant) e sua esposa Estella (Tara
Fitzgerald) que em meados da década de 1930 chegam a Austrália a pedido de um
bispo local. A missão dada é barrar os trabalhos do pintor Norman Lindsay (Sam
Neill) cujas obras supostamente atentam a moral e os bons costumes ao reunir
mensagens eróticas e religiosas em uma mesma tela. O jovem pároco deveria
convencê-lo a retirar de uma exposição internacional seu quadro “A Vênus
Crucificada”, no qual uma mulher nua é retratada se balançando na cruz enquanto
aos seus pés se rebaixam membros da Igreja. O casal visita o artista para
convencê-lo a mudar o foco de seus trabalhos, mas acaba descobrindo o porquê do
apelo sensual de seus quadros. Ele vive em um ambiente rodeado de belas
mulheres. Além de sua esposa Rose (Pamela Rabe), eles conhecem Sheela (Elle
MacPherson), Gidia (Portia de Rossi) e Pru (Kate Fischer), três belas modelos
que lhe servem como fonte de inspiração. No momento em que os Campion chegam elas
estão justamente posando para uma nova tela intitulada “Sereias”. Neste
universo exuberante e aparentemente de luxúria ainda há espaço para Lewis (Ben
Mendelsohn), um camponês deficiente visual que também faz as vezes de modelo.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2016
RUA CLOVERFIELD 10
NOTA 7,0 Claustrofobia, pânico, insegurança e melancolia se misturam em suspense que resgata de certa forma a temática e ambientação de Cloverfield - Monstro |
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
CLOVERFIELD - MONSTRO
NOTA 7,0 Sem se preocupar em revelar a ameaça fisicamente, mas deixando clara sua presença, longa se preocupa em mostrar as reações das vítimas |
Assim como dinossauros, dragões e
até um gorila super desenvolvido já invadiram a cidade grande, seja ela qual
for, destruindo tudo o que viam pela frente, mais uma criatura gigantesca
tentou repetir a façanha no mundo cinematográfico. Cloverfield
- Monstro tem como chamariz mais um desses animais gigantescos
que aparecem de tempos em tempos para amedrontar as pessoas, mas não trouxe
novidades ao subgênero dos filmes catástrofes, a não ser o fato de preferir
sugestionar ao invés de apresentar escancaradamente a ameaça, embora tal
técnica fosse mérito do clássico Tubarão,
mas de pouco uso. Outras referências já testadas e aprovadas em outras
produções do tipo foram alinhavadas em uma produção claustrofóbica e com uma
inteligente e instigante campanha de marketing. Talvez nisso esteja o segredo
do projeto ter bombado nos cinemas americanos, ao contrário do que ocorreu no
Brasil onde longa não pegou e a publicidade não foi tão maciça. O grande
objetivo do roteiro de Drew Goddard, estreando no cinema, era acompanhar um
pequeno grupo de pessoas e ver suas reações diante de uma situação de apuro
extremo. O jovem Rob Hawkins (Michael Stahl-David) está de mudança para o Japão
e ganha do irmão Jason (Mike Vogel) e da cunhada Lily (Jessica Lucas]) uma
festa surpresa de despedida. Para registrar o encontro, seu amigo Hud (T. J.
Miller) resolve fazer uma gravação caseira de alguns momentos e depoimentos do
grupo embora esteja mais interessado em xavecar Marlena (Lizzy Caplan) que
mostra-se indiferente ao cortejo. Beth (Odette Yustman), a ex-namorada do
homenageado, também comparece à festa junto com seu novo companheiro, Travis
(Ben Feldman), para rolar aquela cena clássica de ciúmes com o rejeitado. Para
que perder tempo apresentando essa turma? A ideia é que o espectador se envolva
a ponto de sofrer com o que vai acontecer a eles, mas é só uma intenção, ok?
Durante a festa uma explosão ocorre e na sequência surgem tremores, barulhos
ensurdecedores, queda de energia e mortes começam a acontecer. A cidade de Nova
York está sendo destruída por um animal desconhecido e gigantesco e agora todos
precisam correr para tentar achar algum lugar seguro, se é que existe algum.
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