Nota 2,0 Desperdiçando gancho histórico, suspense segue lugar comum e preso a clichês insossos
Um dos grandes problemas dos
filmes de terror e suspense contemporâneos é o fato de suas histórias
transcorrerem em universos onde o medo não existe. Com exceção a algumas
experiências de diretores europeus, principalmente espanhóis, casas assombradas
por eventos macabros do passado não assustam mais. O piso de madeira que range,
as portas e janelas que abrem e fecham sozinhas e a penumbra que costuma pairar
dentro e fora de construções antigas já não causam sustos há um bom tempo e são
passíveis de causar risos fáceis. Por investir em truques manjados como esse, O Quarto dos Esquecidos é de fato esquecível,
completamente. Por conta de problemas financeiros da empresa produtora, o longa
ficou no limbo por dois anos até que recebeu sinal verde para ser lançado, mas
já com expectativas nulas e fazendo jus ao seu título original, algo como
"O Quarto das Decepções".
Como de costume em longas do tipo, os protagonistas decidem se mudar para uma
casa isolada em busca de sossego afim de se recuperarem de uma fase conturbada.
Dana (Kate Beckinsale) e o marido David (Mel Raido) chegam ao casarão cheios de
expectativas positivas para superarem o trauma da morte acidental da filha
recém-nascida. O casal tem um outro rebento, o pequeno Lucas (Duncan Joiner), o
que contradiz a aquisição de uma mansão para apenas três moradores, ainda mais
um local em ruínas. A justificativa é que a moça é arquiteta e pretende ocupar
sua mente e tempo livre conduzindo a reforma, contudo, seus planos acabam sendo
atrapalhados conforme passa a ser atormentada por bizarras visões,
principalmente após descobrir um quarto escondido que não consta na planta da
construção. Obviamente sua sanidade é colocada em xeque e ao espectador resta
apenas esperar por sustos previsíveis e pela revelação sobre o misterioso
passado da casa que, diga-se de passagem, não vai fazer ninguém ficar sem
fôlego.