NOTA 9,0 Enredo mescla drama e comédia com perfeição acerca de um fato real que mexeu com os uruguaios |
Muita gente escolhe o filme que deseja assistir a partir do seu título que deveria deixar bem claro sobre o que o conteúdo da produção trata, mas nem sempre isso fica bem identificado em poucas palavras. Os longas estrangeiros costumam ter títulos curiosos e até engraçados que também nem sempre vendem bem o peixe. Temos desde expressões refinadas do tipo Como Água Para Chocolate até frases que deixam o espectador com um ponto de interrogação na cabeça como A Teta Assustada. Igualmente engraçado e atrativo, O Banheiro do Papa cai como uma luva para a história de um homem simples que viu a chance de melhorar de vida com a visita ao seu país de um dos maiores ícones da Igreja Católica do século 20. Em 1988, a cidade de Melo, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai, está agitada com a notícia de que o Papa João Paulo II em breve estará por lá. A população do local é muito carente e se empolga acreditando que a chegada do religioso abrirá as portas para um novo tempo em que a prosperidade reinará. Na expectativa de que muitas pessoas de toda a América do Sul irão até lá para ver tal santidade, os moradores se animam e começam a fazer planos para lucrar com a venda de bebidas, comidas e lembrancinhas. Beto (César Trancoso), um homem que vive de levar na sua bicicleta bugigangas e produtos de contrabando para abastecer pequenos comércios, decide inovar e cria em seu quintal o “Banheiro do Papa”, um lugar para as pessoas fazerem suas necessidades durante o evento. Para tanto, ele precisa se arriscar em viagens de trabalho, enfrentar a esposa Carmem (Virginia Mendez) e o descontentamento da filha Silvia (Virginia Ruiz). Porém, o mais difícil para concretizar a idéia é conseguir o vaso sanitário, mas este sonhador empreendedor amador fará de tudo para consegui-lo nem que seja no último minuto.