Nota 6,0 Drama aborda o mundo político de forma de fácil assimilação, mas perde a mão no final
Com tantas críticas negativas e
ofensas, como pode ainda existir pessoas com desejo de entrarem para a
política? Os salários exorbitantes, regalias, respeito de uma minoria, porém,
de pessoas influentes, enfim a sensação de poder é inebriante e até mesmo
aqueles que têm o sonho de mudar as coisas acabam se sucumbindo a essa pressão,
afinal quem não entra no jogo político tem de sair por vontade própria bem
caladinho ou é expulso na marra, vivo ou morto. No Mundo do Poder é um
drama francês que retrata uma realidade universal: o cotidiano sujo daqueles
que deveriam zelar pelo bem estar da população que os elegeu. O longa começa no
final dos anos 70 quando um jovem aspirante a carreira política está dando os
primeiros passos para aprender a arte da falsidade e a travar suas primeiras
conexões com pessoas influentes graças a ajuda que recebe de Frédéric
Saint-Gullaume (Claude Rich), uma cobra criada no mundo em que o céu é o
limite. Anos mais tarde, o presidente (Albert Dupontel) já é um homem
experiente no meio e está empenhado na criação de uma arma limpa
revolucionária, um truque para conseguir sua reeleição, mas alguns problemas
podem atrapalhá-lo. Um avião cai e somem centenas de envelopes contendo
dinheiro suspeito e o fato de um amigo seu ser o chefe da empresa contratada
para o desenvolvimento da tal arma podem arruinar sua imagem de homem honesto,
marketing construído ao longo de muitos anos com a ajuda de uma equipe
brilhante e determinada liderada pelo seu antigo mentor que mesmo afastado da
política ainda mantém seu poder de persuasão. Todavia, a grande ameaça pode ser
a inesperada entrada de um jovem em sua vida. Sua filha Nahema (Melanie Doutey)
está namorando Mathieu (Jérémie Renier), um rapaz muito inteligente e com
habilidades com números. O presidente quer conhecê-lo, mas antes consegue toda
a sua documentação social, assim descobrindo que ele tem ficha na polícia
devido a uma prisão que durou alguns poucos meses por conta de anarquismo. O
genro justificou o episódio como uma reação negativa e imatura de um
adolescente pego de surpresa com a notícia da morte do pai e assim parece
conquistar a confiança do sogro que lhe oferece um cargo na área econômica do
governo.